Se a montanha não vai até Maomé…

O técnico em agropecuária José Sousa Andrade fotografou um “monumento” no mínimo inusitado no povoado Brejinho da Siquel, distante 60km da sede de Buriticupu/MA, a 418km da capital São Luís.

Assim ele descreveu a criatividade do povo de lá: “cansados de ficar sem sinal de telefonia móvel, resolveram construir uma plataforma/torre com mais ou menos 20 metros de altura em um morro a 500 metros do povoado. De lá é possível utilizar os serviços de telefonia das operadoras Tim e Vivo”.

Atingidos pela Vale concedem entrevista coletiva

Coletiva de imprensa é parte do Encontro Tripartite Canadá-Moçambique-Brasil, que acontece em São Luís

“Questões trabalhistas e socioambientais de comunidades afetadas pela Vale”. Este é o tema do Encontro Tripartite Canadá-Moçambique-Brasil que acontece em São Luís entre 23 e 25 de novembro, para tratar de diversos conflitos ocorridos nas áreas de atuação da empresa mundo afora.

Dia 25 (sexta-feira), às 11h, acontecerá uma coletiva de imprensa, de que participarão Lorraine Michael (líder do Novo Partido Democrático na província de Newfoundland, Canadá), diversos representantes moçambicanos, da Rede Justiça nos Trilhos e das comunidades Vila Diamante, em Igarapé do Meio, e Santa Rita, em Itapecuru- Mirim.

A entrevista coletiva será realizada no Hotel Praia Ponta d’Areia (Av. dos Holandeses, quadra XIII, s/nº.). Na ocasião será lançada a cartilha Que trem é esse?, que, de acordo com a organização do encontro, “tem o objetivo de orientar as comunidades sobre como se organizarem para não serem enganadas por promessas da empresa, além de partilhar experiências positivas de comunidades e pessoas que lutaram e conseguiram manter seus direitos garantidos”.

História – Estatal fundada em 1942, no Governo Getúlio Vargas, a Vale – então Companhia Vale do Rio Doce – foi privatizada em 1997, no governo Fernando Henrique Cardoso, pela bagatela de 3,3 bilhões de reais. Desde então já lucrou 45,8 bilhões e os conflitos com comunidades que vivem ao longo de sua área de atuação têm se acirrado.

Serviço

O quê: Entrevista coletiva com atingidos pela Vale.
Quem: Lorraine Michael (líder do Novo Partido Democrático na província de Newfoundland, Canadá), diversos representantes moçambicanos, da Rede Justiça nos Trilhos e das comunidades Vila Diamante, em Igarapé do Meio, e Santa Rita, em Itapecuru- Mirim.
Quando: dia 25 (sexta-feira), às 11h.
Onde: Hotel Praia Ponta d’Areia (Av. dos Holandeses, quadra XIII, s/nº.).

Repressão e prevenção ao trabalho escravo em debate

Seminário discutirá responsabilidades das autoridades no cumprimento dos Planos Nacional e Estadual de combate ao trabalho escravo

Nas próximas quinta e sexta-feira (24 e 25) acontece em São Luís o seminário Efetividade na prevenção e repressão ao trabalho escravo no Maranhão, iniciativa do Fórum Estadual pela Erradicação do Trabalho Escravo no Maranhão (Forem), Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH) e Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos Carmen Bascarán. O evento tem apoio da Catholic Relief Services (CRS Brasil), Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) e Ministério Público do Trabalho (MPT).

O seminário acontece no Auditório do Sindicato dos Bancários (Rua do Sol, 413/417, Centro), a partir do dia 24 (quinta), às 13h, tarde em que acontecerão mesas discutindo os seguintes temas: Contexto e os desafios no enfrentamento ao trabalho escravo no Maranhão e Efetividade na prevenção do trabalho escravo contemporâneo no Maranhão.

Na manhã seguinte serão debatidas a Efetividade na repressão ao trabalho escravo contemporâneo no Maranhão e Atuação parlamentar no enfrentamento ao trabalho escravo.

