O húngaro Bela Tarr, um dos entrevistados de Walter Carvalho em Um filme de cinema. Frame. Reprodução
O abandono de uma antiga sala de cinema na Paraíba natal de Walter de Carvalho é o cenário poético que emoldura Um filme de cinema [documentário, Brasil, 2015, 108 min.], uma verdadeira aula de cinema, aliás, um curso completo. Engana-se quem pensa em obviedade ao ler o título, já que em tese, todo filme é de cinema. Aula, na melhor acepção da palavra, que às vezes uma ótima não carece de sala para acontecer. Curso, que cada depoimento é uma aula. Ali estão o que torna uma aula única: paixão e exemplos.
São vários nomes envolvidos com a produção cinematográfica, principalmente diretores, mas não só, falando com simplicidade e propriedade de seu ofício, dando exemplos, ou do que falam ou do que lhes despertou a tal paixão. “Por que você faz cinema?” é uma das perguntas que orientam o documentário.
São emocionantes os informais depoimentos de Andrzej Wajda, Ariano Suassuna, Asghar Farhadi, Bela Tarr, Bence Fliegeuf, Gus Van Sant, Hector Babenco, José Padilha, Júlio Bressane, Karim Aïnouz, Ken Loach, Lucrecia Martel, Ruy Guerra, Salvatore Cascio e Zhang-ke Jia, belo panorama do cinema contemporâneo colecionado ao longo das últimas duas décadas por Walter Carvalho, ele próprio uma espécie de enciclopédia do cinema nacional, com o nome em fichas técnicas de filmes como Amarelo manga (fotografia), Carandiru (fotografia), Cazuza – O tempo não para (direção, com Sandra Werneck), Central do Brasil (fotografia), Febre do rato (fotografia), Lavoura arcaica (direção de fotografia), Madame Satã (fotografia) e Terra estrangeira (direção).
Ruy Guerra, diretor de Quase memória, comenta por exemplo, a vontade que teve de ser escritor um dia. José Padilha, de Tropa de Elite e Robocop, comenta os conflitos entre blockbusters e cinema autoral em Hollywood. A argentina Lucrecia Martel desenha para explicar melhor determinada ideia. Ariano Suassuna (O auto da compadecida) lembra o primeiro filme que assistiu, “nunca mais vi algo tão ruim, passei um tempo resistente a cinema por conta dele”, e o dia em que levou uma tia para ver um filme de terror no cinema, para gargalhada geral da plateia. Salvatore Cascio lembra, no local em que foi filmado, a sorte de ter sido escolhido, entre 250 candidatos, para atuar em Cinema Paradiso, de Giuseppe Tornatore. Bela Tarr tece comentários sobre a liberdade, necessária ao ofício dos atores.
Os diretores comentam aspectos mais técnicos, como planos, sequências, enquadramentos e outras convenções cinematográficas. Fugindo delas – “mesmo o não convencional é uma convenção”, adverte Júlio Bressane – Walter Carvalho se vale da pluralidade de cenários, câmera na mão, garantindo certo nervosismo, talvez uma metáfora para nos lembrar de que estamos diante de alguns dos maiores nomes do cinema brasileiro e mundial.
Um filme de cinema pré-estreia no Maranhão na Tela, em sessão gratuita e aberta ao público no próximo dia 23 de março (quarta-feira), às 20h30, no Cine Praia Grande.
Homem de vícios antigos assistiu ao filme a convite da produção do festival.
Viúvo que cria sozinho o filho pequeno, Fernando (Fernando Alves Pinto) é um advogado que ganha a vida num emprego que detesta: fotógrafo da polícia, fazendo os clássicos retratos de frente e perfil de detidos portando seu número de identificação ou cadáveres frescos na cena do crime.
Ele tem uma estranha obsessão por objetos de sua esposa morta: vive a lustrar joias, engomar vestidos (com que dorme abraçado), limpar sapatos e pô-los para pegar sol. Ao ir até o antigo escritório dela, também advogada, traz consigo mais uma pilha de pertences da mulher, incluindo uma sacola de fitas VHS.
Em meio a elas o fumante inveterado descobre ter sido traído e resolve investigar o passado da esposa, trocando uma estranha obsessão por outra, perigosa. A partir daí instala-se um clima de tensão permanente.
O labirinto de incertezas em que o espectador é jogado em Para minha amada morta [drama, Brasil, 2015, 105 min.] é tão bem urdido que em várias cenas somos pegos tentando adivinhar – e errando – qual será o próximo passo dado pelo protagonista.
Fernando se vale de sua função na polícia para obter dados sobre o amante de sua falecida esposa, anda armado e a cada esquina do filme esperamos um crime motivado por vingança – o que não acontece. Não é vingança o que Fernando quer, mas tentar entender o passado.
É a busca por esta espécie de acerto de contas que o leva ao convívio de Salvador (Lourinelson Vladmir), o amante da esposa morta, um ex-presidiário que buscou remissão em uma igreja evangélica na periferia em que vive com a mulher, duas filhas e um cachorro, onde Fernando vai parar.
Estreia do diretor Aly Muritiba em longa-metragem, Para minha amada morta é um drama com altas doses de suspense que foge de clichês. O filme foi premiado com sete candangos no 48º. Festival de Brasília, ano passado, incluindo os de melhor ator coadjuvante (Lourinelson Vladmir) e melhor direção.
Para minha amada morta pré-estreia no Maranhão na Tela, dia 24 de março, às 20h30, no Cine Praia Grande, em sessão gratuita e aberta ao público.
Homem de vícios antigos assistiu ao filme a convite da produção do festival.
João Miguel na pele do jornalista Ernesto. Frame. Divulgação
Quase memória [drama, Brasil, 95 min.] é caminhar no pântano: nem sempre se pode confiar onde se está pisando. Será verdade tudo o que lembramos?
O filme de Ruy Guerra baseado no romance de Carlos Heitor Cony é esta tensão entre o claro e o escuro, lembranças vívidas e lapsos, lacunas, o que o título nos entrega de bandeja.
Quase memória, o livro, é, em termos de vendagem, título brasileiro raro, quase na casa do meio milhão de exemplares vendidos.
O filme é uma livre adaptação, em que Carlos Campos (espécie de alter-ego cinematográfico do escritor) conversa consigo mesmo neste exercício de reconstrução da memória. Ele é Tony Ramos – em estupenda interpretação – e Charles Fricks, num longa que conta ainda com atuações de João Miguel e Mariana Ximenes.
O Carlos velho ouve no rádio o decreto do ato institucional nº. 5, em 13 de dezembro de 1968, o que deixaria a ditadura ainda mais dura, perdoem o trocadilho infame; o Carlos jovem vê na tevê a notícia da morte do piloto brasileiro de fórmula 1 Ayrton Senna em 1º. de maio de 1994.
Sem compará-los são dois momentos trágicos da vida pública nacional, estopim para o diálogo que Carlos terá consigo mesmo ao longo de uma noite e uma madrugada. O relógio bate seis vezes marcando a hora da Ave Maria e o início do diálogo e, dia amanhecendo, garrafa de uísque vazia, seis vezes anunciando a chegada da manhã.
Jornalista, Cony é filho de jornalista, e livro e filme acabam sendo, também, uma declaração de amor ao ofício cada vez mais avacalhado nestes tempos sombrios – se o blogueiro parece pessimista, a adaptação não.
Há humor nas lembranças que Carlos tem do pai em diversos momentos marcantes de Quase memória, mesmo os trágicos, como o crítico de teatro Mário Flores (Júlio Adrião), que morre vítima de infarto ao saber de sua demissão por notícia do jornal em que havia dedicado três décadas a óperas e que tais. Noutra passagem, Ernesto (João Miguel), pai de Carlos, é promovido a autor da coluna de obituários, após imaginar (e publicar) o discurso de um padre – que acabou morrendo sem proferi-lo.
Parceiro de Chico Buarque em músicas como Tira as mãos de mim, Bárbara, Fado Tropical, Ana de Amsterdam, Tatuagem e Não existe pecado ao sul do Equador, Ruy Guerra já havia adaptado ao cinema um livro do escritor: Estorvo [2000].
Quase memória pré-estreia na abertura da oitava edição do festival Maranhão na Tela, com exibição gratuita e aberta ao público dia 21 de março, às 19h, no Teatro João do Vale (Rua da Estrela, Praia Grande).
Homem de vícios antigos assistiu o filme a convite da produção do festival.
Festival acontece de 21 a 26 de março no Centro de Criatividade Odylo Costa, filho e Teatro João do Vale, com programação gratuita
A oitava edição do Maranhão na Tela acontece entre os próximos 21 a 26 de março, no Centro de Criatividade Odylo Costa, filho e Teatro João do Vale, na Praia Grande. Já consolidado nos calendários cinematográfico e cultural da capital maranhense, o festival homenageia os diretores Murilo Santos e Roberto Farias, este às vésperas dos 83 anos que ele completa dia 27 de março.
Cena de Roberto Carlos em ritmo de aventura. Frame. Reprodução
Meia dúzia de filmes de Farias serão exibidos em cópias digitalizadas durante o festival, incluindo a “trilogia do Rei”: Roberto Carlos em ritmo de aventura [1968], Roberto Carlos e o diamante cor de rosa [1970] e Roberto Carlos a 300 quilômetros por hora [1971]. O clássico Pra frente, Brasil [1982] será exibido na sessão de abertura do festival. Os outros títulos de Farias que serão exibidos na mostra que o homenageia são Assalto ao trem pagador [1962] e o documentário O fabuloso Fittipaldi [1974].
A idealizadora e produtora do Maranhão na Tela em cerimônia de edição anterior do festival. Foto: divulgação
Novidade nesta edição, o que faz o festival se aproximar ainda mais do nome Maranhão na Tela, é a homenagem a cineastas maranhenses, começando, este ano, por Murilo Santos. “O nome do Murilo foi, desde sempre, o único que cogitamos para ser o primeiro homenageado maranhense. Ano que vem teremos uma lista, chegaremos a um consenso, mas esse ano é só dele”, declarou a idealizadora e produtora do Maranhão na Tela Mavi Simão, revelando ter sido consenso o nome do homenageado. “O Murilo tem uma importância histórica pro cinema maranhense que não tem similar. A forma como ele atuou e atua é única!”, continuou.
