Joãozinho Ribeiro celebra a vida e a arte em dois shows no Teatro Arthur Azevedo

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Apresentações acontecem dias 3 e 4 no Teatro Arthur Azevedo, com participações especiais de Adler São Luiz, Adriana Bosaipo, Alê Muniz, Aziz Jr, Chico Saldanha, Daffé, Josias Sobrinho, Maria Spíndola, Paulo Pirata, Rosa Reis e Sérgio Habibe

O poeta e compositor Joãozinho Ribeiro - foto: divulgação
O poeta e compositor Joãozinho Ribeiro – foto: divulgação

O poeta e compositor Joãozinho Ribeiro completou, em 2025, 70 anos de idade e 60 de uma vitoriosa batalha contra um câncer. Uma de suas frases de cabeceira, do pintor italiano Amedeo Modigliani (1884-1920), diz que “o dever do artista é salvar o sonho”. O artista entende que a celebração da vida passa pela celebração da arte.

Estes são os motes do show “Canções da Vida e da Arte”, que Joãozinho Ribeiro apresenta nos próximos dias 3 e 4 de outubro, às 20h, no Teatro Arthur Azevedo (Rua do Sol, Centro), com as participações especiais de Adler São Luiz, Adriana Bosaipo, Alê Muniz, Aziz Jr, Chico Saldanha, Daffé, Josias Sobrinho, Maria Spíndola, Paulo Pirata, Rosa Reis e Sérgio Habibe.

Com produção e coordenação geral de Lena Santos, o show de Joãozinho Ribeiro tem direção geral do artista, que será acompanhado pelos músicos Rui Mário (sanfona, teclados e direção musical), Arlindo Pipiu (violão e guitarra), Hugo Carafunim (trompete), Danilo Santos (saxofone e flauta), Robertinho Chinês (cavaquinho), Carlos Raqueth (baixo), Ronald Nascimento (bateria), Marquinhos Carcará (percussão), Kátia Espíndola (vocal), Raquel Espíndola (vocal) e Renato Serra (teclados).

As celebrações de Joãozinho Ribeiro têm caráter solidário: os ingressos para os shows serão trocados por alimentos, materiais de limpeza e higiene pessoal, pedagógicos, hospitalares, descartáveis, roupas e utensílios domésticos para a Casa de Apoio da Fundação Antonio Dino. A troca pode ser feita no Convento das Mercês (sede da Fundação da Memória Republicana Brasileira, Rua da Palma, Desterro) ou no Teatro Arthur Azevedo (nos dias do espetáculo).

Joãozinho Ribeiro é um dos artistas maranhenses mais gravados, tendo músicas suas em registros de nomes como Betto Pereira, Célia Maria, Chico César, Elba Ramalho, Flávia Bittencourt, Josias Sobrinho, Lena Machado, Olodum, Rita Benneditto, Rosa Reis e Zeca Baleiro, entre outros.

Parte deste repertório autoral será lembrada nas duas apresentações do show “Canções da Vida e da Arte”, que tem patrocínio da Potiguar e Secretaria de Estado da Cultura (Secma), através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Maranhão.

Serviço

O quê: show “Canções da Vida e da Arte”
Quem: Joãozinho Ribeiro e convidados
Quando: dias 3 (sexta) e 4 de outubro (sábado), às 20h
Onde: Teatro Arthur Azevedo (Rua do Sol, Centro)
Quanto: os ingressos solidários serão trocados por alimentos, materiais de limpeza e higiene pessoal, pedagógicos, hospitalares, descartáveis, roupas e utensílios domésticos para a Casa de Apoio da Fundação Antonio Dino (a partir do dia 1º. de outubro no Convento das Mercês e nos dias das apresentações também na bilheteria do TAA)
Informações: no instagram @joaozinhoribeiromilhoesdeuns

Baile do Parangolé será palco do lançamento de “Bloco Bonito”, de Joãozinho Ribeiro

Acima: Neto Peperi, Alysson Ribeiro, Andréa Frazão, Luiz Cláudio e Dan Nobre; abaixo: Paulinho Akomabu, Chico Saldanha, Joãozinho Ribeiro, Rosa Reis, Fátima Passarinho e Anna Cláudia, as vozes de "Bloco Bonito" - foto: divulgação
Acima: Neto Peperi, Alysson Ribeiro, Andréa Frazão, Luiz Cláudio e Dan Nobre; abaixo: Paulinho Akomabu, Chico Saldanha, Joãozinho Ribeiro, Rosa Reis, Fátima Passarinho e Anna Cláudia, as vozes de “Bloco Bonito” – foto: divulgação

O Baile do Parangolé chega à sua 14ª edição em 2025, celebrando os 46 anos de fundação da Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH). O nome do baile toma emprestado o título de um conhecido coco do jornalista e compositor Cesar Teixeira, sócio da SMDH. O evento acontecerá na próxima quarta-feira (12), a partir das 19h, no Bar e Restaurante Pedra de Sal (esquina das ruas da Estrela e de Nazaré, Praia Grande). Os ingressos individuais custam R$ 40,00 e incluem abadá.

O poeta e compositor Joãozinho Ribeiro, sócio da SMDH, lançará, na ocasião, o EP Bloco Bonito (faça aqui a pré-save), com quatro faixas em clima de folia e a participação especial de grandes nomes da música popular brasileira: Allysson Ribeiro, Andréa Frazão, Chico Saldanha, Neto Peperi, Paulinho Akomabu, Rosa Reis e Zeca Baleiro. As gravações aconteceram no Zabumba Records, sob a batuta do percussionista, compositor e produtor Luiz Cláudio.

Uma das faixas de destaque é “Algazarra no quartel”, interpretada por Alysson Ribeiro e Neto Peperi, uma crítica ácida e bem-humorada aos desmandos de um certo capitão que muito aprontou fora da caserna.

"Bloco Bonito" - capa/ reprodução
“Bloco Bonito” – capa/ reprodução

Segundo Joãozinho Ribeiro, o EP é uma homenagem ao cantor e compositor Tadeu de Obatalá (1964-2024), falecido ano passado, um dos fundadores do Bloco Afro Akomabu. A capa de Bloco Bonito, presente do amigo e parceiro Betto Pereira, cantor, compositor e artista visual, faz alusão à estética deste símbolo do carnaval maranhense surgido nas fileiras do Centro de Cultura Negra do Maranhão (CCN).