Contexto – O Estado brasileiro reconheceu em 1995 a existência de escravidão contemporânea diante das Nações Unidas. Desde então, após o Governo Federal ter criado o sistema de combate a este crime, mais de 39 mil trabalhadores foram libertados da escravidão no país. Apesar dos esforços e avanços empreendidos por órgãos governamentais, entidades da sociedade civil, empresas e movimentos sociais, milhares de brasileiros continuam tolhidos de sua liberdade de ir e vir, despidos de seus direitos e de sua dignidade humana.

Neste sentido o seminário reunirá entidades governamentais e da sociedade civil com objetivo de discutir as responsabilidades das autoridades no cumprimento dos Planos Nacional e Estadual de combate ao trabalho escravo.

O evento é aberto ao público. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo telefone (98) 3222-6064 (Núcleos do Forem, das 14h às 18h), (99) 3538-2838 (CD Carmen Bascarán, em horário comercial) ou no local. Leia abaixo a programação completa.

PROGRAMAÇÃO

24 de novembro 2011 (quinta-feira) > 13h: Abertura: Milton Teixeira Santos Filho (Secretário Executivo do Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos Carmen Bascaran) e Mari Silva Maia (Advogada da Sociedade Maranhense de Direitos Humanos). > 13h15min: 1ª. Mesa: Contexto e os Desafios no Enfrentamento ao Trabalho Escravo no Maranhão, com Marcelo Sampaio Carneiro (Prof. Dr. do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, UFMA – São Luis/MA), Antonio José Ferreira Lima Filho (Advogado, Coordenador da Assessoria Jurídica do CDVDH/CB, co-organizador do Atlas Político do Trabalho Escravo no Maranhão), Vicente Carlos de Mesquita Neto (Presidente da Sociedade Maranhense de Direitos Humanos), Representante da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional no Maranhão (OAB/MA) e Representante da Comissão Pastoral da Terra no Maranhão (CPT/MA). > 14h45min: Debate com a plenária. > 15h15min: 2ª. Mesa: Efetividade na Prevenção do Trabalho Escravo Contemporâneo no Maranhão, com Allan Kardec Ayres Ferreira (Superintendente Regional do Trabalho e Emprego no Maranhão, Auditor Fiscal do Trabalho), José Armando Fraga Diniz Guerra (Secretario Executivo da Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo – Conatrae), Luiza de Fátima Amorim Oliveira (Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Cidadania do Maranhão e Presidente da Comissão Estadual de Erradicação do Trabalho Escravo no Maranhão – Coetrae), Francisca Regilma de Santana Santos (Coordenadora da Cooperativa para a Dignidade do Maranhão – Codigma, que busca gerar trabalho e renda para pessoas oriundas do trabalho escravo ou que se encontram vulneráveis ao aliciamento para tal prática). > 16h45min: Debate com a plenária. > 17h15min: Encaminhamentos para o dia seguinte.

25 de novembro 2011 (sexta-feira) > 8h30min: 3ª. Mesa: Efetividade na Repressão do Trabalho Escravo Contemporâneo no Maranhão, com José Inácio Sodré Rodrigues (Superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – Incra – no Maranhão), Representante do Ministério Público Federal, Representante do Tribunal Regional do Trabalho da 16ª. Região Maranhão, Frei Xavier Plassate (Campanha de Olho Aberto Para Não Virar Escravo – CPT), Cristiane Vieira Nogueira (Procuradora Regional do Trabalho no Maranhão), Nonnato Masson (Advogado do Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos Carmen Bascarán, co-organizador do Atlas Político do Trabalho Escravo no Maranhão, atua como assistente de acusação em alguns processos de trabalho escravo no Maranhão). > 10h30min: Debate com a plenária. > 11h: 4ª. Mesa: Atuação Parlamentar no Enfrentamento ao Trabalho Escravo, com José Nery (Ex-Senador da República, Coodenador da Frente Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, assessor parlamentar da Senadora Marinor Jorge Brito), Domingos Dutra (Deputado Federal, Vice presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados) e Bira do Pindaré (Deputado Estadual no Maranhão). > 12h: Debates. > 13h: Encaminhamentos e encerramento.

Baixe aqui o folder de divulgação do Seminário.

Com informações da Assessoria do evento.