Desenho de Joaquim Santos para Quem matou Elias Zi? Frame. Reprodução
Murilo também terá seis títulos exibidos no oitavo Maranhão na Tela: Um boêmio no céu [1974], Tambor de crioula [1979], Quem matou Elias Zi? [1982], com trilha sonora e desenhos do irmão Joaquim Santos, Na terra de Caboré [1986], Marisa vai ao cinema [1995] e Fronteira de imagens [2009].
Mavi Simão avalia a evolução do festival ao longo das edições e o investimento constante em formação, uma característica do evento anual. “O Maranhão na Tela sempre teve um foco, um objetivo claro, que é o de contribuir para fomentar a produção local, e esse direcionamento acredito que dê uma solidez pro festival. Outro compromisso que me move é o de sempre tentar superar a edição anterior e assim vamos caminhando. O compromisso do festival sempre foi com o fomento e, dentro do meu parco raio de alcance, a melhor forma de fazer isso é investindo em formação. O conhecimento inquieta as pessoas”, afirmou.
Sobre o atual momento vivido pelo cinema no Maranhão, particularmente no que tange a notícias recentes como os anúncios do governo estadual de uma escola de cinema e um edital para o audiovisual maranhense, ela comemora: “Estamos vivendo um momento ímpar, um antes e depois da produção audiovisual maranhense. Agora sim, vislumbro mais concretamente a inserção da produção local na cena nacional. E a escola vai ter um impacto enorme nesse processo! Finalmente temos um governo que reconhece a importância estratégica do audiovisual”.
Cartaz de Quase memória. Reprodução
Além das homenagens, o Maranhão na Tela terá uma vasta programação com aproximadamente 350 títulos, entre pré-estreias, estreias, retrospectivas e animações. Na primeira categoria estão Quase memória, de Ruy Guerra, baseado no livro de Carlos Heitor Cony, Um filme de cinema, de Walter Carvalho, Para minha amada morta, de Aly Muritiba, e Prova de coragem, de Roberto Gervitz, com atuação de Áurea Maranhão.
A mostra Maranhão de Cinema, uma das que compõem a programação do Maranhão na Tela, tem 36 filmes, divididos em duas categorias: uma competitiva, com títulos inéditos, e uma retrospectiva, com obras que marcaram a produção audiovisual no estado nos últimos 40 anos – destaque para a filmografia de Murilo Santos. A curadoria é assinada por Mavi Simão com o diretor Josh Baconi e Raffaele Petrini, diretor do Cine Praia Grande, que abrigará a maior parte da programação desta oitava edição do festival, realização da Mil Ciclos Filmes, com patrocínio da Oi e da Rede de Óticas Diniz, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, e apoio cultural da Oi Futuro.
Sobre destaques da programação, Mavi preferiu não se comprometer, tamanho o envolvimento e o cuidado com cada detalhe da produção. “Cada filme, cada curso, cada convidado, cada espectador faz o festival ser como é. Tô aqui pensando e não consigo destacar algo ou alguém em especial. Tenho uma relação passional com o Maranhão na Tela, tudo o que acontece a cada edição é especial pra mim”, finalizou.
O que quer alguém que já venceu o Oscar, o Pulitzer e o Obie Awards ao se meter e fazer uma graphic novel? Esfregar sua genialidade na cara da humanidade? “O que é que pode fazer um homem comum neste presente instante?”, hein, meu caro Belchior?
O melhor a fazer é deleitar-se com o exagerado talento de Jules Feiffer, 87, esfregado em nossa cara página a página, quadro a quadro de Mate minha mãe [Companhia das Letras/ Quadrinhos na Cia., 2015, 160 p., leia um trecho].
50 tons de cinza (e marrom) que realmente valem a pena, trama bem urdida, nada a ver com o soft pornô, best seller em livrarias e cinemas – refiro-me à coloração desta obra-prima de Feiffer, ser incomum e raro (redundo?), avalizado na contracapa por Neil Gaiman, Art Spiegelman, Chris Ware e Stan Lee. Querem mais?
Com talento mais que comprovado em outras áreas, Feiffer, escritor e cartunista com mais de 35 livros publicados, estreia em grande estilo com esta graphic novel policial, recheada de música. Não à toa, suas personagens cantam e dançam (às vezes literalmente), equilibrando-se na corda bamba entre o rabisco e a obra de arte.
Assistente de Will Eisner na adolescência, Feiffer, de cara, agradece a mestres que dão pistas das referências encontradas em Mate minha mãe: os quadrinhistas Milton Caniff e o próprio Eisner, os romancistas Dashiell Hammett, Raymond Chandler e James M. Cain e os cineastas John Huston, Billy Wilder e Howard Hawks.
Dividida em dois atos, a história se passa nas décadas de 1930 e 40. Pode soar clichê, mas parece impossível fugir da comparação dos quadrinhos com o cinema (noir): os diálogos rápidos, os capítulos curtos, a agilidade das personagens, saltando fora dos quadrinhos, os núcleos se cruzando: cinco mulheres e um alcoólatra arremedo de detetive.
Blues, bom humor, ironia: Feiffer tira um sarro de Hollywood, onde se passa a segunda parte da história, com uma personagem transgênero desfilando entre as estrelas, em determinado momento convertidas em atrações para soldados em guerra.
A 10ª. Mostra Cinema e Direitos Humanos no Mundo pode até ter sofrido com os cortes orçamentários do governo, mas, por outro lado, como indica o nome, continuou crescendo em relação à abrangência das obras exibidas. O que começou como América do Sul logo virou Hemisfério Sul e, agora, Mundo. O que antes chegava a apenas algumas capitais, logo alcançou todas, além de algumas cidades do interior do Brasil.
A etapa São Luís deste ano acontece entre os próximos 3 a 9 de dezembro, no Cine Praia Grande (Centro de Criatividade Odylo Costa, filho, que volta a abrigar o evento). 40 filmes, entre curtas, médias e longas-metragens compõem as três mostras em que se divide a programação: Homenagem, Panorama e Temática. A primeira apresenta uma retrospectiva de obras apresentadas pela Mostra ao longo de sua primeira década de existência; a segunda reúne 24 filmes produzidos a partir de 2011 no Brasil, Estados Unidos, França e Singapura, selecionados por chamada pública; a terceira exibirá filmes sobre direitos de crianças e adolescentes.
A Mostra Cinema e Direitos Humanos no Mundo é uma realização do Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos. Este ano, a produção é do Instituto Cultura em Movimento (Icem), o mesmo responsável pela mostra Cinema Pela Verdade, com filmes que enfocam o período da ditadura militar brasileira, realizada em universidades em todas as capitais do país.
Uma novidade na programação deste ano é a realização de sessões matutinas. “Esse ano a gente preferiu otimizar o tempo e não fazer as sessões sempre nos mesmos horários. Desta forma dá para ter mais sessões. Há dias com três, quatro e cinco sessões”, antecipou Nat Maciel, produtora local da Mostra. As sessões acontecem das 9h às 21h, todas com entrada gratuita.
Entre os destaques da programação estão os longas Betinho – A esperança equilibrista e Branco sai, preto fica, o primeiro a cinebiografia do sociólogo Herbert de Souza; o segundo, “um manifesto das classes pobres sobre o estado do Brasil”, de acordo com o crítico Inácio Araújo, da Folha de S. Paulo.
Confira a seguir, a programação da Etapa São Luís da 10ª. Mostra Cinema e Direitos Humanos no Mundo:
3 de dezembro (quinta-feira)
9h
Eu não quero voltar sozinho [de Daniel Ribeiro e Diane Almeida, ficção, Brasil, 2010, 17 min.]. Sinopse: Leonardo, um adolescente deficiente visual, muda de vida totalmente com a chegada de Gabriel, um novo aluno em sua escola. Ao mesmo tempo que tem que lidar com os ciúmes da amiga Giovana, ele vive a inocência da descoberta do amor entre dois adolescentes gays.
Quando a casa é a rua [de Theresa Jessouroun, documentário, Brasil, 2012, 35 min.]. O que leva crianças e jovens a viver nas ruas? O que faz com que deixem as ruas? O documentário procura responder essas perguntas com depoimentos e imagens cotidianas de jovens que cresceram nas ruas da cidade do México e do Rio de Janeiro.
15h (sessão com audiodescrição)
Pele um real [de Aline Guimarães, ficção, Brasil, 2015, 15 min.]. Cinco adolescentes, vendedores ambulantes nos sinais do Rio de Janeiro, enfrentam uma realidade estampada no cenário da cidade e vista por muitos através das janelas de seus carros. Numa sobrevida de baixa perspectiva, Pele, o recém-chegado ao grupo, se apaixona por Iara, conhecida por todos pela sua simpatia.
Muito Além do Peso [de Estela Renner, documentário, Brasil, 2012, 90 min.]. O filme mergulha no tema da obesidade infantil ao discutir porque 33% das crianças brasileiras pesam mais do que deviam. As respostas envolvem a indústria, a publicidade, o governo e a sociedade de modo geral.
16h50
Léo [de Mariani Ferreira, ficção, Brasil, 2015, 15 min.]. Rodrigo não aceita a homossexualidade do irmão caçula, Léo. Por isso, provocará uma tragédia da qual os dois serão as maiores vítimas.
Habita-me se em ti transito [de Claudia Rangel, documentário, Brasil, 2014, 22 min.]. Apresenta 10 entrevistados em situação de rua em Juiz de Fora/MG. No discurso oral e pelas imagens, o filme aborda a sobrevivência nos espaços urbanos, a relação dos entrevistados com o entorno, o vício do álcool e do crack, a prostituição e a vulnerabilidade desta parcela marginalizada da população.
Quem matou Eloá [de Lívia Perez, documentário, Brasil, 2015, 24 min.]. Uma análise crítica sobre a espetacularização da violência e a abordagem da mídia televisiva nos casos de violência contra a mulher, revelando um dos motivos pelo qual o Brasil é o sétimo num ranking de países que mais matam mulheres.
18h
Meu amigo Nietzche [de Fáuston da Silva, ficção, Brasil, 2012, 15 min.]. O improvável encontro entre Lucas e Nietzsche será o início de uma grande revolução na mente do garoto, em sua família e na sociedade. Ao final, ele não será mais um menino. Será uma dinamite.