Joãozinho Ribeiro, seus convidados especiais e os músicos que participaram da gravação de Bloco Bonito são as atrações do 14º. Baile do Parangolé, valorizando a música, a ancestralidade e os direitos humanos.

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Célia Maria apresenta seu Bolero no Miolo, nesta sexta (29)

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A cantora Célia Maria - foto: Zeqroz Neto/ divulgação
A cantora Célia Maria – foto: Zeqroz Neto/ divulgação

A cantora Célia Maria adotou seu nome artístico para fugir da vigilância dos pais e conseguir cantar (escondida) em programas de auditório em rádios maranhenses. Nos anos 1960 circulou pelo eixo Rio-São Paulo e conviveu com figuras como Cartola (1908-1980), Nelson Cavaquinho (1911-1986), Zé Keti (1921-1999) e o conterrâneo João do Vale (1934-1996).

Considerada a voz de ouro da música do Maranhão, Célia Maria só viria a gravar um álbum, o homônimo Célia Maria, em 2001, com arranjos de Ubiratan Sousa, incluindo o choro “Milhões de Uns”, de Joãozinho Ribeiro, que angariou troféu no Prêmio Universidade FM daquele ano. Nada disso, no entanto, foi capaz de dar a ela o merecido reconhecimento: trata-se de uma das maiores cantoras brasileiras em qualquer tempo.

Só voltaria a gravar em 2022, por iniciativa de admiradores: lançou o EP Canções e Paixões (ouça acima), cujo repertório traz, entre outras, o “Bolero de Célia”, que Zeca Baleiro compôs especialmente para sua interpretação. É a música do conterrâneo que dá título ao show que a artista apresenta nesta sexta-feira (29), às 21h, no Miolo Bar e Café (Av. Litorânea, nº. 100, Calhau).

Na apresentação, Célia Maria será acompanhada do Regional Seis Por Meia Dúzia (nome tomado emprestado de um choro de Luis Barcelos), que está longe de ser qualquer coisa ou mais ou menos, formado especialmente para a ocasião: Rui Mário (sanfona e direção musical), Wendell de La Salles (bandolim), Gustavo Belan (cavaquinho), Gabriela Flor (pandeiro), Chico Neis (violão) e Mano Lopes (violão sete cordas).

A noite contará ainda com as luxuosas participações especiais de Claudio Lima e Dicy. Os ingressos já estão esgotados. No repertório, além de canções de Célia Maria e Canções e Paixões, a que comparecem nomes como Antonio Maria (1921-1964), Antonio Vieira (1920-2009), Cesar Teixeira, Chico Buarque, Edu Lobo, Chico Maranhão e Luiz Bonfá (1922-2001), entre outros, além de um passeio por clássicos da música popular brasileira, com destaque para boleros, choros e sambas-canções.

“Bolero de Célia”, o show, tem produção de RicoChoro Produções e apoio cultural de Maxx, Potiguar, Gênesis Educacional, Bira do Pindaré, Pró Áudio e Turê.

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Serviço

O quê: show “Bolero de Célia”
Quem: Célia Maria e Regional Seis Por Meia Dúzia. Participações especiais de Claudio Lima e Dicy
Onde: Miolo Bar e Café (Av. Litorânea, nº. 100, Calhau)
Quando: dia 29 (sexta-feira), às 21h
Quanto: ingressos esgotados
Produção: RicoChoro Produções
Apoio cultural: Maxx, Potiguar, Gênesis Educacional, Bira do Pindaré, Pró Áudio e Turê

Joãozinho Ribeiro volta a mergulhar no universo do samba

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Show no Miolo Café Bar dia 30 precede gravação de álbum dedicado ao gênero

O poeta e compositor Joãozinho Ribeiro. Foto: divulgação
O poeta e compositor Joãozinho Ribeiro. Foto: divulgação

Em 2002 e 2003, quando percorreu 18 bairros de São Luís com o circuito Samba da Minha Terra, ficou comprovada a importância da verve sambista de Joãozinho Ribeiro, poeta e compositor versátil que se vira muito bem em outros gêneros, como também o provam centenas de composições suas, gravadas por nomes os mais diversos da música popular brasileira.

Em setembro Joãozinho Ribeiro entra em estúdio para gravar o segundo álbum de sua carreira, que já conta 45 anos, desde a estreia em um festival universitário de música em 1979. O sucessor de Milhões de Uns – Vol. 1, gravado ao vivo no Teatro Arthur Azevedo em 2012 e lançado no ano seguinte, será dedicado ao samba, com direção de Zeca Baleiro, produção de Luiz Cláudio e participações especiais de insuspeitos bambas – entre os nomes confirmados, além do próprio Zeca, estão Rita Benneditto, Chico César e Fabiana Cozza.

Como uma espécie de aquecimento para o registro do álbum, Joãozinho Ribeiro se apresenta no próximo dia 30 de agosto (sexta-feira), às 21h, no Miolo Café Bar (Av. Litorânea, nº. 100, Calhau). No show, intitulado “45 Anos: Letra e Música”, o artista experimentará o repertório que pretende levar ao estúdio, acompanhado por João Eudes (violões de seis e sete cordas e direção musical), João Neto (flauta), Juca do Cavaco (cavaquinho) e Carbrasa (percussão).

No show, Joãozinho Ribeiro contará ainda com as participações especiais de Adler São Luís, Fernanda Garcia, Chico Saldanha e Neto Peperi. No repertório, clássicos como “Milhões de Uns”, “Saiba, Rapaz” e “Estrela”, para destacar alguns sambas e choros de sua lavra.

“Este show vai ser uma confraternização, um encontro com parceiros, instrumentistas e intérpretes, já pensando no que a gente vai fazer quando entrar em estúdio. Tudo está sendo pensado com muito carinho e cuidado, tanto para o palco, quando a gente vai sentir o termômetro do público, quanto para o estúdio, quando a gente vai para um registro definitivo de uma obra que eu sigo construindo, num álbum que está sendo pensado de forma equilibrada entre músicas bastante conhecidas no Maranhão, mas também apresentando inéditas”, promete Joãozinho Ribeiro.