Um cordel de Wilson Marques

O escritor Wilson Marques é uma espécie de pop star das letras locais: suas palestras em escolas sobre sua obra são sempre concorridas pelos pequenos leitores. Que, dependendo de estímulos como esse, poderão vir a ser os grandes leitores. É um caso raro por estas bandas, embora ele não viva da literatura que se produz. Mas ele é reconhecido nas ruas como o “pai” de Touché, seu personagem mais famoso, que estrelou vários de seus livros.

O que fez o jornalista barbudo (é a publicidade quem paga suas contas) foi adaptar ao universo infantil diversas lendas já bastante ouvidas por nós, maranhenses já saídos da infância. Com ilustrações de Dedê Paiva, que já havia desenhado em seu O Tambor do Mestre Zizinho (e estará no lançamento), ele lança amanhã (24), A Lenda do Rei Sebastião e o Touro Encantado, em versos de literatura de cordel, sua mais nova aventura (mais na imagem abaixo, clica para ampliar).

Última

Hoje (18), logo mais às 21h, no Novo Armazém (Rua da Estrela, 401, Praia Grande), o poeta e compositor Joãozinho Ribeiro comanda a última edição da temporada São Luís Outros 400, ocasião em que receberá uma pá de gente boa, anunciada no e-flyer abaixo:

Os ingressos custam R$ 10,00. Maiores informações aqui.

Pra ouvir e/ou baixar

Íntegra do Chorinhos & Chorões de domingo passado (13), ocasião em que tive a grata, honrosa, prazerosa e mais que difícil missão de substituir Ricarte Almeida Santos na condução do programa, na Universidade FM (106,9MHz). Agradecimentos especiais deste blogueiro a ele, por confiar-me o posto, e a Marcos Belfort, pela gravação do áudio que temos o prazer de disponibilizar aos poucos-mas-fieis leitores deste modesto blogue.

O choro que voz me nordestes

Amanhã (13) este blogueiro tem a honrosa e difícil missão de substituir Ricarte Almeida Santos no Chorinhos e Chorões (Rádio Universidade FM, 106,9MHz). O programa vai ao ar às 9h. O titular do programa está viajando a trabalho.

Este aí do título o mote inventado para conceber o script, que acabo de redigir. A ideia: mostrar a influência do choro na criação de alguns artistas nordestinos, não necessariamente tidos como “chorões” por nós, muitas vezes.

No cardápio sonoro da seleção musical que preparei: Novos Baianos, Tom Zé, Zé Ramalho, Fagner, Josias Sobrinho, Chico Saldanha e Chico Maranhão, isto é, um passeio por um pedaço do Nordeste: Bahia, Paraíba, Ceará e Maranhão. É claro que há(via) muito mais a mostrar/tocar, mas em uma hora…

Que os poucos-mas-fieis leitores nos ouçam! Agradecemos a audiência, a preferência, a paciência… Que os muitos-e-fieis ouvintes de Ricarte idem. Deixe aí um comentário e ouça seu nome no Alô, Chorão!

Hoje

Eu já escrevi aqui sobre bons motivos para não perder este show.

Dois anos do Vias de Fato: um jornal necessário

Antes de mais nada: necessário, sim. Um jornal cujas “multinacionais” que o apoiam – Cáritas Brasileira Regional Maranhão, Chico Discos, Sociedade Maranhense de Direitos Humanos, Poeme-se – não interferem no conteúdo; cujo departamento comercial não se sobrepõe à redação; em que o compromisso com a verdade e a paixão pelo ofício – com seus ossos e “a dor e a delícia de ser o que é” – estão acima de quaisquer etc. Um jornal de esquerda, elogiado e criticado por esquerda, centro e direita, não necessariamente nessa ordem, a depender da edição, do assunto, da matéria…

Ainda lembro o primeiro panfleto do Vias de Fato: um boneco gorducho e baixinho gritava, nas mãos um exemplar do jornal que ainda ia sair. Dois anos se passaram. Mais de dois, na verdade, que as coisas naquele jornal mensal não são assim tão certinhas: o aniversário de dois anos é comemorado quando a criança já conta 25 meses, caminhando para 26.

Antes disso, lembro do cortejo de catirinas famintas em uma peça de teatro de rua, O batizado do boi de taipa, salvo engano era esse o nome, catirinas e boi e músicos e interessados em geral, artistas e espectadores misturavam-se, percorrendo a Praia Grande – numa época em que o bairro ainda não havia caído no estado de total abandono e putrefação a que ora se encontra relegado.