Silêncio das inocentes [de Ique Gazzola, documentário, Brasil, 2010, 52 min.]. Uma denúncia urgente, necessária e inadiável sobre a violência contra a mulher que, mesmo depois de quatro anos da criação da lei Maria da Penha, continua fazendo muitas vítimas no Brasil.
19h
Abraço de Maré [de Victor Ciriaco, documentário, Brasil, 2013, 16 min.]. No meio da atribulação de um centro urbano, cinco pessoas vivem na mais pura sintonia entre a natureza e a cidade. Do asfalto ao mangue, o curta-metragem documental traz para a tela a história de vida de uma família ribeirinha, que mora em uma casa de taipa às margens do rio Potengi.
Betinho – A Esperança Equilibrista [de Victor Lopes, documentário, Brasil, 2015, 89 min.]. Sociólogo e ativista, Herbert de Souza, o Betinho, tinha a saúde frágil, mas a força dos grandes idealistas. Lutou permanentemente contra as injustiças e a favor da vida. Liderou diversos movimentos sociais, mobilizando milhões de brasileiros a ajudar a mudar o rumo do país.
4 (sexta)
9h
A visita [de Leandro Corinto, ficção, Brasil, 2014, 8 min.]. Matheus vive com seu tio Theo, a quem chama de pai. Seu pai biológico foi morar no exterior quando ele era muito pequeno, então ele sequer tem lembranças dele. Hoje, Matheus finalmente receberá a visita de seu verdadeiro pai, o que lhe trará alguns questionamentos e uma surpresa.
Alma da Gente [de Helena Solbertg e David Meyer, documentário, Brasil, 2013, 83 min.]. Um grupo de jovens da Zona Norte do Rio de Janeiro ensaia o último espetáculo do Corpo de Dança da Maré, coordenado pelo Coreógrafo Ivaldo Bertazzo. Filmado com um intervalo de 10 anos, o documentário mostra os diferentes destinos dos personagens, marcados pela transformação através da arte.
15h
Correntes [de Caio Cavechini, Ivan Paganotti e Evelyn Kuriki, documentário, Brasil, 2006, 58 min.]. O filme foca as experiências dos que combatem a escravidão nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil. Ele apresenta as experiências e o cotidiano dos representantes da sociedade civil, de instituições e de entidades governamentais enquanto tenta refletir sobre as vitórias e desafios do combate à escravidão.
16h
O Contador de Histórias [de Luiz Villaça, ficção, Brasil, 2009, 110 min.]. Criado na Febem e adotado por uma pedagoga francesa, Roberto Carlos retorna à Febem, após concluir seus estudos, como educador. Ali começa sua história com outras crianças e adolescentes. Ele vai adotando-os e criando uma família numerosa, com 20 filhos adotivos. Alguns ditos irrecuperáveis, como ele, pelas instituições.
18h
Nunca Mais! Cochabamba, 11 de janeiro de 2007 [de Roberto Alem, documentário, Bolívia, 2007, 52 min.]. A Bolívia vive uma série de transformações políticas e sociais que deflagraram trágicos acontecimentos. Um deles ocorreu na cidade de Cochabamba em 11 de janeiro de 2007, quando se enfrentaram duas forças, dois projetos políticos, duas visões de país, e carregaram para o olho do furacão mais de 80 mil pessoas.
19h
Numa Escola em Havana [de Ernesto Daranas, ficção, Cuba, 2014, 108 min.]. Chala, um garoto de 11 anos, vive com sua mãe viciada em drogas, Sonia. Para sustentar a casa, ele treina cães de briga, indiretamente ajudado por um homem que pode ser ou não seu pai biológico. As dificuldades de sua vida refletem na escola, onde é aluno de Carmela, por quem ele tem um grande respeito.
5 (sábado)
15h
Cartas do desterro [de Coraci Ruiz e Julio Matos, documentário, Brasil, 2014, 15 min.]. Oksana é armena; Salamu é saharaui. Ambos vivem em Londres, cidade que abriga milhares de imigrantes e refugiados de diversas partes do mundo. Neste filme, foram convidados a escreverem cartas contando a sua história.
Sobre coragem [de Guilherme Xavier, documentário, Brasil, 2014, 23 min.]. Propõe experiência olho a olho com moradores da maior ocupação Sem-Teto da América Latina: a Vila Nova Palestina, localizada às margens de uma reserva ambiental ao extremo sul de São Paulo. Um desabafo de superação existencial que trata de opressões, abandono, religião e saudade.
Porque temos esperança [de Susanna Lira, documentário, Brasil, 2014, 71 min.]. Mostra a jornada de uma mulher pernambucana e a sua rejeição para tudo aquilo que parece não ter jeito. Vivendo profundos dilemas na vida pessoal e na tentativa de reconstruir outras vidas, ela inicia uma trajetória pelos presídios de Recife, na intenção que pais reconheçam seus filhos.
16h45
Nau insensata [de Cristiano Sidoti, documentário, Brasil, 2014, 15 min.]. Dias após o golpe militar no Brasil, em 1964, um navio prisão foi enviado à cidade de Santos. 50 anos depois ex-presos retornam ao cais e relembram os fatos vividos.
Do outro lado da cozinha [de Jeanne Dosse, documentário, França-Brasil, 2013, 40 min.]. A história entre uma “mãe preta” e uma filha de patrões. Uma relação de amor puro une a criança à sua babá, e no entanto, esconde todo um sistema sociocultural que rege a sociedade brasileira.
17h40
Memória para o uso diário [de Beth Fromaggni, documentário, Brasil, 2007, 80 min.]. Ivanilda busca evidências que provem que seu marido, desaparecido desde 1975, foi preso pelo governo brasileiro. Romildo procura pelo corpo de seu irmão num cemitério do subúrbio carioca. Mães choram por seus filhos, assassinados pela polícia nas favelas.
19h
A visita
Alma da gente
6 (domingo)
15h
O Plantador de quiabos [de Coletivo Santa Madeira, ficção, Brasil, 2010, 15 min.]. Uma tragicomédia sobre um agricultor que decide comprar uma bicicleta para aumentar sua produção no campo.
Procura-se Janaína [de Miriam Chnaiderman, documentário, Brasil, 2007, 54 min.]. Há crianças sem lugar no mundo, entregues a instituições e que não se desenvolvem nos padrões esperados: não são portadoras de deficiências, mas também não têm um desenvolvimento dito normal. Assim era Janaína: negra, pobre e institucionalizada na Febem dos anos 1980. Duas décadas depois, onde estará Janaína?
16h30
Na direção do som [de Jonathan Gentil e Pedro Prado, documentário, Brasil, 2013, 15 min.]. Marcelo Temtem é um pescador que perdeu a visão aos 21 anos. Aos 42 ele encara uma nova experiência ao dirigir o novo videoclipe da banda Tarrafa Elétrica. O documentário acompanha os bastidores da produção deste videoclipe.
Ninguém nasce no paraíso [de Alan Schvarsberg, documentário, Brasil, 2015, 25 min.]. Em Fernando de Noronha, espécies em extinção encontram abrigo e políticas de preservação. Em contrapartida, a espécie humana encontra-se em extinção diante da atual proibição do nascimento na ilha, quando as gestantes são expulsas aos sete meses de gravidez e forçadas a deixar suas casas rumo a Recife ou Natal.
Félix, o herói da Barra [de Edson Fogaça, documentário, Brasil, 2015, 72 min.]. Félix, herói fundador da comunidade de Barra de Aroeira/TO, seria um ex-escravo que teria lutado na guerra do Paraguai e recebido de D. Pedro II uma grande extensão de terras pela sua atuação no conflito. A perda do documento real gerou um conflito pela posse das terras que já dura mais de 50 anos.
18h
O muro é o meio [de Eudaldo Monção Jr., documentário, Brasil, 2014, 15 min.]. Aborda pichações de protesto gravados nos muros da Universidade Federal de Sergipe. São gritos de revolta pela falta de segurança no Campus, estrutura e qualidade de ensino. As pichações são mostradas como formas de indignação, reivindicação e também de comunicação contra a apatia das paredes brancas que abafam os conflitos socioculturais.
Branco sai, preto fica [de Adirley Queirós, documentário-ficção, Brasil, 2015, 93 min.]. Tiros em um baile de black music na periferia de Brasília ferem dois homens, que ficam marcados para sempre. Um terceiro vem do futuro para investigar o acontecido e provar que a culpa é da sociedade repressiva.
7 (segunda)
9h
Numa escola em Havana
15h
Gigantes da Alegria [de Ricardo Rodrigues e Vitor Gracciano, documentário, Brasil, 2012, 12 min.]. Os Gigantes da Alegria desfilam todos os anos na Sapucaí, na escola de samba Embaixadores da Alegria, abrindo o desfile das campeãs do carnaval. Os portadores de nanismo e deficiências físicas se destacam.
Encantados [de Tizuka Yamasaki, ficção, Brasil, 2014, 78 min.]. Atrevida e perseverante até a teimosia, Zeneida se transforma quando é desafiada. Tem acessos de pânico. O pai quer interná-la num hospício. Zeneida só quer sobreviver, agora que encontrou seu primeiro grande amor: Antonio, o Encantado Sucuri.
16h30
500 – Os Bebês Roubados pela Ditadura Argentina [de Alexandre Valenti, documentário, Argentina/Brasil, 2013, 100 min.]. Durante a ditadura militar na Argentina foram sequestrados bebês e crianças, filhos de presos e desaparecidos políticos ou nascidos em prisões clandestinas ou centros de tortura e extermínio. O grupo “Avós da Praça de Maio” criou o “Banco dos 500”, uma luta para localizar as 500 crianças a partir de amostras de seus próprios sangues.
18h20
Nau insensata
Do outro lado da cozinha
8 (terça)
9h
500 – Os Bebês Roubados pela Ditadura Argentina
14h40
Do meu lado [de Tarcisio Lara Puiati, ficção, Brasil, 2014, 14 min.]. As vidas de duas vizinhas, uma umbandista e uma protestante, começam a se cruzar quando uma infiltração abre um buraco na parede que divide suas casas.
Colegas [de Marcelo Galvão, ficção, Brasil, 2013, 103 min.]. Uma divertida aventura que trata de forma poética coisas simples da vida, através dos olhos de três personagens com síndrome de Down. Eles trabalham na videoteca do instituto onde vivem e um dia, resolvem fugir no Karmann-Ghia do jardineiro (Lima Duarte).