Serviço

O quê: show “45 Anos: Letra e Música”
Quem: o poeta e compositor Joãozinho Ribeiro e Regional
Quando: dia 30 de agosto (sexta-feira), às 21h
Onde: Miolo Café Bar (Av. Litorânea, nº. 100, Calhau)
Quanto: R$ 25,00 (couvert artístico individual)

Joãozinho Ribeiro celebra 69 anos de idade e 45 de música no Quarta no Solar, terça que vem (30)

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O poeta e compositor Joãozinho Ribeiro no traço de Nuna Gomes
O poeta e compositor Joãozinho Ribeiro no traço de Nuna Gomes

“Tem uma sexta na minha terça”, dirão os brasileiros comuns na véspera do feriado de 1º. de maio, dia do trabalhador e da trabalhadora. Já os brasileiros que frequentam o Solar Cultural da Terra Maria Firmina dos Reis (Rua Rio Branco, 420, Centro) dirão que “tem uma quarta na minha terça”. Para que ninguém fique confuso, abrevio a prosa e explico: em razão do citado feriado, a próxima edição do projeto Quarta no Solar acontece nesta terça (30).

Realizado há cerca de dois meses, o projeto vem conquistando um público fiel, sob o comando de Aziz Jr. (voz e violão) e Chico Nô (voz e violão) – acompanhados por Totó Sampaio (percussão) e Athos Lima (guitarra) –, que a cada quarta-feira recebem um/a convidado/a especial e a presença de artistas na plateia transforma o fim da festa em uma animada jam session.

Nesta terça-feira, o convidado é o poeta e compositor Joãozinho Ribeiro, que completa 69 anos na segunda-feira (29) e celebra também o marco dos 45 anos de trajetória musical, iniciada em um festival universitário de música na UFMA, em 1979.

Joãozinho Ribeiro estará acompanhado por um Regional – formado por Arlindo Pipiu (violões de seis e sete cordas), Jovan Lopes (trombone), Madson Peixoto (percussão) e João Eudes (cavaquinho) – e passeará por clássicos de sua lavra, a exemplo da premiada “Milhões de Uns” – sucesso de Célia Maria – “Choro na Tralha” e “Ternura e Pão”, parcerias com Ivandro Coelho. A noite contará ainda com a participação especial da cantora Fátima Passarinho.

O show começa às 19h e o couvert artístico individual custa R$ 10,00.

Documentário sobre Lupicínio Rodrigues será exibido em São Luís, seguido de roda de música

Sessão acontece nesta quinta (4), às 19h, no Cineteatro Aldo Leite (Palacete Gentil Braga)

"Lupicínio Rodrigues: Confissões de Um Sofredor". Cartaz. Reprodução
“Lupicínio Rodrigues: Confissões de Um Sofredor”. Cartaz. Reprodução

Ano passado, para o Farofafá, escrevi sobre o documentário Lupicínio Rodrigues: Confissões de Um Sofredor, de Alfredo Manevy, que então percorria o circuito de festivais, antes da estreia no de salas de cinema. Ao lado dele, outros importantes filmes com conteúdo musical não têm circulado pelas salas ludovicenses. Cito Saudosa Maloca, de Pedro Serrano, baseado em canções de Adoniran Barbosa (1910-1982) e protagonizado por Paulo Miklos, e Nada Será Como Antes – A Música do Clube da Esquina, documentário de Ana Rieper, entre os exemplos recentes.

Lupicínio Rodrigues: Confissões de Um Sofredor reúne um time de primeira grandeza da música popular brasileira, entre interpretações de clássicos de sua lavra e depoimentos, ajudando a colocar o compositor gaúcho num merecido lugar de destaque entre os grandes da MPB, algo invariavelmente ofuscado pela chamada “fenomenologia da cornitude”, a tal dor de cotovelo de que, afinal de contas, ele é o inventor e maior representante. Mas também, como aprofundou o colega de redação no citado Farofafá Pedro Alexandre Sanches, debate o quanto esta diminuição de Lupi, como era carinhosamente chamado por pares de ofício, era também fruto de racismo, a partir, sobretudo, de não ter sido creditado entre os concorrentes ao Oscar, em episódio abordado pelo filme e que este busca reparar, artística e judicialmente.

O documentário de Manevy também não estreou nas salas de cinema da ilha, o que vai ser parcialmente corrigido por iniciativa do Departamento de Assuntos Culturais da Universidade Federal do Maranhão (DAC/UFMA) e seu Festival Guarnicê de Cinema, um dos mais longevos do Brasil, cuja 47ª. edição acontece entre os próximos dias 7 e 14 de junho. Na próxima quinta-feira (4), às 19h, Lupicínio Rodrigues: Confissões de Um Sofredor será exibido no Cineteatro Aldo Leite (Palacete Gentil Braga, Rua Grande, 782, Centro, Canto da Viração, esquina com Rua do Passeio).

A sessão será gratuita, com abertura dos portões às 18h, com acesso pela lateral do Palacete (Rua do Passeio), observando-se a capacidade da casa (125 lugares). Às 19h acontece a exibição do filme, seguida de uma roda musical com a presença confirmada de artistas admiradores da obra de Lupicínio Rodrigues (1914-1974), interpretando seus grandes clássicos. A roda é aberta e já tem confirmadas as presenças do compositor Joãozinho Ribeiro, dos cantores Zeca do Cavaco e Aziz Jr., além de Carbrasa (pandeiro), João Eudes (violão sete cordas) e João Neto (flauta) – outros artistas devem se somar à iniciativa, à altura do fabuloso legado do homenageado.

Joãozinho Ribeiro e grande elenco celebram a paz na terceira edição do show “Com o Afeto das Canções”

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O poeta e compositor Joãozinho Ribeiro. Foto: divulgação
O poeta e compositor Joãozinho Ribeiro. Foto: divulgação

Evento acontece no próximo dia 16 de dezembro (sábado), no Convento das Mercês

A trajetória artística do poeta e compositor Joãozinho Ribeiro se confunde com sua trajetória militante. Desde que estreou na música, num festival universitário em 1979, em que ficou em segundo lugar, sua obra se debruça sobre questões sociais, num fazer artístico de uma consciência raras vezes vista.