Lembro também a feijoada em comemoração ao primeiro aniversário do jornal, uma tarde descontraída na beira da praia: aquele dia era aniversário de Jonas Borges, que recentemente defendeu sua monografia e venceu uma doce aposta que tinha comigo.

Recentemente os editores Cesar Teixeira e Emílio Azevedo e os coordenadores Alice Pires e Altemar Moraes resolveram “acabar” com o expediente do jornal: havia se chegado à conclusão de que ali ninguém dá expediente. É verdade! Não há redação fixa, mas as coisas funcionam.

Tem sido um prazer muito grande e é uma honra enorme integrar essa família – sei lá há quantas edições venho colaborando com as páginas de cultura. Outra alegria são as reuniões do “conselho”: este blogueiro, Emílio Azevedo e Flávio Reis, desde sempre um entusiasta do mensal que “não foge da raia”.

Hoje (9), logo mais às 18h30min, no Auditório Che Guevara do Sindicato dos Bancários (Rua do Sol, 413/417, Centro), acontece o debate “Mídia alternativa, sociedade civil e luta social”, marcando o segundo aniversário do Vias de Fato.

Participam o jornalista Igor Felippe Santos, editor do site do MST e integrante do Centro de Estudos Barão de Itararé e da Rede de Comunicadores pela Reforma Agrária, o professor Flávio Reis, do curso de Ciências Sociais da UFMA, autor dos livros Cenas marginaisGrupos políticos e estrutura oligárquica no Maranhão, além do inédito Guerrilhas (a sair em breve com os selos Pitomba! e Vias de Fato), e a jornalista, socióloga e professora Helciane Araújo, da UEMA, autora do livro Memória, mediação e campesinato: as representações de uma liderança sobre as lutas camponesas na pré-Amazônia maranhense.

Como anuncia o panfleto: “o evento faz parte da comemoração pelos dois anos de fundação do jornal Vias de Fato. A entrada é franca. Ao final do debate teremos música, cachaça e camarão seco”.

Sambalanço, bumba e jazz

Aos órfãos do Clube do Choro Recebe, duas ótimas pedidas em São Luís podem fazê-los/nos relembrar o saudoso acontecimento semanal que deu uma sacudida na cena choro/musical ilhéu.

O primeiro, um show isolado. O segundo, uma temporada. Dizer, do primeiro, simplesmente isso, não é, no entanto, diminuir o acontecimento. Do segundo, basta dizer que torcemos para que a temporada dure ad infinitum, mesmo que nosso latim não dê pro gasto.

O que quero anunciar aqui são dois acontecimentos imperdíveis: o primeiro, o show Sambalanço, que Léo Capiba apresenta nesta quinta-feira (10), às 21h, no Danado de Bom (Cohajap); o segundo, o projeto Canto do Choro, as apresentações que vem realizando, já há dois sábados (e neste agora, 12), às 18h, no Bar Canto da Cultura (antigo Cia. Paulista, Praia Grande), o trio Bumba Jazz.

A elegância e o sorriso inconfundíveis de Capiba voltam ao palco

Por diversos motivos é imperdível o show de Léo Capiba: pelo raro talento do artista cearense radicado em São Luís, pelo repertório, basta lembrarmos de suas emocionadas, emocionantes, vigorosas e descontraídas interpretações para clássicos como Chiclete com banana (Almira Castilho/ Gordurinha), Espelho (Paulo César Pinheiro/ João Nogueira), Orora analfabeta (Gordurinha/ Nascimento Gomes) e Tereza da Praia (Tom Jobim/ Billy Blanco, à época do Clube do Choro cantada geralmente em duo com outro Léo, o Spirro, que acaba de lançar disco dedicado à obra de mestre Cartola, compositor da predileção de ambos), entre tantas outras que espero (re-)vê-louvi-lo cantar, além, é claro, do fino acompanhamento, que fará jus ao grande cantor e percussionista (embora ainda inédito em disco e pouco (re-)conhecido) que é Léo Capiba: o Quinteto Bom Tom, formado por Celson Mendes (violão e direção musical), Daniel Miranda (trombone), Fleming (bateria), Jeff Soares (contrabaixo) e Miranda Neto (trompete).