16h45
Numa escola em Havana
18h30
Eu não quero voltar sozinho
Quando a casa é a rua
19h30
Sandrine [de Elen Linth e Leandro Rodrigues, ficção, Brasil, 2015, 12 min.]. Entre a matemática e a relação conturbada com mãe, Sandrine espera por uma cirurgia no corredor de um hospital.
À Queima Roupa [de Theresa Jessouroun, documentário, Brasil, 2014, 90 min.]. Filme mostra a violência e a corrupção da polícia do Rio de Janeiro nos últimos 20 anos, apresentando os fatos mais emblemáticos deste período do ponto de vista dos familiares, testemunhas, sobreviventes e demais envolvidos diretamente nos casos, como advogados, promotores e juízes.
9 (quarta)
9h
O Contador de Histórias
14h
A visita
Alma da Gente
16h30
Abraço de Maré
Betinho – A Esperança Equilibrista
18h30
Submarino [de Rafael Aidar, ficção, Brasil, 2014, 20 min.]. Dois anos após a morte do seu companheiro, Olavo vive isolado aos 85 anos. Na solidão do luto ele se aventura pelo mundo virtual, submergindo em uma grande fantasia entre os espaços públicos e privados da internet.
Quando meus pais não estão em casa [de Anthony Chen, ficção, Singapura, 2013, 99 min.]. A rotina da família Lim é modificada com a chegada de Terry, empregada doméstica que foi para a cidade sonhando com uma vida melhor. Encarregada de cuidar do filho do casal, ela desenvolve uma relação íntima com o menino.
Começa hoje no Cine Praia Grande a II Mostra de Cinema Trans; veja programação completa e leia entrevista exclusiva com a ativista transfeminista Hailey Kaas
XXY. Capa. Reprodução
A literatura e o cinema argentinos não poupam suas personagens. Tudo é cru, quase cruel – mas antes de tudo, verdadeiro. Em XXY [2007, Argentina/França/Espanha, drama, 90 min., direção: Lucia Puenzo], Alex enfrenta o drama de ter nascido com características de ambos os sexos e a consequente – pois naturalizada, infelizmente – vontade de parte da sociedade e de sua própria família mudá-la/o – e grafo ambos os gêneros para falar da escolha que ela/e (não necessariamente) terá que fazer, sem querer soar spoiler.
O cinema argentino não poupa sequer a própria Argentina: os pais de Alex (Inês Efron), de 15 anos, mudam-se para o Uruguai tentando fugir da arrogância de gente que acha que sabe de tudo – como dizem as personagens –, para os quais a/o menina/o seria uma aberração que deve ser corrigida a qualquer custo. Caso do cirurgião Ramiro (Germán Palacios), durante cuja visita à família se desenrola este comovente drama.
Durante a visita, Alex e Alvaro (Martín Piroyansky), 16, este, filho do cirurgião, sentem-se ambiguamente atraídos. São momentos de descobertas e revelações cruas e, talvez por isso mesmo, poéticas. O pai de Alex, o biólogo Kraken, interpretado por Ricardo Darin, merecidamente um dos melhores e mais conhecidos atores argentinos em todos os tempos, até então desconhecia as reais intenções de seus visitantes, chegados a convite de sua esposa (Suli, interpretada por Valeria Bertuccelli), o que tornará mais forte a ligação entre pai e filha/o, na altura em que a vida lhes dá novas lentes para enxergar o que é “normal”.
O filme é baseado em um conto de Sergio Bizzio, que assina o roteiro com a diretora, filha de Luis Puenzo, cujo A história oficial, de 1985, foi o primeiro filme latino-americano a ganhar o Oscar de melhor filme estrangeiro – curiosamente, o segundo (e são os únicos até aqui) seria o também argentino O segredo de seus olhos (2010), de Juan José Campanella.
XXY integra a programação da II Mostra de Cinema Trans, organizada pelo Fórum de Mulheres Maranhenses, que será aberta hoje (22), às 19h, no Cine Praia Grande (Centro de Criatividade Odylo Costa, filho, Praia Grande). Os ingressos, a preços promocionais, custam R$ 5,00, à venda no local, e a atividade integra o mês da Campanha Internacional pela Despatologização das Pessoas Trans. A programação acontece até sábado (24, veja completa ao final do post).
O blogue conversou com exclusividade com a ativista transfeminista Hailey Kaas. Após a sessão inaugural da mostra, ela participa de debate com a ativista trans Andressa Sheron. Além da exibição do filme Teste da vida real, a noite contará ainda com performance de Andrezza Maranhão.
Hailey Kaas, que também é tradutora, está em São Luís desde a tarde de ontem (22), quando participou de reunião do Fórum Maranhense de Mulheres. Indaguei-lhe o porquê de ela sempre grafar um asterisco após usar a palavra trans e tive este link recomendado. Leia a conversa.
A ativista trans Hailey Kaas, em foto de seu perfil no facebook
ENTREVISTA: HAYLEY KAAS
O que é transfeminismo? Resumidamente, transfeminismo é uma corrente feminista orientada para as questões das pessoas trans*. Ele nasce da necessidade das pessoas trans* para se organizar em torno de pautas feministas, assim como para demandar inclusão e participação e no feminismo mainstream que historicamente só representou e representa um único tipo de mulher considerado universal, a mulher branca, heterossexual, magro, de classe média, cisgênera. Percebemos que havia necessidade de nos organizarmos em uma corrente separada que desse conta de discutir nossas questões específicas ao mesmo tempo que seríamos aliadas das pautas hegemônicas do feminismo, que, inclusive, ressoam muito com as nossas próprias, como direito ao próprio corpo, igualdade de gênero, combate ao machismo e ao binarismo de gênero etc.
O conceito é recente e você uma das primeiras teóricas do assunto. Isso torna tudo mais difícil? É difícil na medida em que você se vê sozinha lutando contra uma grande resistência dentro e fora da academia e dos espaços militantes que acreditam que o transfeminismo é desnecessário ou separatista. Além disso, é sempre mais difícil falar de algo que ninguém nunca ouviu falar e que consequentemente não consegue perceber ou entender como necessário.
O que é mais difícil: lutar contra o machismo generalizado ou contra a transfobia partindo de feministas? Eu poderia dizer que é igualmente difícil lutar contra o machismo dentro da esquerda, por exemplo. Temos uma tendência a pensar os movimentos sociais e a esquerda como isentas de homofobia, bifobia, lesbofobia, transfobia, machismo, racismo etc., quando na realidade, como parte da sociedade, também somos influenciados ideologicamente para todos esses comportamentos e pensamentos preconceituosos. Parte da esquerda se acha eticamente infalível e impassível de reproduzir preconceitos. O mesmo vale para certos setores do feminismo que são não somente transfóbicos, mas também racistas, homofóbicos, bifóbicos, lesbofóbicos etc. O problema está em não discutirmos isso achando que o “inimigo” está só “lá fora”, na bancada evangélica, por exemplo. Na realidade, quando discutimos e problematizamos esse tipo de coisa na esquerda só temos a ganhar e a aperfeiçoar a forma como militamos e como compreendemos os outros. Por outro lado, estar em espaços teoricamente seguros e da militância onde eu sei que serei hostilizada simplesmente por ser trans* por algumas feministas é de fato bastante desempoderador.
Em que medida o “cross-dressing” da cartunista Laerte contribui com a luta trans no Brasil? O que você acha da postura dela? Acho que Laerte não pode ser regra e nem exemplo, afinal ela parte de uma posição que de longe não é o padrão da população trans*: branca e classe média. Por outro lado, sempre ganhamos quando temos representações de pessoas trans* que são mais críticas em relação às questões de gênero na mídia. Laerte tem mais bagagem feminista e de gênero porque também tem fortalecimento e estrutura econômica para tal. Isso não é errado ou uma crítica, apenas uma constatação de que a situação corrente das pessoas trans* é bem diferente da de Laerte.
O escritor João Paulo Cuenca em artigo na Folha de S. Paulo defende o “outing” de usuários de drogas e compara: “Ativistas costumam justificar a evasão da privacidade alheia por combater a hipocrisia num mundo onde gays são alvo de preconceito e violência”. Na sua opinião, pessoas famosas, sobretudo artistas e políticos, declarando publicamente sua orientação sexual ajudaria a combater o preconceito? Você concorda com o escritor neste aspecto? Acho representatividade importante. Para as minorias marginalizadas é muito fortalecedor ver que existem pessoas como você lá fora, ganhando a vida sem estar nos empregos precarizados que a sociedade nos reserva. Por outro lado, representatividade não deve e nem pode ser o objetivo da militância, afinal temos uma presidenta e pouco se avançou nas questões feministas nesses últimos anos; ao contrário, há enormes retrocessos com a anuência do governo, inclusive.
A Lei Maria da Penha é um avanço na proteção à mulher, mas muitas vezes, mulheres sequer conseguem registrar queixas em delegacias, por conta do péssimo atendimento e da revitimização – em casos de estupro, por exemplo, é comum, infelizmente, a culpabilização da vítima. Em que medida essa legislação específica é importante no combate à transfobia e ao feminicídio? As legislações são importantes, a meu ver, mais ou menos como a questão da representatividade: são importantes como marcos, como elemento de fortalecimento, de reconhecimento, mas são inócuas sem uma estrutura por trás e sem trabalho de base nas escolas e nos espaços de formação dos sujeitos. O machismo não é uma doença que acomete o sujeito, mas sim um projeto social ensinado às pessoas em todos os espaços de convivência e de formação.
Qual a sua opinião sobre a recente fusão dos ministérios de Direitos Humanos, Igualdade Racial e Mulheres em uma única pasta no âmbito do governo federal? Sem dúvida alguma um retrocesso, fruto de um governo traidor de classe que governa com o capital. Os bancos continuam lucrando com recordes trimestrais e, no entanto, as medidas que atacam os trabalhadores e a austeridade vieram com força no primeiro ano do governo que havia prometido exatamente o contrário. Acredito que isso só vem provar que, de fato, não se pode ter um governo conciliador de classes porque no fim somente a classe dominante rica é privilegiada. Sou socialista e bastante crítica ao atual governo Dilma e aos movimentos que a defendem. Não podemos continuar a defender uma militância LGBT, feminista, antirracista ou o que quer que seja, senão por uma perspectiva socialista, uma vez que, dentro do capitalismo, estaramos sempre sujeitos a sermos “rifados” em prol do “bem maior”: o capital e seus mantenedores.
