Como já sabem os poucos-mas-fiéis leitores deste humilde blogue, recentemente passei, a trabalho, uma semana em Brasília. Dos únicos poucos momentos de lazer – a jornada de trabalho era intensa – merece destaque (e compartilhamento) a roda de violão organizada por meu amigo Glauco Barreto, no prédio em que mora, para me recepcionar [sexta-feira, 17/4/2009]. O “Homero da Paraíba” é um anfitrião e tanto.
Também compareceram ao encontro etílico-musical, regado a bom vinho, bom papo e boa música, os amigos Nelson Oliveira, Paulão Sá e sua esposa Fátima, Roberto Homem, Clodo Ferreira e Noélia, entre outros e outras, cujo nome até ouvi, mas agora não recordo.

[Da esquerda para a direita: Clodo, o blogueiro, Roberto Homem e Glauco Barreto]
Personagens especiais daquela noite, fiquei muito contente em conhecer pessoalmente Clodo (com quem já trocava e-mails e sobre cujo mais recente bom disco, dedicado à obra de Sinhô, já escrevi), compositor de diversos sucessos gravados por Fagner – Revelação, Cebola cortada, Ponta do lápis, Ave coração etc., etc., etc. – na década de 70, mas não só: o piauiense agora está “letrando” sambas e boleros de Evaldo Gouveia e nos apresentou dois frutos dessa parceria inédita, além de uma letra que fez para o pouco conhecido Lembrando Chopin, choro de Waldir Azevedo. Coisa fina!
Noélia é a musa do Liga-Tripa, grupo brasiliense sempre tão bem falado por aqui. Para quem não conhece o original, vá lá: a Legião Urbana, gravou Travessia do Eixão (cujo título original é Nossa Senhora do Cerrado) em seu disco Uma outra estação: é a dos versos “Nossa Senhora do Cerrado/ protetora dos pedestres/ que atravessam o Eixão/ às seis horas da tarde/ fazei com que eu chegue são e salvo/ na casa da Noélia”. É ela, a Noélia.
Do Liga-Tripa ainda tentei, em vão, ver um show na Torre de TV, pouco antes de meu embarque de volta à São Luís, no sábado. A apresentação já havia acontecido e mais uma vez não coincide uma visita minha à capital federal em dia de rara aparição do grupo de Carrapa do Cavaquinho e cia.
Como não podia deixar de ser, lá pelas tantas ouvimos a já clássica – ao menos entre nós, e só não o é mais por Nelson não tê-la incluído em seu Linguagens – Alba, poema de Ezra Pound com música do jornalista mineiro, ele cantando com Glauco ao violão.
Só me resta agradecer por ter essa pá de amigos gentes boas na BSB de tantas siglas, “cidade que um dia eu falei que era fria/ sem alma, nem era Brasil/ que não se tomava café numa esquina/ num papo com quem nunca viu”, como bem cantou Sérgio Sampaio.
[O Liga-Tripa interpreta Labareda (Nonato Veras), no Clube do Choro de Brasília]



Fala, rapaz. Uma coincidência e um desencontro.
A coincidência: em meados dos anos 90, tive aula com o Clodo na UnB, e adoro o trabalho dele, tanto solo quanto com os irmãos. Aliás, tive aula com o Clésio também.
E o desencontro: estou em Brasília esses dias. Só vi no seu blogue que você também esteve na capital quando já tinha voltado.
Pena…
Grande abraço!
Tá ficando muito abusado, blogueiro. Vinho, conversa, violão… que inveja (boa! é claro).
Lena Machado
puxa, daniel. soubesse teria te convidado à roda: uns poucos amigos acabaram faltando, por motivo de viagem (para fora de brasília, risos).
pois é, lena. muito bom todo o encontro, musical, etílico, lírico…
abraços!