Desfile de talentos no Canto da Cultura, Praia Grande

Também por diversos motivos são imperdíveis (embora eu tenha perdido as duas primeiras) as apresentações que o trio Bumba Jazz vem realizando aos sábados, numa iniciativa, louvável, diga-se de passagem, também, de dar alguma qualidade às apresentações musicais e ao cenário da Praia Grande em geral. Só os talentos individuais dos virtuoses que compõem a trinca já fazem valer o ingresso: Luiz Jr. (violões de seis e sete cordas), Robertinho Chinês (bandolim e cavaquinho) e Rui Mário (sanfona). O repertório ajuda: clássicos de nomes como Antonio Vieira, Baden Powell, Cesar Teixeira, Ernesto Nazareth, Jacob do Bandolim, Josias Sobrinho, Pixinguinha e Waldir Azevedo, entre outros, recriados e virados do avesso à base de jazz, bumba meu boi e outros temperos locais, além de temas autorais dos discos solo dos dois primeiros. Vale lembrar que este trio é um excerto do Choro Pungado, grupo que além deles tinha João Neto (flauta) e Luiz Cláudio (percussão), que durou tempo suficiente para deixar saudades. Vale destacar ainda as participações especiais, a cada sábado: no passado (perdeu!), Lena Machado (voz) e Zé Carlos (percussão); neste (12, vai perder?), a diva Célia Maria (voz).

Para o show de quinta (o dia, não a categoria), os ingressos custam R$ 15,00; para o de sábado, R$ 10,00.

Hoje, em São Luís: últimas sessões da 6ª. Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul

Seis filmes em quatro sessões marcam o último dia da 6ª. Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul em São Luís. De graça, no Cine Praia Grande (Centro de Criatividade Odylo Costa, filho, Praia Grande), serão exibidos:

13h: Sobra uma lei (Daiana Di Candia/ Denisse Legrand, Uruguai, 36min., 2011, doc) e Pequenas vozes (Óscar Andrade/ Jairo Eduardo Carrillo, Colômbia, 76min., 2010, doc). Ambos os filmes tratam dos direitos da criança e do adolescente e à integridade física e têm classificação indicativa: 10 anos, clica sobre o horário para ver detalhes do programa.

15h: Chuvas de verão (Carlos Diegues, Brasil, 93min., 1977, ficção), direito do idoso, classificação indicativa: 16 anos.

17h: Morango e chocolate (Tomás Gutierrez Alea/ Juan Carlos Tabío, Cuba/ México, 110min., 1993, ficção), cidadania LGBT, democracia e direitos humanos, classificação indicativa: 14 anos.

19h: A terra a gastar (Cássia Mary Itamoto/ Celina Kurihara, Brasil, 6min., 2009, animação) e Os inquilinos (Os incomodados que se mudem) (Sérgio Bianchi, Brasil, 103min., 2010, ficção), o primeiro abordando economia e direitos humanos, o segundo, segurança pública cidadã, ambos com classificação indicativa: 14 anos, clica no horário para mais detalhes sobre o programa.

CuriosidadeO céu sem eternidade (Eliane Caffé, Brasil, 70min., 2011, doc), rodado em Alcântara/MA, e exibido sexta-feira (4), às 19h, teve a sessão mais concorrida da Mostra: aproximadamente 180 pessoas se espremeram entre as 120 poltronas do CPG, os corredores e o chão; superou mesmo a sessão de abertura, que contou 160 presentes.

Aposta do blogue – O filme mais concorrido de hoje deve ser Morango e chocolate, a conferir.

Uma falta de energia anunciada deverá atrasar um pouco as sessões. Mas é bom não contar muito com isso, chegar cedo e garantir os ingressos. Depois dessas, só ano que vem ou se você visitar uma das capitais por onde a Mostra ainda vai passar.