Outubro é o mês da Campanha Internacional pela Despatologização das Pessoas Trans. Em que consiste a campanha? Poderia falar um pouco sobre ela? A campanha existe faz alguns anos e veio para divulgar o assunto e combater a patologização das identidades trans* materializada principalmente pela revisão do DSM que estava prevista para 2012. O DSM é um documento da Associação de Psiquiatria Americana (APA), que classifica e patologiza os comportamentos, incluindo a transexualidade. Esse documento tem uma força regulatória quase sempre soberana sobre as políticas de atendimento à saúde de pessoas trans*.
Você participa da Mostra de Cinema Trans em São Luís. Após a sessão de abertura, com a exibição de Teste da Vida Real, você debate o filme. Poderia falar um pouco sobre ele? O filme é muito importante para ilustrar o impacto da patologização sobre nossas vidas. Ele traz uma abordagem bastante empírica de como os estereótipos trans* e o estigma que recaem sobre nós atrapalham nossas vidas, nos desumanizam e previnem nosso acesso aos espaços e principalmente ao sistema de saúde. Também mostra como os profissionais psi desconhecem completamente a questão da transexualidade e se guiam por estereótipos pré-estabelecidos sobre o que é ser homem ou mulher socialmente.
Programação
Hoje (22) 19h: Exibição do documentário Teste da vida real, de Florencia P. Marano | Performance de Andrezza Maranhão | Debate com Hailey Kaas (ativista e teórica transfeminista) e Andressa Sheron (ativista trans)
Sexta (23)
9h: Minha vida em cor de rosa (exibição para alunos de escolas públicas), de Alain Berliner 14h: Minha vida em cor de rosa
18h30: XXY, de Lucia Puenzo
20h: Hedwig – rock, amor e traição, de John Cameron Mitchell
Sábado (24)
18h30: Meninos não choram, de Kimberly Peirce
20h: Para Wong Foo, obrigada por tudo! Julie Newmar, de Beeban Kidron
Depois de se tornar um sucesso interpretando um personagem no cinema – o Birdman que dá nome ao filme – um ator tenta refazer a carreira no teatro, em crise consigo mesmo e com a família – é separado da esposa, com quem tem uma filha adulta, sua assistente na nova ambição.
O cinema de Alejandro González Iñárritu – de petardos como Amores brutos, Babel e Biutiful, entre outros – continua distribuindo tapas na cara de nossa sociedade. “A única obsessão de vocês é viralizar”, vemos o protagonista dizer à sua filha, que por sua vez retruca que toda a dedicação do pai em montar uma peça de Raymond Carver é seu ego inflado, “nada a ver com arte”.
“Um crítico se torna um crítico por não ter qualidades suficientes para ser um artista”, é o que mais ou menos – cito de memória – diz Riggan Thomson (Michael Keaton), o personagem central, à crítica de teatro de um jornalão cuja opinião parece ser a única preocupação do elenco. Ela ameaça “destruir” sua montagem – mesmo antes de vê-la.
A cena que afinal garantiria o sucesso (de crítica) da peça – ou, antes, o acidente durante – lembrou o conto-título de O homem-mulher, de Sérgio Sant’Anna, que daria um ótimo filme.
Após a contratação de Mike Shiner (Edward Norton), o sucesso (de público) – mesmo para a pré-estreia – é imediato, o que contribui para as crises de Thomson. Numa cena, espécie de ensaio aberto, o novo integrante do elenco brada para que a plateia abandone os celulares e tenha uma experiência própria, sem mediação, que, mesmo no papel de espectadores, vivam, enfim.
Enquanto tenta provar que é um ator (e diretor) para além do personagem – e/m roupa de pássaro – que o consagrou, Riggan é atormentado com a voz (e presença) do homem pássaro em sua cabeça, recomendando-lhe a volta a ele – ao personagem, ao estrelato.
Birdman nos leva o tempo todo a questionar os limites e interseções entre ego, vaidade, bastidores, relações, fama, sucesso, crítica, arte “de verdade” e a que merece o desprezo da crítica, por vezes apesar do sucesso de público.
Produção local é de Francisco Colombo, que selecionou filmes do Festival de Avanca, Portugal, para exibição na capital maranhense. Mostra chegará também à Imperatriz, nos próximos dias 9 e 10 de setembro
Francisco Colombo (E) dirige Beto Ehongue durante a filmagem de seu novo curta-metragem. Foto: Evandro Filho
A paixão por cinema é combustível vital para o cineasta e professor universitário Francisco Colombo. De férias em São Luís, após uma temporada de um ano em Aveiro, Portugal – para onde retorna no próximo dia 6 –, onde está cursando o Mestrado em Comunicação, ele aproveitou a vinda à cidade natal para visitar parentes e amigos, mas nem tudo foi descanso.
Em menos de um mês em São Luís, Colombo aproveitou para rodar seu novo curta-metragem, e realizará amanhã (2) e quinta-feira (3), no Teatro da Cidade de São Luís (antigo Cine Roxy, Rua do Egito, Centro), a mostra de cinema Avanca-São Luís, com sessões gratuitas às 17h e 19h, em ambas as datas.
A seleção de filmes também poderá ser vista em Imperatriz – dias 9 e 10 de setembro, nos mesmos horários –, onde terá produção local do professor Marcos Fábio Belo Matos, do campus da UFMA naquela cidade. A mostra Avanca-Imperatriz, também com entrada gratuita, acontecerá no auditório da UFMA (Centro).
O novo filme de Colombo aborda, mais uma vez, a questão da violência, a exemplo de Reverso, curta-metragem que amealhou vários prêmios em diversos festivais. Ainda sem título, foi rodado domingo passado, com roteiro e direção de Colombo, fotografia e câmera de Paulo Malheiros, som direto de Marcos Belfort e atuações de Beto Ehongue, Gil Maranhão e Daniel San – todos estreantes.
A curadoria da mostra que o cineasta traz à São Luís (e Imperatriz) é do professor e cineasta Antonio Valente, diretor do Festival de Avanca. Em julho passado, Colombo foi jurado de algumas categorias no certame português e realizou por lá uma mostra de filmes maranhenses, exibidos em Ovar e Avanca, apresentando um pequeno panorama da produção local.
Entre os critérios para a seleção dos filmes que serão exibidos em São Luís Colombo destaca a qualidade e a dispensa de legendas. “Alguns destes filmes dificilmente entrarão em cartaz no Brasil, mesmo em salas fora do circuito comercial, mais voltadas ao chamado cinema de arte. Assim este festival se torna uma chance única de vê-los. Na Europa quase todo mundo é bilíngue, então escolhemos filmes ou em português – embora a língua falada aqui difira bastante da de lá – ou animações que dispensam texto. Há filmes muito bonitos e de procedência diversa, de países a que não estamos acostumados a ouvir falar enquanto polos produtores de cinema, como Jordânia, Chipre, Taiwan, Cazaquistão e até mesmo Portugal”, afirmou.
Um detalhe: Colombo não está recebendo dinheiro pela produção da mostra. “Não estou recebendo pagamento de ninguém. Apenas imaginei que seria uma boa trazer esses filmes pro Maranhão. Embora muita gente não acredite, ainda penso que podemos devolver um pouco à sociedade daquilo que ganhamos”, afirma, referindo-se ao fato de ter estudado em escolas e universidades públicas e à liberação, pelo Ministério Público Estadual, de onde é funcionário, para o Mestrado em Portugal.
Conheça a programação e as sinopses (mantidas expressões usadas em Portugal, conforme recebidas da produção):
2 de setembro (quarta-feira), 17h
Acabo de ter um sonho [Acabo de tener un sueño, ficção, 7’25’’, Espanha, direção: Javi Navarro]
Sinopse: Irene tem oito anos a acabou de acordar de um sonho horrível.
Deus providenciará [Ficção, 14’58’’, Portugal, direção: Luís Porto]
Maria vive sozinha no interior do país numa aldeia recôndita. É uma mulher de fortes convicções morais e religiosas. Sozinha e isolada não tem como justificar uma gravidez súbita e indesejada. À saída do hospital, onde lhe foi confirmada a gravidez, Maria não sabe o que fazer. “Como conciliar a exigência da religião com a sua vontade?” Mas um acidente pode ser a solução – basta que permaneça quieta! Ninguém a poderia culpar por um acidente, pois não? Maria está sozinha. Na igreja, Maria encontra o seu consolo e combate a solidão, mas o seu refúgio é agora o seu calvário. O que falará mais alto: o medo da ostracização e do julgamento popular, o amor a Deus ou… o temor a Deus?
Tons de cinzento [Оттенки серого, animação, 6’, Rússia, diretor: Alexandra Averyanova]
Início do século XX. São Petersburgo. Um rapaz e uma rapariga conhecem-se na estação de comboios de Tsarskoselsky, mas são separados momentos depois. À medida que vão crescendo, os dois caminham nas mesmas ruas de Petersburgo. No entanto, só 20 anos depois, a mística ligação que emergiu entre eles durante as suas infâncias, trouxe estes dois jovens de volta ao sítio em que se encontraram pela primeira vez.
Rapaz de olhos azuis [Cheshm Aabi, ficção, 18’06’’, Irã, diretor: Amir Masoud Soheili]
Um rapaz, com uma cor incomum de cegueira, causa vergonha aos seus pais ao matar, acidentalmente, algum gado da aldeia. Como consequência, seus pais procuram tratamento médico para o rapaz, mas quando os médicos não conseguem ajudar, eles levam-no a um xamã local para o tratar.
Foi o fio [Animação, 5’, Portugal, diretor: Patrícia Figueiredo]
Uma mulher novelo, uma velha mulher que passa os dias a olhar pela janela e uma vendedora de roupa caída dos estendais estão unidas por um fio. As três conduzem as acções de outras personagens e o inevitável destino de uma mulher com o marido às costas.