Com um livro – “Paisagem Feita de Tempo” (Edição do Autor, 2006) – e um disco lançados – “Milhões de Uns – vol. 1”, gravado ao vivo no Teatro Arthur Azevedo em 2012 e lançado no ano seguinte – até aqui, sua poesia e sua música invariavelmente alertam para as mazelas que nos cercam.

“A função do artista é salvar o sonho” e a frase do pintor italiano Amedeo Modigliani (1884-1920) há algum tempo martela o juízo de Joãozinho como um mantra. Notícias de guerras distantes pedem paz, pão e poesia. E música.

É pensando e motivado por isso que Joãozinho Ribeiro, ser gregário, como já sabemos, se reúne com uma constelação de primeira linha da música popular brasileira produzida no Maranhão para o show “Com o Afeto das Canções III – A Festa da Paz”, que acontece no próximo dia 16 de dezembro (sábado), no Convento das Mercês (Rua da Palma, Desterro), a partir das 18h.

“A gente enxerga esta realização como uma grande festa de confraternização, típica do período, mas pautada por muito profissionalismo e solidariedade. É um espaço do acontecer solidário, reunindo cerca de uma centena de envolvidos, desde instrumentistas, convidados especiais, produtores, grupos de cultura popular da comunidade do Desterro, bairro onde me criei e onde está localizado o Convento das Mercês, cartão postal da capital maranhense que é sede da Fundação da Memória Republicana Brasileira, em cujas festas de fim de ano a gente se insere, colaborando também com a Campanha Natal Sem Fome. Música na existência, para alimentar os espíritos! Dança nos corpos, para liberar as energias positivas! Eparrei! Aleluia! Shalom! Saravá!”, resume Joãozinho Ribeiro.

A música começa com apresentações de grupos de cultura popular do entorno: Tambor dos Onças, Zumba da Negra Zete, Capoeira do Mestre Bamba e os Blocos Tradicionais Os Foliões e Os Guardiões. Na sequência, tendo como mestre de cerimônias o poeta e cordelista Moizes Nobre, Joãozinho Ribeiro será acompanhado por Rui Mário (sanfona, teclados e direção musical), Hugo Carafunim (trompete), Danilo Santos (saxofone e flauta), Ronald Nascimento (bateria), Tiago Fernandes (violão sete cordas), Marquinhos Carcará (percussão), Robertinho Chinês (cavaquinho), Katia Espíndola (vocal), Raquel Espíndola (vocal). O anfitrião terá como convidados o Bloco Afro Akomabu, Anastácia Lia, Andréa Frazão, Ronald Pinheiro, Josias Sobrinho, Zé Heitor (vencedor do concurso de toadas dos sotaques da baixada e costa de mão, promovido pela FMRB), Chico Saldanha, Bicho Terra, Allysson Ribeiro, Anna Cláudia e Fátima Passarinho – os três últimos, sob a batuta do maestro Arlindo Pipiu, irão comandar o Baile da Paz, antecipando o carnaval, apresentando um repertório de frevos e marchinhas, incluindo composições inéditas que estarão no EP carnavalesco que o compositor lançará no início de 2024.

“Com o Afeto das Canções III – A Festa da Paz” tem produção e coordenação geral de Lena Santos e patrocínio da Potiguar e Secretaria de Estado da Cultura do Maranhão (Secma), através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Maranhão. O acesso se dará mediante a troca de um quilo de alimento não perecível, no local. A arrecadação será destinada à Campanha Natal Sem Fome.

Serviço

O quê: show “Com o Afeto das Canções III – A Festa da Paz”
Quem: o poeta e compositor Joãozinho Ribeiro e convidados
Quando: dia 16 de dezembro (sábado), às 18h
Onde: Convento das Mercês (Rua da Palma, Desterro)
Quanto: os ingressos serão trocados por um quilo de alimento não perecível

Lourival Tavares apresenta “Canto Encanto – A noite dos menestréis” no Bar do Léo

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Marcos Lussaray e Lourival Tavares em show no Teatro da Cidade (2014). Foto: Zema Ribeiro/ Divulgação
Marcos Lussaray e Lourival Tavares em show no Teatro da Cidade (2014). Foto: Zema Ribeiro/ Divulgação

Artista será homenageado pela Festa da Música do Maranhão; no show, Lourival Tavares será acompanhado por Marcos Lussaray (violão e guitarra) e terá as participações especiais de Erasmo Dibell, Gildomar Marinho, Joãozinho Ribeiro, Josias Sobrinho, Sérgio Habibe, Tutuca Viana e Wilson Zara

O cantor e compositor Lourival Tavares, maranhense de Pio XII, hoje radicado em São Paulo, apresenta no próximo dia 18 de novembro (sábado), às 20h, no Bar do Léo, o show “Canto Encanto – A noite dos menestréis”.

Com entrada franca, na apresentação Lourival Tavares estará acompanhado por Marcos Lussaray (violão e guitarra) e contará com as participações especiais de Erasmo Dibell, Gildomar Marinho, Joãozinho Ribeiro, Josias Sobrinho, Sérgio Habibe, Tutuca Viana e Wilson Zara.

Lourival Tavares começou a cantar em programas de calouros no início da década de 1970. Sua música é fruto da influência de ritmos da cultura popular de seu estado natal, das canções que se ouviam no rádio à época – um vasto cardápio que inclui de Luiz Gonzaga a João do Vale, passando por Silvio Caldas, Jackson do Pandeiro, Gilberto Gil, Caetano Veloso e João Bosco, além dos poetas Catulo da Paixão Cearense e Patativa do Assaré.

“Canto Encanto – A noite dos menestréis”, o show, aproveita a passagem de Lourival Tavares pelo Maranhão: no próximo dia 16, antevéspera da apresentação, ele receberá o Prêmio Papete, durante a Festa da Música do Maranhão, que reconhece o talento e a importância de diversas personalidades para a música produzida por maranhenses. O evento chega este ano à sua sexta edição.