Em meio à avacalhação geral

o jornal Vias de Fato completou dois anos. Para marcar a passagem realiza dia 9 (quarta que vem) o interessantíssimo e imperdível debate abaixo:

Trem musical, Parador de Nosly encosta amanhã (29) na estação Arthur Azevedo

Do Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira: “Iniciou a vida artística em 1984 na cidade de São Luís, capital do Estado do Maranhão.// Residiu em Minas entre os anos de 1986 e 1995, onde integrou a Orquestra de Violões do Palácio das Artes. No ano 2000 lançou pela gravadora Dabliu o cd Teu lugar, no qual interpretou várias composições de sua autoria, entre elas, Brinco, Noves fora e Japi, as três em parceria com Zeca Baleiro; Coração na voz (c/ Nonato Buzar e Gerude); Gueno (c/ Glauco Barbosa) e June, parceria com o poeta Celso Borges, entre outras.// No ano de 2003, ao lado de César Nascimento e Mano Borges, apresentou-se no “Projeto Prêt-à-porter”, com direção artística de Sérgio Natureza, no Teatro Café Pequeno, no Leblon, Zona Sul do Rio de Janeiro.// Em 2010 lançou o cd Nave dos Sonhos, no qual figura a faixa-título composta em parceria com o também maranhense Nonato Buzar, disco lançado em show homônimo no Bar Severyna, em Laranjeiras, Zona Sul do Rio de Janeiro. No show contou com a participação dos músicos Ney Conceição (baixo), Kiko Continentino (teclados) e Victor Bertrami (bateria).// Entre seus diversos parceiros destacam-se os letristas Celso Borges, Tibério Gaspar, Chico Anísio, Fausto Nilo e Sérgio Natureza, além do compositor e sambista carioca João Nogueira.”

Do texto do encarte de Parador [ouça na Rádio UOL], assinado pelo parceiro-produtor Zeca Baleiro: “Parador é o terceiro disco de Nosly, compositor maranhense que já zanzou por muitas plagas sem fixar-se em nenhuma – São Luís, Rio, Belo Horizonte, Düsseldorf… Como seu conterrâneo Gonçalves Dias, Nosly vive no exílio, no abandono apaixonado da música, urdindo canções como quem tece num tear seu artesanato de afetos, sua teia de ritmos (…)// Sem mais delongas, digo: Nosly é um craque inquestionável da sempre nova (e muito viva) canção brasileira”

Parador abre com a regravação de Aquela estrela (Ronald Pinheiro e Jorge Thadeu) e fecha com Maria Luiza (Nosly), único tema instrumental do disco, homenagem à mãe do compositor. Entre as 13 faixas, parcerias, regravações e inéditas.

Amanhã (29), às 21h, no Teatro Arthur Azevedo, acontece o show de lançamento de Parador (2011), novo disco de Nosly, produzido por Zeca Baleiro (mais sobre o show no release escrito pelo parceiro Fernando Abreu). Abaixo, a entrevista exclusiva que o músico concedeu ao blogue, por e-mail.

ENTREVISTA: NOSLY

ZEMA RIBEIRO – Nosly, como foi sua infância e em que momento você sentiu que ia ser músico, que ia viver de música?

NOSLY – Nasci em Caxias/MA, em agosto de 1967. Sou o sétimo filho de uma família de 10 e carrego o nome do pai, Nosly. Cresci ouvindo muita música boa, música de qualidade, orquestradas e interpretadas por grandes nomes. A minha primeira lembrança, eu deveria ter talvez quatro ou cinco anos, foi colocar na “radiola”Agostinho dos Santos cantando Estrada do Sol (Tom Jobim e Dolores Duran). Depois, com sete, me divirtia com os instrumentos musicais (xilofones, saxofones, clarinetes etc.) que ganhava na época de natal. Acho que os meus pais, de alguma maneira, já identificavam meu interesse pela música. Só lá pelos 13 é que pintou o violão na minha vida. Daí foi paixão à primeira nota.

Parador pode ser considerado teu disco mais pop, embora nunca descartável, como acentua o parceiro Fernando Abreu no release de divulgação do show de lançamento. Como foi sua gestação? O disco começou a ser idealizado no começo do novo milênio, mas por conta da agenda do Zeca [Baleiro, produtor do disco] e a minha decisão de passar um tempo na Europa, foi sendo adiado, até, finalmente em 2010, partirmos pra por em prática e realizar o sonho antigo. Muitos e-mails trocados com o Zeca até chegarmos a esse repertório que aí está. Compus algumas coisas especialmente pra esse cd, como por exemplo Oh, baby perdoe (Nosly e Zeca Baleiro), Aldeia (Nosly e Celso Borges) e Apesar de doer (Nosly e Vanessa Bumagny). Muitas idas e vindas, São Luís, São Paulo, São Luís, até a conclusão e lançamento em maio deste ano.