Ele e ela [He and She, experimental, 6’, Cazaquistão, diretor: Gaziza Malayeva]
Eles encontraram-se. Ele e ela. Ele olhou para ela, ela olhou para ele. Um, dois, três… Depois de três segundos, o seu coração irá pertencer a este estranho, e há muito decidi por mim mesmo dar o meu coração à primeira pessoa que chegasse, muitos se passaram desde então, como ela nunca, muito se passou desde então, como ela não era amada…
Caçador de borboletas [Bu die ren, animação, 18’, Taiwan, diretor: Min-Yu Chen]
É uma tradição de família, dos caçadores de borboletas, acabar as suas próprias imagens deste insecto. No entanto, à medida que o tempo passa, o meio-ambiente altera-se bastante e as florestas começam a desaparecer rapidamente, provocando consequentemente a extinção deste ser vivo. Como podem estes caçadores de borboletas realizarem os seus próprios trabalhos para cumprir a tradição?
2 de setembro (quarta-feira), 19h
Miragem [Ficção, 10’, Portugal, diretor: Joaquim Pavão]
Miragem, imagem ou imagens com insinuados desvios em relação às recordações que se viveu. Somos bisnetos, netos, filhos e mais tarde pais. Do que se guarda deixo aqui, frases soltas do que também se é.
O imortalizador [The immortalizer, ficção, 22’30’’, Chipre, diretor: Marios Piperides]
Em 1870 Otomano governou o Chipre, uma época de intensa disparidade religiosa e de classes. Um homem que chora o destino fatal da sua jovem filha, viaja durante a noite em busca da pessoa que ele acredita que será capaz de mantê-la viva.
Depois da guerra… antes da guerra… [После войны… до войны…, ficção, 45’, República Checa, diretores: Igor Korablev, Kristina Cevich e Galina Krsnoborova]
28 de dezembro de 2012, no Dia dos Santos Inocentes de Belém, Putin, o Presidente da Rússia, assinou a lei №272-FZ que efectivamente proibia famílias americanas e/ou estrangeiras a adoptar órfãos russos. A lei de “Herodes, o assassino de bebés”, como é denominada na Rússia, conduziu a um crescente valor de suicídios entre as crianças órfãs. A lei condenou um número incontável de órfãos a viverem em orfanatos, pelo país. A lei matou um bebé com deficiência que estava prestes a ser adoptado por cidadãos americanos. Mas esta história não é sobre política. Esta história é sobre alguns órfãos russos no Dia de Ano Novo no campo. Algumas mulheres bondosas encontram crianças que têm sido abandonadas pelos pais. Uma destas mulheres escreve cartas às crianças, fazendo de conta que vêm dos seus pais. É tudo o que ela consegue fazer para as ajudar.
3 de setembro (quinta-feira), 17h
Noturna [Ficção, 5’, Portugal, diretor: Pedro Farate]
No fim de contas, todos procuramos algo que receamos e que está no fundo do nosso ser, cabendo-nos a nós enfrentar os próprios medos.
O homem que não sabia muito [L’homme que en connaisait un rayon, ficção, 20’, França, diretora: Alice Vial]
O senhor Beranger trabalha na Paradesign, uma grande loja de móveis, onde os funcionários vivem dia e noite nos cenários. Beranger vive na sua casa de cartão e destaca a promoção do seu apoio para os pés. A sua vida parece perfeitamente estabelecida, até ele ser promovido para o misterioso 13º andar.
Ar [Aire, experimental, 4’, México, diretora: Romina Quiroz]
Giuliano e Paola dormem profundamente no quarto. De repente, uma suave brisa entra pela janela, desenhando delicadamente numa das paredes do quarto; a brisa torna-se gradualmente uma explosão violenta que perturba o sono de Giuliano, que persegue a sensação do vento até que ele ficar preso dentro.
Artista de rua [The street artist, animação, 7’, Jordânia, diretor: Mahmoud Hindawi]
A história de um velho artista que, apesar do seu incrível talento, está desiludido e precisa de inspiração.
Stavanger [Ficção, 38’, Alemanha, diretor: Arto Sebastian]
A história da agricultora Marta, que após a morte súbita de seu marido, é sugada numa mistura de tristezas, solidão e supressão. Incapaz de reconhecer sua perda, ela está em negação com a realidade e agarra o que resta de seu marido: seu amor.
3 de setembro (quinta-feira), 19h
Pecado Fatal [Ficção, 90’, Portugal, diretor: Luís Diogo]
Lila, uma rapariga de 20 anos, regressa a Paços de Ferreira, para tentar descobrir quem são os seus pais e porque é que estes a abandonaram no contentor do lixo no dia em que nasceu. Aluga um quarto a Nuno, um jovem divorciado. Em pouco tempo apaixonam-se. Mas ela está longe de imaginar que, na noite em que se conheceram, Nuno cometeu um Pecado Fatal que pode comprometer para sempre a sua bela história de amor.
Apresentação do compositor dá continuidade à temporada de lançamento de Milhões de uns – vol. 1, seu disco de estreia. Na ocasião será exibido curta-metragem integrante da programação do Festival Avanca-São Luís
A cantora Milla Camões aplaude o compositor Joãozinho Ribeiro em edição da temporada Milhões de uns. Foto: Ton Bezerra
O compositor Joãozinho Ribeiro volta ao palco do Restaurante Malagueta (Rua das Graúnas, 3, Renascença II) dia 28 de agosto (sexta-feira), às 20h, dando continuidade à temporada de lançamentos e noites de autógrafos do cd Milhões de uns- vol. 1, trabalho que marca sua estreia no mercado fonográfico.
Cinema – A abertura da noite fica por conta da avant-première do festival Avanca-São Luís. Na ocasião Francisco Colombo apresentará um curta-metragem que integra a programação da mostra, que acontecerá dias 2 e 3 de setembro, no Teatro da Cidade de São Luís (antigo Cine Roxy).
O cineasta e professor universitário está cursando mestrado em Comunicação em Aveiro, Portugal, e selecionou alguns filmes de um festival local para mostrar em São Luís. “É uma oportunidade única, já que provavelmente estes filmes não chegarão ao circuito das salas de cinema no Brasil, mesmo as não comerciais”, avisa. O festival também acontecerá em Imperatriz, com produção de Marcos Fábio Belo Matos, professor da UFMA naquele município.
“Quem me conhece e acompanha minha trajetória sabe que sempre gostei de estimular o diálogo entre as mais variadas linguagens artísticas, seja como artista, seja como gestor”, afirmou Joãozinho Ribeiro, que já mesclou poesia à música das noites de Milhões de uns e agora traz o cinema para o centro das atenções.
Participações especiais – Os convidados do show são Milla Camões e Hugo Carafunim. À cantora o artista não poupou elogios quando de sua última apresentação e é conhecida a aclamação da plateia quando ela interpretou o blues Coisa de Deus (Joãozinho Ribeiro e Betto Pereira) no show de gravação do cd: escalada apenas para a primeira noite, acabou participando também da segunda, atendendo ao pedido do público.
O trompetista Hugo Carafunim é sobrinho de Joãozinho Ribeiro. Ex-aluno da Escola de Música do Estado do Maranhão Lilah Lisboa de Araújo (EMEM) e da Banda do Bom Menino do Convento das Mercês – onde hoje dá aula –, suas primeiras aparições públicas foram justamente ao lado do tio, no circuito musical alternativo Samba da Minha Terra, que levou samba e choro a 18 comunidades de São Luís entre 2002 e 2003.
O repertório base da apresentação é o de Milhões de uns – vol. 1, mas Joãozinho Ribeiro deve interpretar ainda composições inéditas, além de outras, já gravadas por diversos artistas – convém lembrar que ele é um dos compositores mais requisitados do Maranhão. Durante a apresentação será acompanhado por Darkliwson (percussão), Elton Nascimento (flauta e saxofone), Luiz Jr. (violão sete cordas e direção musical) e Murilo Rego (teclado). Os ingressos individuais custam R$ 20,00 e podem ser adquiridos no local.
Serviço
O quê: show Milhões de uns – vol 1 e Avant-première do Festival de Cinema Avanca-São Luís Quem: Joãozinho Ribeiro, com participações especiais de Milla Camões, Hugo Carafunim e Francisco Colombo Quando: 28 de agosto (sexta-feira), às 20h Onde: Restaurante Malagueta (Rua das Graúnas, 3, Renascença II) Quanto: R$ 20,00
Metropolis (1927), de Friz Lang (1890-1976), caberia bem nas estantes de cinema mudo ou musical. A cidade futurística do filme assusta, ainda que considerados os padrões cinematográficos atuais, sobretudo se levarmos em conta que o filme previa o futuro (século XXI) em que vivemos hoje.
Uma das obras-primas do Expressionismo alemão, o filme é carregado de interpretações exageradas, de personagens de certo modo caricatos, distorção da realidade e (ab)uso de luz e sombras, características daquela escola. Para os representantes do movimento era impossível representar o mundo como ele é. Acreditavam que a imagem (cinematográfica) deveria projetar o conteúdo espiritual do homem.
Nove meses e mais de 30 mil figurantes custaram sua feitura e o parto do monstrengo. À segunda classificação possível, entre as citadas, devemos sua estrutura: Metropolis é dividido em três partes, Prelúdio, Intermezzo e Furioso.
A formação religiosa do diretor, filho de pai católico e mãe de origem judia, também comparece: o filme é uma espécie de atualização da alegoria bíblica da Torre de Babel, retratando a revolta de operários contra seus patrões. Aqueles, nos porões do mundo, literalmente uma espécie de inferno, fazendo a máquina girar para que estes poucos, no paraíso do lado de cima, lucrem e gozem a partir do sacrifício alheio.
Seu personagem central, o ganancioso Joh Fredersen (Alfred Abel), só se preocupará com a classe operária ao saber que seu filho Freder (Gustav Fröhlich), por conta de sua paixão por Maria (Brigitte Helm), está entre os que se revoltam com seu império – e por conta disto corre o risco de morrer.
Há quem diga também ser Metropolis uma espécie de premonição ao nazismo de Adolph Hitler. Talvez seja tudo isso. Por conta de O testamento do Dr. Mabuse (1933), Lang foi convidado por Joseph Boebbels, ministro da propaganda (do) nazista, a assumir o cargo de supervisor do departamento de cinema de seu ministério. Ele fingiu-se lisonjeado, agradeceu o convite, recusou-o e, após a reunião, pegou um trem para Paris, de onde só voltaria 25 anos depois.
Fritz Lang dirigiu 43 filmes entre 1919 e 1960. Com roteiro de Thea von Harbou, que acabou sucumbindo ao nazismo que ele recusou, Metropolis é sua obra mais conhecida.