Lourival Tavares tem diversos álbuns gravados, entre os quais se destaca “No batuque do coração” (CPC-Umes, 2004), cujo repertório inclui músicas de sua lavra, como “Enluarado”, “Procissão das formigas”, “Solidão das lamparinas” e “Canto razão”, além de “Velha calça de xadrez” (parceria com Josias Sobrinho e Éden Bentes), “Matadouro” (com Celso Borges), e releituras para “Ana e a lua” (Betto Pereira) e “Pequeno concerto que virou canção” (Geraldo Vandré).

O reencontro de Lourival Tavares com seus convidados e com o público ludovicense promete ser uma noite de festa, com um passeio pelas diversas fases e álbuns de sua carreira, bem como pelas trajetórias de Erasmo Dibell, Gildomar Marinho, Joãozinho Ribeiro, Sérgio Habibe, Tutuca Viana e Wilson Zara, participações especiais que abrilhantarão o espetáculo.

Serviço

O quê: show “Canto Encanto – A noite dos menestréis”
Quem: o cantor e compositor Lourival Tavares, acompanhado por Marcos Lussaray (violão e guitarra) e as participações especiais de Erasmo Dibell, Gildomar Marinho, Joãozinho Ribeiro, Sérgio Habibe, Tutuca Viana e Wilson Zara.
Quando: dia 18 de novembro (sábado), às 20h
Onde: Bar do Léo (Hortomercado do Vinhais)
Quanto: grátis

Joãozinho Ribeiro e grande elenco apresentam “Canções de Amor e Paz”

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O poeta e compositor Joãozinho Ribeiro. Foto: divulgação
O poeta e compositor Joãozinho Ribeiro. Foto: divulgação

Espetáculo poético-musical acontece nesta sexta-feira (22), no Teatro Arthur Azevedo

Diariamente somos bombardeados pelo noticiário e pelas redes sociais com notícias desagradáveis. São fartos os casos de desastres (supostamente) naturais, violências de toda ordem e assassinatos, não raro os três se relacionando.

Na contramão disso, temos as artes, para servirem não como alienação, alheamento ou fuga da realidade, mas também para nos ajudar a refletir sobre a quadra histórica que atravessamos.

“O dever do artista é salvar o sonho”, sentenciou o artista plástico italiano Amedeo Modigliani (1884-1920), frase que se tornou um mantra para o poeta e compositor maranhense Joãozinho Ribeiro.

Nesta cruzada quase quixotesca em busca de salvar o sonho, Joãozinho Ribeiro apresenta nesta sexta-feira (22), às 20h, no Teatro Arthur Azevedo (Rua do Sol, Centro), o espetáculo “Canções de Amor e Paz”, reunindo um grande elenco da música e poesia cometidas por estas plagas.

Desfilando um repertório autoral, Joãozinho Ribeiro agrega como convidados/as o Coral Infantil Batucando Esperança, Elisa Lago, Emmanuel Ferraro, Adriana Bosaipo, Anna Cláudia, Fátima Passarinho, Zeca Baleiro – que fará uma participação especial virtual, apresentando uma parceria inédita deles em vídeo –, Ivandro Coelho, Gisele Vasconcelos, Marconi Rezende, Rosa Reis, Leda Nascimento, Elizandra Rocha, Gilson César, Rosa Ewerton, Uimar Junior, Moizes Nobre e Tatiane Soares.

O anfitrião e a constelação que o acompanha terão seus feitos musicais e poéticos emoldurados pelos talentos de Rui Mário (sanfona e direção musical), Arlindo Pipiu (baixo), Hugo Carafunim (trompete), Danilo Santos (saxofone e flauta), Robertinho Chinês (cavaquinho e bandolim), Tiago Fernandes (violão sete cordas) e Marquinhos Carcará (percussão). A produção é de Lena Santos e a direção geral de Joãozinho Ribeiro.

Os ingressos custam R$ 50,00 (R$ 25,00, a meia-entrada para estudantes com carteira e demais casos previstos em lei) e estão à venda na Bilheteria Digital e na bilheteria do Teatro Arthur Azevedo.

Serviço

O quê: show “Canções de Amor e Paz”
Quem: Joãozinho Ribeiro e convidados
Quando: sexta-feira (22), às 20h
Onde: Teatro Arthur Azevedo (Rua do Sol, Centro)
Quanto: R$ 50,00 e 25,00

Num intervalo do último ensaio

Sábado passado (27) o Reviver Hostel (Rua da Palma, Praia Grande) foi palco do show de lançamento de “O Homem Que Virou Circo” (2023), novo álbum do cantor e compositor Marcos Magah, produzido pelo conterrâneo Zeca Baleiro.

O trabalho encerra uma trilogia, iniciada com o álbum de estreia “Z de Vingança” (2012) e continuada com “O Inventário dos Mortos (Ou Zebra Circular”) (2015). “O Homem Que Virou Circo” conta com participações especiais de Odair José (em “Estação Sem Fim”) e Bárbara Eugênia (em “As Coisas Mais Lindas do Mundo”, parceria dele com Celso Borges [1959-2023]).

Entre a doçura e a revolta, como salienta o produtor, o terceiro álbum de Magah preserva suas características essenciais, que tem marcado sua trajetória solo – o cantor integrou a banda Amnésia, com que ajudou a consolidar uma cena punk em São Luís, a partir do bairro do Cohatrac – com seu passeio desenvolto entre o punk, o rock e o brega, com letras inteligentes e instigantes.

Na véspera do show de lançamento, que acabei perdendo (por motivos de força maior), acompanhei um pedaço do último ensaio no Estúdio 2F Sonato (Vinhais). Na ocasião, a convite da produção, conversei com Marcos Magah e Zeca Baleiro – e por motivos idem, só agora consigo postar a conversa.

Fotos: Patrícia Castro
Fotos: Patrícia Castro

ENTREVISTA: MARCOS MAGAH E ZECA BALEIRO

ZEMA RIBEIRO: Antes de Baleiro ir se aventurar em São Paulo em busca do sonho de viver de música, teve uma trajetória aqui por barzinhos na noite de São Luís, que era mais ou menos a mesma época em que o Magah ajudou a consolidar ali a cena punk, a partir do Cohatrac, com a banda Amnésia. Naquela época vocês já se encontravam? Como é que era essa relação na década de 1980?
MARCOS MAGAH: Rapaz, a gente se via, cidade pequena, a gente chegou inclusive a dividir palco, acho que em 1990. É 89, 90, no festival São Luís Rock Show e a gente dividiu no Coqueiro [bar], que era o festival muito louco de rock and roll [risos], e a gente dividiu o palco lá uma vez, nesse festival que eu me referi agora. São Luís, cidade pequena, todo mundo acaba se olhando em algum momento. Lá na frente, a gente acabou se encontrando novamente no filme do Neto Borges, que foi o “Ventos Que Sopram”, quando a gente começou a pensar em trabalhar junto.