O que o público ludovicense pode esperar do show de lançamento do disco, que contará com a participação especialíssima de Toninho Horta? O show tem como base o repertório do cd e toco ainda algumas músicas do primeiro [Teu lugar] e do segundo cd [Nave dos sonhos]. A banda é sensacional: VICTOR BERTRAMI – BATERA, NEY CONCEIÇÃO – BAIXO e KIKO CONTINENTINO – PIANO [grifos dele]. O Toninho é amigo desde 86, quando eu participei do I Seminário Brasileiro da Música Instrumental, realizado em Ouro Preto. Considero o Toninho um dos maiores violonistas, guitarristas do mundo, além de consagrado compositor, grande ídolo, desde o tempo que ouvia o Clube da Esquina. Melhor agora, depois de tantos anos de amizade, poder estreitar mais ainda nossos laços musicais e contar com a presença dele no show. É uma honra pra mim e acredito que será também para o público que vai nos prestigiar.

Parador traz uma série de parcerias, com nomes como Celso Borges, Fausto Nilo, Fernando Abreu, Olga Savary, Vanessa Bumagny e Zeca Baleiro, entre outros, o primeiro e o último aqui listados talvez os mais antigos, parceiros desde o começo da carreira. Como se dão essas parcerias? Como é lidar com essa pluralidade? Cada parceiro tem sua importância e admiro todos eles, pois a parceria nasce antes, no coração da gente, só depois vira música. Já compus de n maneiras distintas, não dá pra prever nem premeditar, tudo nasce como deve ser, naturalmente. Recebo letras de música, poemas, ideias de melodias, enfim cada caso é um caso. O importante mesmo é que o momento seja pleno e que a ideia venha à cabeça. Tive a honra de compor com grandes nomes da MPB, como Nonato Buzar, Chico Anysio, João Nogueira, Tibério Gaspar, Sérgio Natureza, Zeca Baleiro, Chico César, Fausto Nilo, Luis Carlos Sá, Celso Borges, Fernando Abreu, Gerude, Luis Lobo, Olga Savary, Lúcia Santos, Cláudia Alencar, enfim, a lista é longa e sempre cabe mais um. É muito bom poder compartilhar momentos e afinidades e a parceira é a junção dessas duas coisas.

Como foi trabalhar com o parceiro Zeca Baleiro assinando a produção? Foi muito prazeroso trabalhar com o Zeca. Já fizemos tantas coisas juntos no passado, que facilitou nesse agora. Temos muita afinidade, crescemos juntos e ouvimos muita música naquelas tardes de Monte Castelo. Além disso, nossa concepção é bem parecida, embora cada um tenha sua maneira particular de evidenciar isso. Pra resumir, foi uma beleza fazer esse cd produzido por ele, pelas ideias que dividimos e pelo despojamento sobre qualquer sentimento de vaidade que pudesse macular esse nosso encontro.

Faixas como Oh, baby, perdoe (Nosly e Zeca Baleiro), I’ll be over you (Steve Lukather e Randy Goodrum) e So I’ll have to say I love you in a song (Jim Croice), têm um acento brega, seja pela temática romântica da primeira, a segunda uma balada original que aqui ganha versão reggae e a terceira por ter tido uma versão em português gravada por um ídolo do gênero, Fernando Mendes. Sobretudo em relação às duas últimas, como se deu a escolha para que entrassem no repertório de ParadorApesar de ter ouvido na infância Odair José, Fernando Mendes, Amado Batista, Wando etc., tudo aquilo soava natural, era rotulado de brega, mas isso já tomou outra conotação dos dias de hoje. Tanto é que grandes nomes  da MPB continuam gravando esses compositores ditos brega até hoje. Nada foi intencional, recebi a letra do Zeca pela internet, via e-mail, daí apenas dei vasão ao sentimento do momento. Melodia não tem hora pra acontecer e nem se sabe como vai ser. Você sente e põe no violão. Quando gravamos não tivemos essa preocupação de fazer um acento como se fora brega. Quisemos sim, fazer rememorar alguns timbres dessa época que caíram em desuso. Seria, pois ,uma retomada de algo que foi bom e se perdeu durante um tempo e que agora temos a chance pelo menos de registrar à nossa própria maneira e entendimento.