Uma última curiosidade: pouco depois de estrear, Metropolis sofreu drásticos cortes e alterações. Desde então, mais de um quarto do filme era dado como perdido, somente tendo sido recuperado em 2008, quando uma cópia quase completa do filme foi encontrada em Buenos Aires, ainda que bastante danificada. A versão reconstituída a partir dessa cópia é a mais completa do filme, com 148 minutos.
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Metropolis será exibido hoje (21), às 18h30, no Cine Praia Grande (Centro de Criatividade Odylo Costa, filho, Praia Grande), na abertura da mostra Sombras que assombram – O expressionismo no cinema alemão, realização do Sesc/MA
Composta por nove filmes, a mostra fica em cartaz até a próxima sexta-feira (24), com entrada franca (ingressos devem ser retirados na bilheteria, com meia hora de antecedência a cada sessão).
No último dia de sessões da mostra, Stella Aranha (graduada em Artes Visuais e mestre em Cultura e Sociedade pela Universidade Federal do Maranhão) ministrará o workshop O expressionismo no cinema alemão, às 14h30, no mesmo local, também com entrada gratuita.
Fruto de sua tese de doutorado na PUC/SP, livro de Adriano Sousa será lançado em duas noites de autógrafos em São Luís
Poética de Júlio Bressane: Cinema(s) da Transcriação. Capa. Reprodução
Em Poética de Júlio Bressane: Cinema(s) da Transcriação [Educ/Fapesp, 2015, 234 p.], sua tese de doutorado, Adriano Sousa aprofunda o mergulho na obra do cineasta, já abordada em sua dissertação de mestrado, Devir-deserto no São Jerônimo de Júlio Bressane: poética tradutória e cartografias da cultura (2005), ambos os trabalhos defendidos na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP).
O autor perpassa a filmografia de Bressane observando-lhe aspectos sem isolá-los, fugindo do que tem sido mais óbvio à crítica e à própria academia, lançando novos olhares sobre o conjunto bressaniano. Observa, na obra do cineasta, o intercambiar incessante entre linguagens distintas, sobretudo a literatura a música e a pintura.
Não à toa sobressaem-se títulos como Brás Cubas (1985), O mandarim (1995), Miramar (1997), Dias de Nietzsche em Turim (2001) e Filme de amor (2003), entre outros.
Adriano Sousa está escoltado por nomes importantes da comunicação e semiótica no Brasil, como Jerusa Pires Ferreira, diretora do Centro de Estudos da Oralidade da PUC/SP, que avaliza na quarta capa: “Tendo em Haroldo de Campos um intercessor, penetrou no âmago de muitas questões”. E continua: “Cercado de competências, da presença tutelar e mágica do cineasta, do diálogo com seus pares, para quem a arte em si se impõe e confirma, Adriano Sousa conquista um lugar apropriado para falar de tudo isso. Tenho, portanto, muitas razões para celebrar a presença do livro […], mais do que uma tese de doutorado”.
“Vivenciamos os filmes de Bressane e a escrita de Adriano como um corte que irrompe no automatismo do cotidiano, provocando estranhamento em meio a encantos mil”, anota a documentarista e psicanalista Miriam Chnaiderman no texto que apresenta a obra. Antes ela indaga: “Como escrever sobre Júlio Bressane e ser fiel à ruptura que o cineasta propõe?”. “Propor um trabalho que seja a poética da poética bressaniana, mas que continue bressaniana. É o desafio que surge. Que a escrita seja também transcriação, como o cinema de Júlio Bressane”, continua.
Segundo Adriano, o próprio “termo transcriação no lugar de tradução intersemiótica […] remete diretamente à complexidade de “traduzir o intraduzível””. Respondendo à pergunta inaugural de Chnaiderman, o que o autor faz é justamente deslocar as rupturas cinematográficas de Bressane para a literatura – para além da academia.
Adriano Sousa lança Poética de Júlio Bressane: Cinema(s) da Transcriação em duas noites de autógrafos em São Luís. Hoje (19), às 19h, no Chico Discos (Rua Treze de Maio, 289-A, Altos, esquina com Afogados, Centro); e dia 22 (segunda-feira), às 17h, no Auditório A do Centro de Ciências Humanas (CCH) da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Na ocasião haverá um bate-papo do autor com as presenças dos professores Luís Inácio (Filosofia), Junerlei Dias (Comunicação) e Flávio Reis (Sociologia e Antropologia). Ambos os eventos têm entrada gratuita.
Charlotte Gainsbourg e Omar Sy em cena de “Samba”, um dos destaques da programação. Reprodução
O gerente do Cine Lume (Edifício Office Tower, Renascença) já havia anunciado a possibilidade de prorrogar a programação do Festival Varilux de Cinema Francês em São Luís. A chance tornou-se realidade e a partir de hoje (18), às 14h, quem não viu, ou quer rever os filmes exibidos, ganha novas oportunidades.
Confira a seguir, a programação.
Hoje (18) 14h: Na próxima, eu acerto no coração 16h: O diário de uma camareira 17h50: Sobre amigos, amor e vinho 19h50: De cabeça erguida 22h: Hipócrates
Amanhã (19) 14h: Os olhos amarelos dos crocodilos 16h15: Hipócrates 18h10: O que as mulheres querem 20h20: Papa ou maman 22h: O preço da fama
Sábado (20) 14h: Asterix e o domínio dos deuses 15h40: Beijei uma garota 17h30: Que mal eu fiz a Deus? 19h20: Sobre amigos, amor e vinho 21h20: Na próxima, eu acerto no coração
Domingo (21) 14h: Papa ou maman 15h40: Asterix e o domínio dos deuses 17h30: De cabeça erguida 19h50: Samba 22h: Sexo, amor e terapia
Segunda (22) 14h: O preço da fama 16h05: Sexo, amor e terapia 17h45: Beijei uma garota 19h30: Gemma Bovery – a vida imita a arte 21h20: Os olhos amarelos dos crocodilos
Terça (23) 14h: O diário de uma camareira 15h50: Samba 18h05: Sobre amigos, amor e vinho 20h: Que mal eu fiz a Deus? 21h55: Hipócrates
Quarta (24) 14h: De cabeça erguida 16h15: Que mal eu fiz a Deus? 18h10: Gemma Bovery – a vida imita a arte 20h: O que as mulheres querem 22h: Samba
Fichas técnicas, sinopses e trailers, aqui. Os ingressos custam R$ 20,00 (meia entrada para os casos previstos em lei).
Não à toa Samba [2014, comédia dramática, 120 min.] é um dos destaques do Festival Varilux de Cinema Francês – em cartaz em 80 salas do Brasil até amanhã (17); em São Luís, no Cine Lume (Edifício Office Tower, Renascença).
O filme é o aguardado sucessor de Intocáveis [Intouchables, 2011, comédia, 112 min.], sucesso de público e crítica, de Eric Toledano e Olivier Nakache.
A música brasileira está presente na trilha, com Gilberto Gil (Palco) e Jorge Benjor (Take it easy, my brother Charles), mas Samba não é sobre o gênero musical nacional difundido internacionalmente.
O personagem-título (Omar Sy) é um imigrante senegalês ilegal que vive fugindo da polícia e se pendurando – literalmente – em empregos os mais diversos: lavador de pratos e vidraças, segurança, separador de material reciclável em uma usina, cozinheiro.
Uma vez apanhado pela polícia, até poder pedir novo visto, Samba tem que escapar como pode, usando documentos falsos, evitando lugares movimentados e até mesmo se equilibrando em telhados. Ele vive com um tio, que há mais tempo em Paris, possui visto legal e trabalha como cozinheiro em um restaurante chique.
Preso pela condição de clandestino, conhece Alice (Charlotte Gainsbourg), uma executiva que presta serviço voluntário para uma organização não governamental que luta pelos direitos dos imigrantes na França. No primeiro atendimento, entre barra de cereal, remédios para dormir e números de telefone, ela não dá ouvidos à recomendação de distanciamento feito por uma colega (Izia Higelin) no trabalho voluntário. Outro personagem que merece destaque é o de Tahar Rahim, imigrante árabe que se passa por brasileiro – segundo ele é mais fácil conseguir trabalho e mulheres –, que vira parceiro de aventuras de Samba Cissé.
Com muitos momentos divertidos – não foram poucas as vezes em que a plateia gargalhou – o filme é engraçado e, para além do riso fácil, discute problemas sociais contemporâneos, não exclusivamente franceses. Um trunfo do par de diretores, aliás: encher salas com pessoas que certamente não iriam ao cinema para ver (apenas) realidades nuas e cruas.
Samba é duro demais para ser comédia e divertido demais para drama.
Teve início hoje (11), às 14h, no Cine Lume (Edifício Office Tower, Renascença), a Mostra Varilux de Cinema Francês, pela abrangência territorial, maior mostra cinematográfica do país, ao lado da Mostra Cinema e Direitos Humanos no Hemisfério Sul. Na sessão de abertura foi exibido Gemma Bovery (veja mais informações abaixo). A sala fica dedicada exclusivamente à programação da mostra até o próximo dia 17.
É a quarta vez que o evento acontece em São Luís, a primeira no Lume. No Brasil inteiro a Varilux, em sua 12ª. edição, chegará a 80 salas, com 16 filmes na programação, a maioria inéditos – na capital maranhense serão exibidos 14.
Um dos destaques da programação é De cabeça erguida, com Catherine Deneuve e Benoît Magimel, filme que abriu o festival de Cannes, considerado o maior evento dedicado à sétima arte do mundo.
O cineasta Frederico Machado, proprietário do Cine Lume, comemora: “somos privilegiados, são grandes produções, que fazem sua pré-estreia no Brasil durante o festival. Alguns filmes só serão exibidos em outras salas, fora da programação do Varilux, em dezembro”.
Outro destaque do festival é Samba, produção mais recente de Olivier Nakache e Eric Toledano, que levaram 40 milhões de espectadores (1,1 milhão no Brasil) a salas do mundo inteiro com o comovente Intocáveis.
Confiram a seguir a programação do Festival Varilux de Cinema Francês em São Luís (Títulos, fichas técnicas, sinopses, datas e horários das sessões fornecidos pela assessoria).
