
O segundo sarau da temporada 2022 do projeto RicoChoro ComVida na Praça ocupou a de Nossa Senhora de Nazaré, no Cohatrac, sábado passado (20) no diálogo saudável e estimulante entre músicos e plateia, com a participação da comunidade, entre os que fruíam a roda de choro e os que aproveitavam a passagem do dj Marcos Vinícius, do Instrumental Tangará e dos cantores e compositores Bia Mar e Carlos Cuíca pelo bairro para fazer um extra, entre vendedores ambulantes e os bares, restaurantes e churrasquinhos do entorno.
Nos 10 anos da lei de cotas e o atual momento de revisão da referida legislação, Marcos Vinícius mandou o recado pela música de Macau interpretada por Sandra de Sá, que canta “todo brasileiro tem sangue crioulo”, em “Olhos coloridos”, hit absoluto desde o lançamento, um dos pontos altos de sua sempre caprichada sequência.
Acompanhados por um Tangará que caprichou na homenagem a Jacob do Bandolim (1918-1969) – o “herdeiro” Hamilton de Holanda estava na cidade para um show na véspera – falecido há 53 anos, num 13 de agosto. Dele tocaram “Noites cariocas” – “hoje vai virar “Noites ludovicenses”, brincou o acordeonista Andrezinho –, “Assanhado” e “Doce de coco”. O grupo se completa com Valdico Monteiro (pandeiro), Gustavo Belan (cavaquinho) e Tiago Fernandes (violão sete cordas).
Bia Mar e Carlos Cuíca fugiram do óbvio em seus repertórios, cujos pontos altos (a escolha não é fácil e essa é uma opinião pessoal) foram, respectivamente “Reconvexo” (Caetano Veloso) e “Mestre Antonio Vieira” (Carlos Cuíca), revelando referências e inspirações.
Sábado que vem (27), às 19h, no Largo da Igreja do Desterro, no Centro Histórico da capital, acontece o último sarau da temporada. As atrações são o dj Jorge Choairy, o Quarteto Crivador – formado por Marquinhos Carcará (percussão), Rui Mário (acordeom e direção musical), Wendell de la Salles (bandolim) e Tiago Fernandes (violão sete cordas) – e o cantor Cláudio Lima, com a participação especial de Dicy, que farão uma homenagem ao repertório do antológico elepê “Lances de agora” (1978), de Chico Maranhão. Na ocasião, o poeta e jornalista Celso Borges fará novo lançamento de seu livro “Lembranças, lenços, lances de agora: memórias e sons da cidade na voz de Chico Maranhão”, com leitura de trechos da obra.





