ONTEM, HOJE E SEMPRE

A notícia do pré-lançamento da Caixa Preta, que reúne a obra musical completa de Itamar Assumpção (mais dois discos inéditos), que recebi há alguns dias, por e-mail, da amiga Lena Machado, mexeu muito comigo. Tenho reouvido toda a obra do negão, entre discos originais e cópias que tenho em casa, aliás, coisa que sempre faço.

Não vejo a hora de poder acessar um site qualquer e clicar no botão comprar e pedir a minha (momento consumista deste blogueiro: pra ser sincero, tenho até sonhado com isso). Logo eu, um fodido cujo limite no cartão de crédito (cuja fatura está atrasada) sei que não pagará a caixa completa. Mas não é a minha pindaíba de fazer gosto que me desanima: tão logo saia, comprarei a Caixa Preta. De um jeito ou de outro.

Minha felicidade é feita de coisinhas assim. E coisinhas é apenas um jeito carinhoso de falar. Itamar Assumpção é um de meus maiores ídolos na música e qualquer coisa que lhe diga respeito sempre me interessa.

Abaixo, texto que publiquei nO Debate de ontem-hoje: um nariz-de-cera enorme e bastante pessoal, de coisas que eu lembrava de cabeça, e nada de novo sobre a “black box”. Que os poucos-mas-fieis leitores deste blogue não enjoem sua superexposição por aqui. Mas olha Itamar Assumpção aí mais uma vez, gente!

CAIXA PRETA

Lançamento do Selo SESC reúne obra completa de Itamar Assumpção. Dois discos inéditos integram o pacote.

POR ZEMA RIBEIRO
DA REDAÇÃO


[Foto: Vange Milliet]

O paranaense Itamar Assumpção (1949-2003) é um dos mais geniais compositores brasileiros em todos os tempos. Sua obra, no entanto, é pouco conhecida, e seu séquito de fãs, embora não tão numeroso, é fiel. Autor de diversas músicas de sucesso na voz de Zélia Duncan, parceiro de Paulo Leminski, Chico César e Zeca Baleiro, lançou nove discos em vida: estreou com Beleléu, Leléu, Eu (1980) e, postumamente, pelas mãos do parceiro maranhense, do produtor Paulo Lepetit e de Naná Vasconcelos, com quem dividiu o trabalho, foi lançado Isso vai dar repercussão (2004).

Depois a Ediouro lançou Pretobrás – O livro de canções e histórias de Itamar Assumpção (2006), em dois volumes, e o pesquisador Fábio Henriques Giorgio publicou Na boca do bode – entidades musicais em trânsito, que tratava da efervescente cena musical paranaense-paulista da época em que surgiam nomes como o próprio Itamar Assumpção e seu parceiro Arrigo Barnabé – outro gênio ainda infelizmente pouco conhecido dos brasileiros. Estas iniciativas vêm ajudando a preservar a memória do autor de Vou tirar você do dicionário.

Parênteses: em Pretobrás – por quê que eu não pensei nisso antes?, seu disco de 1998, Itamar Assumpção havia dedicado a Arrigo Barnagé a música Amigo Arrigo, cuja letra diz: “Tenho um amigo chamado Arrigo/ o resto depois eu digo”. Em 2006, era a vez de Arrigo retribuir o carinho do amigo então já falecido: dedicou-lhe um disco inteiro, Missa in memoriam Itamar Assumpção. Miriam Maria (voz) e Sérgio Molina (músicas) também o tributaram em Sem pensar nem pensar – ela, uma das vozes das Orquídeas do Brasil, banda feminina que acompanhou o compositor nos três volumes de Bicho de Sete Cabeças; ele musicou as letras inéditas do disco.

Caixa Preta – A grande novidade, em 2010, passados sete anos de seu falecimento, em decorrência de um câncer de estômago, é o lançamento da Caixa Preta: o Selo SESC reuniu a obra completa de Itamar Assumpção, além de dois discos inéditos. O pré-lançamento aconteceu quarta-feira passada no SESC Pompéia, em São Paulo. Uma série de shows movimentará a unidade em outubro, reunindo as filhas-cantoras de Itamar, Anelis e Serena Assumpção, e amigos-fãs como Jards Macalé, Tom Zé, Elza Soares, Ney Matogrosso, Lenine, Zélia Duncan, Arrigo Barnabé, Elke Maravilha, Tetê Espíndola, Andréia Dias e Arnaldo Antunes, entre outros.

Entre os nomes da nova cena brasileira que puseram a mão na massa para realizar os inéditos Pretobrás II e III, nomes como BNegão, Céu, Curumim, Iara Rennó, Marcelo Jeneci, Pupillo, Rodrigo Campos e Thalma de Freitas, além das irmãs Assumpção, elas que assinam a direção artística de um dos volumes inéditos.

A Caixa Preta era um sonho antigo de fãs de Itamar, principalmente os que tinham sua coleção de discos incompleta. Resta esperar e saber, além de tiragem, por quanto ela chegará ao mercado, sobretudo o ludovicense.

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Bônus do blogue: Relax não é fax não (Itamar Assumpção)

4 respostas para “ONTEM, HOJE E SEMPRE”

  1. Oi Zema,

    divulga o Festival Sesi Bonecos do Brasil 2010, que desembarca em São Luís com 17 espetáculos gratuitos encenados por 13 companhias de nove estados do Brasil. O evento irá acontecer Maria Aragão nos dias 25 e 26 de setembro. Precisamos possibilitar o acesso a boa cultura e contribuir na formação das novas gerações com atividades lúdicas educativas, afinal estamos na disputa com as grandes mídias. rs

    beijos,

    Lícia da Hora.

  2. será um prazer, lícia. tens detalhes? ou sabes quem tem? a propósito, informo: estou editando a página de cultura do jornal 'o debate', onde tenho buscado divulgar o que não tem espaço. a agenda cultural está às ordens. alguns textos tem sido reproduzidos cá no blogue. abração!

  3. Repassei as fontes para teu email. Tem uma peça infantil João e Maria, que passará no arthur azevedo. Também não está muito divulgada. Preciso me preocupar com a programação cultural dos pequenos…rs. Aliás, tem um monte de mães e pais que lêem este blogue. rsrs

    biejos,

    Lícia da Hora

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