ZR: Baleiro, você sempre teve uma atenção muito grande, voltada sobretudo para artistas do teu lugar, São Luís, do Maranhão, e ao longo desses anos de carreira, 26 já, isso se contarmos só a partir do disco de estreia, e você sempre deu uma força, colaborou, produziu, enfim, ajudou também a colocar nomes aí no radar. O que te chamou a atenção na obra de Magah que você resolver produzi-lo?
ZECA BALEIRO: Bom, e aí, Magah? Falo a verdade ou minto? [risos]. Só te corrigindo: não era sonho, não, era desespero mesmo. Quando eu saí daqui para São Paulo era uma tentativa de alargar os horizontes, e falo isso sem desabonar a cidade que eu amo, que eu adoro e tal, mas eu tava num momento pessoal muito confuso, muito conturbado e numa vibe muito sexo, drogas e rock and roll, mais drogas do que sexo na verdade [risos]. Eu fui para buscar outros caminhos, para me aventurar, para buscar crescimento, desenvolvimento para mim, como pessoa, como artista e por outras demandas também que não vêm ao caso. Lá no meu bairro, no Monte Castelo, tinha uma turma também, Ricardo, me ajuda aí a lembrar [pede para Magah], que eram de uma banda, ali perto da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, a turminha que se reunia ali se correspondia com Arnaldo Baptista. Tu [apontando para Magah] era da Amnésia, tinha a Ânsia de Vômito, os nomes eram maravilhosos [risos], e eu era amigo deles, assim, amigo de bairro, da gente se encontrar e tal. Naquele tempo, não só em São Luís, no Brasil de uma maneira geral, essas prateleiras da música eram muito essa segmentação, era até de uma natureza mais social, a galera do rock não se misturava com a galera do samba, que não se misturava com a galera da chamada MPB, que quiseram chamar de MPM aqui, e eu era aberto. Eu gostava de música popular, me interessava por música popular de uma maneira geral, então eu era tanto amigo de Joãozinho Ribeiro, que é um cara que cultua a Velha Guarda, Noel [Rosa, compositor (1910-1937)] e tal, como podia ser amigo de Ricardo e de Magah, de outros caras. Masa gente não foi de fato, assim, amigos. A gente era ali contemporâneo, olhava ali com o interesse aquela cena, a gente esteve juntos nesse festival, eu lembro até que eu entrei com a minha banda, todos pintados, e todo mundo ficou “estão pensando que são os Secos e Molhados?”.Mas era uma brincadeira, uma provocação. Depois, o Magah esqueceu de contar, que ele perambulou por São Paulo e nessa época o Fernando Abreu, parceiro, poeta parceiro comum dos dois, escreveu: “Zeca, te lembra de Magah? Ele tá em São Paulo”. Eu tava na época viajando muito, a gente não conseguiu se encontrar, mas ele mandou três letras por e-mail. Uma delas virou a nossa primeira parceria, “Eu Chamo de Coragem”, está no “O Amor no Caos – volume 2“, aí veio o documentário, a gente se aproximou, ele mostrou umas canções e eu falei “pô, vamos fazer repertório”, e foi assim.

ZR: Agora depois dessa tua ida para São Paulo tu acabou te tornando uma espécie de embaixador, né?
ZB: Eu detesto esse negócio de embaixador.

ZR: É, detesta, mas assim, é porque tu nunca negou a mão a quem precisou.
ZB: É porque é amor mesmo, cara. O cara pode ser capixaba também, e eu aliás fiz, por sinal, com a obra de Sérgio Sampaio. Naturalmente, tem que ter um entendimento da vivência do cara, que pode ser Magah ou pode ser Antonio Vieira (1920-2009), da dificuldade dos meios de produção, que mesmo hoje São Luís ainda é uma cidade com muita dificuldade, como é Aracaju, como é Maceió, como é qualquer cidade menor assim, né? Não é uma metrópole como Rio, São Paulo, Belo Horizonte. Agora essa coisa de embaixador, desculpa, até posso ter sido descortês, mas é porque isso de embaixador passa um pouco uma ideia de oficialidade, sabe? E eu detesto qualquer tipo de oficialidade [risos]. Eu não sou embaixador de nada. Eu posso gostar do cara sendo maranhense, piauiense ou cearense. Naturalmente eu não me afastei, como outros artistas fizeram um afastamento, às vezes até normal, né? Por exemplo, Alcione, de quem eu sou muito fã, hoje é mais associada à cultura musical do Rio, à Mangueira do que aqui, embora ela nunca vá deixar de ser maranhense, profundamente maranhense. Por uma natureza minha mesmo, assim, pessoal, eu gosto de estar aqui, sinto um pertencimento, me sinto fazendo parte de uma coisa, me sinto inserido nisso aqui como o meu lugar, mesmo que eu vá morar na Romênia. Uma vez dividindo os microfones, o palco, a cena com Ferreira Gullar (1930-2016), um programa que o Tony Bellotto tinha, não sei se tem mais, na TV Cultura, “Afinando a Língua”, juntou o Ferreira Gullar e eu, e a gente conversando e o cara perguntou pro Gullar: “a origem importante, Ferreira Gullar?”, e ele falou: “rapaz, tudo que a gente tem, a única coisa que a gente tem, é a origem, é onde a gente nasceu, de onde a gente veio, o lugar ao qual a gente pertence, todo o resto é incerto, agora a origem é definitiva”. Eu achei isso lindo. Eu repito isso como um mantra. Eu nunca neguei minha origem.

