Sempre tive um pé atrás com propaganda e publicidade governamentais, por que em geral estas vão além de simplesmente garantir a transparência dos atos dos governos, servindo também – e/ou principalmente – para pintar de bom/boa moço/a o/a gestor/a da hora (quase uma propaganda eleitoral fora de época).
A não ser por este, porém, nada justifica o gasto de rios de dinheiro em páginas de revistas, outdoors e toda a parafernália midiática caríssima usada para convencer a população de que quem está no poder está trabalhando.
Publicidade e propaganda governamentais são também usadas para apresentar um contraponto quando a oposição detém os meios de comunicação. O Maranhão e o Brasil têm exemplos contemporâneos que não careço citar aqui.
Se bem usadas as redes sociais pode(ria)m ser ferramentas importantes na mudança dessa lógica. Em vez de uma agência de publicidade paga a peso de ouro (às vezes retribuindo “favores” de campanha) para “bolar” a arte da página dupla colorida na revista semanal e a compra do espaço idem para sua veiculação, alguns profissionais, bem pagos para mostrar serviço – nunca para mentir!
As redes sociais podem colaborar bastante para o avanço das políticas públicas e do controle social, para além das futricas e da “guerra de torcidas” a que está sujeito qualquer debate que se trave na internet – apesar da necessidade de melhorarmos nossos índices de inclusão digital.
Um exemplo prático: perfis da Prefeitura Municipal de São Luís no tuiter e facebook têm divulgado as ações da gestão recém-empossada, em todos os campos. Até aqui, iniciativa louvável e, pela cidade, espero que este blogue não tenha que, em breve, criticá-la. Explico: enquanto Edivaldo Holanda Jr. e seu secretariado e assessorias divulgarem obras, ações, acontecimentos, enfim, aplaude-se. A partir do momento em que divulgar maquetes e/ou mentiras, “viva vaia”.
Não é o caso de ser a favor ou contra o prefeito do PTC e cia. É o caso de querer o melhor para a cidade e uma cidade melhor, esteja ela nas mãos de quem estiver.
Consertar bocas de lobo e tampas de esgoto e tapar buracos não é mais que obrigação da municipalidade. Não torrar dinheiro para dizer isto é o que merece atenção. Abrir a possibilidade da reclamação e denúncia de internautas em tempo quase real (digo quase para que não o façam enquanto dirigem) pode ser um significativo avanço da atual gestão no que diz respeito à participação popular. Imaginem o SAMU, as polícias e os bombeiros poderem ser acionados pela internet também!
Para além de propaganda e publicidade oficial, as redes sociais devem ser – também, mas não só – um espaço de diálogo entre os gestores e a população, com elogios e críticas, conforme o merecimento de um e as necessidades de outro. Com o bom uso de todas as ferramentas que a tecnologia nos oferece hoje em dia.

Zema, mais uma vez tens destaque numa blogsfera dominada por mediocridades e tolices. Porém, tenho certas ressalvas quanto as “mídias digitais” como forma de garantir transparência e celeridade a administração pública. Explico: num país tão miserável quanto o nosso, faz-se necessário sobremaneira o acesso a políticas que garantam mais democracia do ponto de vista material, político e educacional, ou seja, real. Falar em controle via novas tecnologias torna-se um universo pequeno e extremamente restrito sem esse tipo de ” avanço”. Assim, acompanho o final do teu post desde que garantidas condições fundamentais de exercício da democracia não apenas do ponto de vista formal, mas com garantias reais de controle por amplos setores populacionais.
“Para além de propaganda e publicidade oficial, as redes sociais devem ser – também, mas não só – um espaço de diálogo entre os gestores e a população, com elogios e críticas, conforme o merecimento de um e as necessidades de outro. Com o bom uso de todas as ferramentas que a tecnologia nos oferece hoje em dia.”
Abraços!
Então, quero mesmo é ver das “redes” para as ruas ou vice-versa, com controle efetivo e com resultados concretos na gestão do governo e no próprio formato do Estado em vários aspectos. Acho importante ressaltar que esse tipo de tecnologia tem papel de destaque, coisa que não excluo, desde que acompanhada de mobilização real.
Abraços
esse é o grande lance, igor: uma coisa não exclui a outra. acionar o samu por tuiter não determina o fim da ouvidoria da saúde, por exemplo. ou seu acionamento por telefone. ou outras formas reais e/ou tradicionais de mobilização e crítica. o uso das redes sociais é mais uma ferramenta, sempre somando. abração!