Gemma Bovery – A vida imita a arte [De Anne Fontaine, com Gemma Arterton, Fabrice Luchini, Jason Flemyng; 2014, comédia dramática, 1h39]
Sessões: quinta (11) às 14h; sábado (13) às 21h55; e terça (16) às 18h05.
Sinopse: A inglesa Gemma Bovery se muda com o marido para uma pequena cidade francesa. A vida de casada a entedia. Martin Joubert e sua esposa, uma mulher com uma vida muito sofrida, acabam de chegar na cidade. Eles procuram fugir do caos de Paris. Martin fica totalmente encantado com a beleza e o jeito de Gemma, o que os leva ao adultério.
Sexo, Amor e Terapia (Tu veux ou tu veux pas) [De Tonie Marshall, com Sophie Marceau, Patrick Bruel, André Wilms; 2015, comédia romântica, 1h28]
Sessões: quinta (11) às 15h55; e domingo (14) às 22h.
Sinopse: Esta comédia mostra um encontro inesperado: Judith é uma mulher que vive abertamente a sua sexualidade, mantendo casos com diversos homens; já Lambert é um viciado em sexo que tenta justamente pensar em outra coisa e conter os seus desejos. Mas quando Judith passa a trabalhar como assistente no consultório de Lambert, a situação não vai ficar muito fácil para nenhum dos dois.
Os Olhos Amarelos dos Crocodilos (Les Yeux Jaunes Des Crocodiles) [De Cécile Telerman, com Julie Depardieu, Emmanuelle Béart, Patrick Bruel; 2014, comédia dramática, 2h02]
Sessões: quinta (11) às 17h40; e segunda (15) às 21h40.
Sinopse: Duas irmãs têm uma relação conflituosa: Iris leva uma vida fútil e luxuosa, sem trabalhar; Joséphine trabalha como pesquisadora da Idade Média, mas não tem o reconhecimento da família, e acaba de passar por uma ruptura amorosa. Um dia, para impressionar a família, Iris diz que está escrevendo um livro, justamente sobre uma pesquisadora da Idade Média. Para sustentar a mentira, ela pede que Joséphine escreva um livro de verdade e a deixe levar o mérito em troca de dinheiro. Quando o livro inesperadamente obtém sucesso, as duas irmãs entram em rota de colisão.
Beijei uma Garota (Toute Première Fois) [De Noémie Saglio e Maxime Govare, com Pio Marmai, Frank Gastambide, Camille Cottin; 2015, comédia, 1h30]
Sessões: quinta (11) às 19h55; e segunda (15) às 16h15.
Sinopse: Jéremie, 34 anos, surge em um apartamento desconhecido ao lado de Adna, uma adorável sueca. O início de um conto de fadas? Parece improvável, pois Jérémie está prestes a se casar… com Antoine.
De Cabeça Erguida (La Tête Haute) [De Emmanuelle Bercot, com Rod Paradot, Catherine Deneuve, Benoît Magimel; 2015, comédia dramática, 2h]
Sessões: quinta (11) às 21h40; sábado (13) às 19h40; e quarta (17) às 14h.
Sinopse: Desde os seis anos de idade, Malony comete pequenos delitos e tem problemas com a polícia. Durante toda a sua adolescência, um educador e uma juíza especializada na infância tentam salvá-lo.
Na Próxima, Acerto no Coração (La Prochaine Fois Je Viserai Le Coeur) [De Cédric Anger, com Guillaume Canet, Ana Girartod, Jean-Yves Berteloot, 2014, drama policial, 1h51]
Sessões: sexta (12) às 14h; e quarta (17) às 22h.
Sinopse: Fim da década de 1970. Uma série de ataques assusta a região de Oise, na França: um maníaco que persegue jovens mulheres aleatórias. Franck (Guillaume Canet), policial tímido e de vida pacata, é designado para investigar o caso e, na verdade, sabe mais dos crimes do que qualquer um poderia imaginar.
O Diário de Uma Camareira (Journal D’une Femme De Chambre) [De Benoît Jacquot, com Léa Seydoux, Vincent Lindon, Clotilde Mollet; 2015, drama, 1h35]
Sessões: sexta (12) às 16h05; e segunda (15) às 19h40.
Sinopse: O filme se passa em 1900. Célestine, uma jovem camareira muito cobiçada por conta de sua beleza, acaba de chegar de Paris para trabalhar para a família Lanlaire. Enquanto foge dos avanços de seu senhor, ela deve lidar com a rigorosa personalidade de Madame Lanlaire, que governa o lar com punho de ferro. Ao mesmo tempo, Célestine conhece Joseph, um misterioso jardineiro que está profundamente apaixonado por ela.
Hipócrates (Hippocrate) [De Thomas Lilti, com Reda Kateb, Vincent Lacoste, Jacques Gamblin; 2014, comédia dramática, 1h42]
Sessões: sexta (12) às 17h55; e domingo (14) às 20h05.
Sinopse: Benjamin tem certeza de que vai se tornar um grande médico. Mas em sua primeira residência no hospital onde o pai trabalha, nada acontece como previsto. A prática se revela mais difícil do que a teoria. A responsabilidade é terrível, seu pai é ausente e seu parceiro residente, Abdel, é um médico estrangeiro mais experiente do que ele. Benjamin vai confrontar brutalmente a seus limites, seus medos, os dos pacientes, das famílias, dos médicos e do pessoal. Sua iniciação começa. Filme vencedor do prêmio César 2015 na categoria melhor ator coadjuvante para Reda Kateb.
Que mal eu fiz a Deus? (Qu’est Ce Qu’on A Fait Au Bon Dieu?) [De Philippe de Chauveron, com Christian Clavier, Chantal Lauby, Ary Abittan; 2014, comédia, 1h37]
Sessões: sexta (12) às 19h50; sábado (13) às 17h50; e terça (16) às 14h.
Sinopse: O casal Verneuil tem quatro filhas. Católicos, conservadores e um pouco preconceituosos, eles não ficaram muito felizes quando três de suas filhas se casaram com homens de diferentes nacionalidades e religiões. Quando a quarta anuncia o seu casamento com um católico, o casal fica nas nuvens e toda a família vai se reunir. Mas logo descobrirão que nem tudo é do jeito que eles querem.
Papa ou Maman [De Martin Bourboulon, com Marina Foïs, Laurent Lafitte, Alexandre Desrousseaux, Anna Lemarchand, Achille Potier; 2015, comédia, 1h25]
Sessões: sexta (12) às 21h40; segunda (15) às 18h; e quarta (17) às 18h10.
Sinopse: Florence e Vincent Leroy formam um casal bem-sucedido. Têm bons empregos, filhos maravilhosos e um casamento perfeito. Mas quando os dois recebem uma promoção dos sonhos no trabalho, tudo começa a mudar e a vida em conjunto se transforma em um pesadelo. Em pé de guerra, eles decidem se separar e vão fazer de tudo para não ter a guarda das crianças.
Asterix e o Domínio dos Deuses (Asterix – Le Domaine des Dieux) [De Louis Clichy, com Roger Carel, Guillaume Briat, Lorànt Deutsch; 2014, animação 3D/aventura/comédia, 1h26]
Sessões: sábado (13) às 14h; e domingo (14) às 16h10.
Sinopse: O imperador romano Júlio César sempre quis derrotar os irredutíveis gauleses, mas jamais teve sucesso em seus planos de conquista. Até que, um dia, ele resolve mudar de estratégia. Ao invés de atacá-los, passa a oferecer os prazeres da civilização aos gauleses. Desta forma, Júlio César ordena a construção da Terra dos Deuses ao redor da vila gaulesa, de forma a impressioná-los e, assim, convencê-los a se unir ao império romano. Só que a dupla Asterix e Obelix não está nem um pouco disposta a cooperar com os planos de César.
O Que as Mulheres Querem (Sous Les jupes des Filles) [De Audrey Dana, com Isabelle Adjani, Alice Belaïdi, Laetitia Casta; 2014, comédia, 1h56]
Sessões: sábado (13) às 15h40; e terça (16) às 21h55.
Sinopse: Esta comédia se passa no primeiro mês de primavera, acompanhando as histórias amorosas de 11 mulheres diferentes. Umas são esposas, outras são as melhores amigas, as amantes, as empresárias… Cada uma se envolve em um novo caso, com os homens de suas vidas, ou simplesmente com algum desconhecido encontrado por acaso.
O Preço da Fama (La Rançon De La Gloire) [De Xavier Beauvois, com Benoît Poelvoorde, Roschdy Zem, Séli Gmach; 2014, drama, 1h54]
Sessões: domingo (14) às 14h; e quarta (17) às 19h50.
Sinopse: Ao sair da prisão, Eddy é saudado por seu amigo Osman. As vésperas do Natal, a falta de dinheiro se agrava. Além disso, quando a televisão anuncia a morte do comediante Charlie Chaplin, Eddy tem uma ideia: roubar o caixão do ator e pedir um resgate a família!
Samba [De Eric Toledano e Olivier Nakache, com Omar Sy, Charlotte Gainsbourg, Tahar Rahim; 2014, comédia dramática, 2h]
Sessões: domingo (14) às 17h50; segunda (15) às 14h; e terça (16) às 15h50.
Sinopse: Samba é um imigrante do Senegal que vive há 10 anos na França e, desde então, tem se mantido no novo país a custa de bicos. Alice, por sua vez, é uma executiva experiente que tem sofrido com estafa devido ao seu trabalho estressante. Enquanto ele faz o possível para conseguir os documentos necessários para arrumar um emprego digno, ela tenta recolocar a saúde e a vida pessoal no trilho, cabendo ao destino determinar se estarão juntos nessa busca em comum.
Sobre Amigos, Amor e Vinho (Barbecue) [De Éric Lavaine, com Lambert Wilson, Franck Dubosc, Florence Foresti, Guillaume de Tonquedec, Lionel Abelanski; 2014, comédia, 1h38]
Sessões: terça (16) às 20h; e quarta (17) às 16h15.
Sinopse: Pelo seu aniversário de 50 anos, Antoine recebeu um presente bem original: um infarto! A partir de agora, ele terá que se cuidar. O problema é que Antoine sempre cuidou de tudo: da saúde, da alimentação, da família, de não magoar os amigos e concordar com tudo. Mesmo assim, ele aceita encarar um novo regime e, na tentativa de mudar de vida, acabará mudando a dos outros também.