ZR: Sábio Gullar. Esse reencontro no decorrer do processo feitura do documentário do Neto Borges, o “Ventos Que Sopram”, eu até acompanhei parte das gravações aqui em São Luís, é impossível a gente não lembrar de um parceiro comum também de vocês, Zeca até fez a devida homenagem no show de ontem, a Celso Borges. Queria um depoimento de vocês sobre essa figura tão importante para todos nós.
MM: Rapaz, eu conheci Celso quando eu tava em São Paulo, essa ida a que Zeca se referiu há pouco. Aquela história da cidade pequena, que todo mundo se vê e tal. Mas às vezes não tem contato, uma intimidade, então. E aí em São Paulo, eu fui chamado para fazer uns shows que era eu, ele e o poeta Reuben, o CavaloDada. E aí nós fizemos uma série de quatro shows juntos lá e nessa história de fazer show, o Reuben, eles estavam os dois trabalhando, eu me lembro bem dessa cena, principalmente esses dias aí, e ele me chamou, o Reuben, né? Eles iam fazer uma história lá que eles recitavam poesia e eu cantava as canções, aquelas divisões que se faz, né? E o CavaloDada falou para ele assim, “cara, tu precisa olhar as letras do Magah”, e ele falou para mim assim: “então recita aí alguma coisa”, aí eu falei uma dessas letras que eu faço [risos] e ele ficou assim, gostou muito, e aí era para ser só um show e a gente acabou fazendo quatro e surgiu o lance da amizade. E a amizade da gente era uma coisa muito bacana, porque Celso era muito mais novo do que [risos]. Ele tinha uma energia, um espírito assim, eu me lembro de uma vez a gente fazendo uma canção chamada “Camboa” e ele escreveu um verso, a gente escrevia um de frente para o outro, cada um com seu papelzinho assim, e ele escreveu um verso, ele ficou tão feliz, cara, que ele subiu na janela. E eu ficava dizendo “Celso, desce daí”, eu preocupado, era uma pessoa mais velha [risos]. Então era assim, cara, era uma relação realmente intensa, e também da mesma forma, tínhamos discussões maravilhosas. Para mim é bem complicado essa coisa de pensar que Celso não tá mais aqui. Ele foi um cara muito importante para mim porque ele nunca se dava por contente. Eu mostrava algo para ele, ele dizia “não, tu faz melhor, estica isso para cá, leva pr’ali”, ele tinha essa coisa, né? E aquela coisa de um bom humor, que jogava a gente para frente. E tava sempre disposto, qualquer projeto que eu dava o toque, vamos fazer, às vezes as minhas propostas absurdas para testar a paciência dele, ele falava “eu topo”, e eu dizia “pô, esse cara é mais maluco do que eu, mano”. É um amigo e parceiro assim, cara, que realmente… as nossas conversas, que iam para muito além das questões artísticas, de criação e tal, coisa de amizade mesmo, de falar sobre coisas, amor, dinheiro principalmente. A gente falava muito de dinheiro, porque a gente não tem nenhum. Quem não tem dinheiro geralmente só fala de dinheiro e a gente conversava muito sobre isso. Meu amigo querido, meu irmão.
ZB: Pra mim ainda é um pouco difícil falar sobre Celso porque ainda estou muito sob o efeito do choque. Toda morte é, de certa maneira, chocante, por mais até previsível que seja, e no caso da do Celso tomou todos nós de surpresa. Foi muito imprevisível e essas pessoas que têm uma vitalidade, uma intensidade muito grande no viver, a gente demora a acreditar. Eu perdi alguns amigos ao longo desses últimos anos e alguns deles eu até hoje não realizei, é difícil realizar. É difícil vir a São Luís, por exemplo, e imaginar que eu não vou encontrar Celso, que a gente não vai se provocar mutuamente, às vezes até brigar como a gente brigava, porque era uma relação de irmão mesmo. “Baleiro, esse disco aí eu tou achando ele meio repetitivo”, “ah, vai se foder, e esse teu último livro aí é o quê, porra?”. Então era assim, era amor mesmo, uma relação de amor, porque não era superficial, era profunda, a gente falava o que tinha que falar. Celso é muito importante na minha trajetória musical, do Nosly, de muita gente. O Celso era um fazedor, né? Quando ele foi diretor da Rádio Mirante ele criou um programa, eu ainda estudava, tinha 14 anos, estudava no Colégio Batista, e a primeira vez, 14, 15 anos, que eu toquei uma música minha. Eu era muito tímido. O Nosly, que era meu vizinho de bairro, ali, de rua, no Monte Castelo, era um pouco mais atirado, foi meu primeiro parceiro, falou: “Zeca, tem um programa na Rádio Mirante, chama “Contatos Imediatos”. Você vai, toca, aí três caras concorrem na noite, e aí as pessoas telefonam, anos 1980, 83, 84, e o vencedor, quem tiver mais votos ganha uma máquina tira-teima da Kodak e um ticket para comer na Churrascaria O Laçador. Aí eu fui, lembro que nessa noite Nosly foi me acompanhando, dois violões, um baiãozinho, chamava “Sem Pé Nem Cabeça”, foi a primeira vez, e Celso “pô, interessante essa pegada e tal, vamos encontrar”. Ele que coordenava, dirigia o programa, “vamos!”. E aí foi uma saraivada, a gente fez oito músicas em sequência, eu, ele e Nosly, que deu origem ao nosso primeiro show, “Um Mais Um”. É um cara que tá na origem de toda a nossa história. Eu lembro que a primeira vez que eu ouvi Fauzi [Beydoun, vocalista da Tribo de Jah] foi nesse programa, tocando “Neguinha”, nem era um reggae ainda, era uma balada. Acho que César Nascimento também, a primeira vez que eu vi o César foi assim. Era um cara que abria muitas portas, tinha essa coisa meio visionária. Quando eu comecei na música, Celso já tinha um certo sucesso, já era uma personalidade, já aparecia na tevê, já tinha uma aparição aqui e acolá, um programa, a Revista Guarnicê, ele já era uma personalidade pública e eu tinha simpatia pela figura dele, pelas coisas que ele fazia, nos aproximamos. Nossas histórias se cruzaram em São Paulo também, ele foi um pouco antes, quando eu cheguei em São Paulo, ele me falou: “Zeca, conheci um cara aí da Paraíba, não tem nada a ver contigo, mas tem tudo a ver contigo, tu vai entender. Chama-se Chico César, trabalha na revista Elle, a gente se conheceu aqui na Rádio Gazeta, ele veio gravar um programa, vocês dois vão se amar”. Aí eu cheguei em São Paulo. Fui de carro, com a Solange, minha companheira na época, e no caminho o amplificador, nos sacolejos das estradas do Piauí, a gente passou 20 dias viajando num Fiat Uno, chegou quebrado em São Paulo e eu precisei de amplificador. Liguei para os amigos e Celso disse: “rapaz, liga para aquele cara, ele deve ter, o Chico César, liga para ele”. Ele me deu o telefone, liguei para o Chico, nos encontramos lá na Paulista, na frente da TV Gazeta, fui até a casa dele, no meu carro, lá em Santo Amaro, que era longe para cacete, passamos a noite tocando, eu, ele e Celso tocando e ele me emprestou o amplificador. Enfim eu pude fazer o show, importante, passamos a noite tocando e realmente ficamos encantados um com o outro. Entendi exatamente o que o Celso queria dizer. Éramos diferentes, mas éramos muito afins. E ele estava tão certo que a nossa amizade permanece até hoje, inclusive vai resultar num disco até o fim do ano, início do ano, a gente vai lançar. Então o Celso é um cara muito importante, tem essa coisa de agregar pessoas. Isso é muito importante na cena cultural de qualquer lugar.