A faixa-título é uma homenagem a um tio teu, em cuja casa tu moraste, no Rio de Janeiro. Composta em parceria com Gerude e Luis Lobo, também dá a ideia de um Nosly cosmopolita, que já morou inclusive na Alemanha, onde foi gestado outro disco teu, o anterior Nave dos Sonhos. Qual o melhor lugar em que você já morou, seja por aspectos pessoais, mas sobretudo musicais? É muito bom ser cidadão do mundo, falar quatro línguas, sair em busca do aprimoramento, da melhora que todos almejamos. Belo Horizonte é bem marcante na minha vida. Tenho saudades de lá. O Rio de Janeiro, especialíssimo, e tenho sangue carioca: meu pai era carioca. Foi muito importante pra mim o tempo que vivi lá. E por último Düsseldorf, na Alemanha, onde vivi por cinco anos maravilhosos. Fica difícil apontar essa ou aquela cidade, cada uma tem sua medida de importância em meu coração. E quanto aprendizado!

Como você analisa o cenário da produção musical do Maranhão hoje? E no seu caso particular, é mais fácil ser reconhecido aqui, sua terra, ou lá fora? Claro que se você está num grande centro, São Paulo, Rio, BH etc., você tem mais oportunidades de mostrar seu trabalho, não tem o que comparar. Quanto à produção local, acho que fazemos música de altíssimo nível, lindas poesias, letras, lindas melodias que poderiam com certeza embalar corações mundo afora. Basta, pra que isso aconteça, oportunizar, formar plateia e ocupar espaços ociosos com bons espetáculos, seja de música, teatro, poesia, artes plásticas, dança, enfim, qualquer manifestação cultural com que o povo se identifique. Na Europa, tenho público cativo, são três cds editados lá. No Brasil, minha música é ouvida de norte a sul. Vivo em busca do reconhecimento, não importa onde seja, onde esteja. Se o povo quer me ouvir, lá sempre estarei.

Release

Carlinhos Veloz e Fátima Passarinho em Outros 400

Joãozinho Ribeiro contará, em show da temporada, com participações de duas das mais belas vozes da música do Maranhão

Às vésperas do feriado do dia dos servidores públicos, a eles será dedicada a oitava edição de São Luís – Outros 400, temporada musical capitaneada pelo compositor Joãozinho Ribeiro, também funcionário público: o autor de Erva Santa e Milhões de Uns é servidor da Receita Federal.

“Ao menos para nossos colegas funcionários públicos o acordar cedo não será desculpa para perderem esta edição de Outros 400”, alerta o próprio Joãozinho, com toda a razão.

É que ele terá, no palco, como convidados, dois intérpretes talentosíssimos, de belas vozes e repertório idem: Carlinhos Veloz e Fátima Passarinho. “Passarinho cantando e voando Veloz, deixando um rastro de canto afinado, melodias bonitas, talentos indiscutíveis, performances irretocáveis”, poetiza Joãozinho Ribeiro, o anfitrião, fazendo o chamamento a seu público.

Clássicos da lavra de Joãozinho Ribeiro e outros nomes da música produzida no Maranhão e no Brasil não faltarão ao repertório. Ele e seus convidados serão acompanhados do Regional 400, formado por Arlindo Carvalho (percussão), Celson Mendes (violão e direção musical), Fleming (bateria), Mauro Travincas (contrabaixo) e Miranda Neto (trompete).

Serviço

O quê: São Luís – Outros 400. 8ª. edição da temporada.
Quem: Joãozinho Ribeiro. Participações especiais de Carlinhos Veloz e Fátima Passarinho.
Quando: dia 27 (quinta-feira), às 21h.
Onde: Novo Armazém (Rua da Estrela, 401, Praia Grande).
Quanto: R$ 10,00.