Janis Joplin completou ontem quarenta anos de subida. Pequena homenagem deste blogueiro, o textinho abaixo foi escrito às pressas, ontem, para completar a página de cultura de O Debate, que estamos a editar.
40 ANOS SEM JANIS JOPLIN
Tida como uma das maiores cantoras da história da música mundial, a “pearl” faleceu aos 27, em 1970
ZEMA RIBEIRO
EDITOR DE CULTURA

[Janis Joplin: a voz d”a pérola” calou-se em 1970. Foto: divulgação]
Segunda-feira, 4 de outubro de 2010: há quarenta anos o mundo perdia o talento de Janis Joplin, encontrada morta por overdose de heroína. Fundiu blues e rock exemplarmente, a “pérola branca”, sendo até hoje considerada uma das maiores cantoras da história da música mundial em todos os tempos.
Janis Joplin teve uma infância difícil, apesar do pai ser um abastado homem de negócios. Na faculdade, sentia a repulsa dos colegas, que a achavam feia demais. Ao morrer, era uma das cantoras mais bem pagas do mundo: o grande ícone no palco, porém, se reduzia à solidão, fora dele.
Entre os hippies negava o clima “paz e amor” e enfiava o pé na jaca, fundo: usava drogas pesadas para tentar aplacar a solidão, com o que buscava justificar sua postura agressiva no palco – seu canto era algo próximo do grito e, ao cantar, ficava possessa, como se invadida por algum espírito endiabrado de algum bluesman negro já subido. Chegou a ficar nua durante uma apresentação.
Pouco antes de morrer Janis Joplin passou pelo Brasil: esperada como grande estrela em um teatro carioca, foi confundida com uma hippie. Teve affairs com o fotógrafo Ricky Marques Ferreira e com o lendário roqueiro Serguei, um dos pioneiros entre os rockstars tupiniquins. A cantora chegou a fazer topless na praia de Ipanema.
Janis Joplin faleceu pouco depois de outro grande ídolo do blues’n rock: Jimi Hendrix, com a mesma idade, falecera em 18 de setembro de 1970. Em 3 de julho de 1971 seria a vez de Jim Morrison, também aos 27. Gravou sete discos, entre eles o clássico Pearl.

Janis Joplin considerava Bessie Smith a melhor cantora de Blues do mundo.
Biografia
Bessie Smith nasceu a 15 de abril de 1894, em Chattanooga, Tennesee. Embora que seus pais tenham morrido quando ela era uma criança, Clarence, seu irmão mais velho, a convenceu a continuar no canto e na dança. Conseguiu trabalho no vaudeville e se tornou uma protegida de Ma Rainey; no fundo Bessie sabia que estava no caminho certo para se tornar uma grande nome do blues americano.
Bessie se mudou para o norte e passou o início dos anos vinte se apresentando em Atlantic City. Smith se tornou uma figura famosa como resultado de seu primeiro álbum em 1923, gravado pela Columbia, “Downhearted Blues”.
A produção musical de Bessie era impressionante, recebendo colaborações de músicos como James P. Johnson, Coleman Hawkins, Louis Armstrong, Don Redman e Fletcher Henderson; Smith ganhava milhares de dólares por semana nos anos vinte, mas devido à popularidade do swing, o blues entrou em declínio para o público nos anos trinta, tendência essa que resultou no fim do 10 anos de contrato e 160 músicas gravadas para a Columbia Records.
Bessie continuou cantando ao vivo e conseguiu gravar mais quatro canções devido a insistência de John Hammond durante seus seis últimos anos, antes de falecer a 26 de setembro de 1937, quando supostamente sangrou até a morte depois de uma batida de carro.
Bessie Smith foi a primeira cantora de blues a se tornar um grande sucesso devido a sua carreira na indústria fonográfica. Músicas com letras sociais, um estilo vocal bem definido e claro, uma vida pessoal bem aberta com quebra de costumes e sabendo se defender contra atitudes racistas, tudo isso fez de Bessie na época algo equivalente ao que Miles Davis representaria depois.
valeu, grande noleto! com sua dica estou, agora mesmo, baixando material da cantora, que não conhecia, para ouvir. abração!