ZR: Curioso essa essa memória de vocês de Celso, essa intensidade com que ele vivia e produzia. Quer dizer, partiu fisicamente ainda no auge da capacidade criativa e está presente no disco mais novo do Magah, “As Coisas Mais Lindas do Mundo”. Queria agora focar um pouquinho no álbum, eu lembro que quando tu lançaste o “Z de Vingança”, há mais de 10 anos, já falava numa trilogia, né? Que depois veio “O Inventário dos Mortos” e agora “O Homem Que Virou Circo”. Acho que isso demonstra uma organização muito grande. Queria que você falasse um pouco desse processo, de criação do álbum, de composição. Como é que foi isso?
MM: Rapaz, eu vinha escrevendo. Eu tinha a ideia de lançar esse disco, inclusive Celso foi comigo uma vez no estúdio, até para registrar algumas canções. Eu tinha a ideia do disco, o tema, algumas canções como “Ela Nunca Teve Ninguém”, eu já tinha algumas canções, “O Homem Que Virou Circo” e tal. E eu tinha ideia de registrar, de fazer esse disco. O problema é que toda vez que eu entrava no estúdio eu não achava uma liga com um produtor. O cara achava esquisito aquilo ali, queria me propor uma outra coisa lá e eu falava: “não cara, eu quero fazer isso aqui, independente de [qualquer opinião que] não, que isso aqui não vai dar certo”. Eu falei: “não, cara, eu não eu não dei certo até agora, eu não estou preocupado com isso, não, velho. Eu tô querendo registrar o disco, não interrompe a minha felicidade” [risos]. E aí eu tentava sempre, três tentativas com produtores diferentes e tal, até que encontrei com o Zeca e a gente começou a falar sobre o disco, que tem uma coisa que eu e ele, a gente gosta de coisas parecidas, assim, a gente não vê muito fronteira de música e tal. E quando a gente começou a pensar o disco eu remodelei muitas canções. Essa parceria minha com Celso, eu adoro essa música, sabe?, eu gosto demais dessa música. Eu chamei ele, essas coisas do Celso, é impossível não contar alguma coisa, “eu quero fazer uma música assim”, e ele me perguntou pelo telefone “onde é que tu tá?”; aí eu digo: “cara, eu tô aqui na casa tal”; ele: “me aguarda que eu tô chegando aí!” [risos]. Isso era Celso. E aí eu comecei a remodelar as canções, ia amostrando para Zeca, algumas coisas, “isso aqui tá bom, isso aqui não e tal”. E acabou virando esse disco. Eu fiquei muito satisfeito assim com o resultado, porque eu gravei exatamente o que eu queria gravar, não sei se eu tô respondendo tua pergunta. Mas outro dia eu vi uma coisa engraçada, o cara disse que eu que eu me vendi e tal. Eu digo: “pô, eu preciso olhar o comprador”, não tenho ideia de quem me comprou até agora, que eu fiz concessão. Pô, cara, se tu for escutar o disco, eu não entendo, não tem concessão, ali eu fiz exatamente o que queria, a gente nunca conversou sobre “não, vamos mudar isso aqui”, não. A gente não é bobo, né,cara? Não faria sentido. Não tinha porquê. Umas coisas assim engraçadas, quando a gente tava fazendo o disco, talvez valha o registro, é que vem eu e Zeca dentro do carro e eu falei assim, “pô, Zeca, eu quero te dizer uma coisa; rapaz, eu gostaria que tu não cantasse no disco”. E ele falou: “bicho, eu estou pensando a mesma coisa” [risos].

ZB: Todo disco que eu produzo eu canto e eu desde o início falei: “Magah, acho que nada a ver, vamos buscar outras pessoas, tentar o Odair José, Fernando Mendes, alguém com quem você tenha uma afinidade”. Eu preferi tocar, toquei teclado, percussão, assobiei no disco, criei as linhas de baixo, mas cantar, não [risos]. Eu cantar era um caminho fácil, óbvio.
MM: Nós dois estávamos pensando a mesma coisa.

ZR: Como é que foi a costura das participações especiais de Bárbara Eugênia e Odair José?
ZB: O Magah mostrou as músicas e tal, eu mandei as quatro que tinham esse acento mais brega descarado, embora o brega do Magah seja muito sofisticado, mas tem esse flerte com essa música mais popular, então mandei quatro e falei: “ouve aí, Odair!”, e ele falou: “eu gostei dessa, essa aqui é a minha cara”. E o desgraçado do Odair é tão talentoso, bicho, é aquela coisa, a gente cola no clichê, na lenda que se forma em torno do cara, às vezes deixa de ver o real, o cerne da coisa. Ele mandou a música transformada. Para melhor! Ele deu uma melhorada, a música já era boa.

ZR: Quase vira parceiro.
ZB: Quase vira parceiro. É. Eu até falei: “Odair, você não quer? Você fez o arranjo”. “Não, eu não quero, é só como eu li a música. Eu gostaria que vocês gravassem assim”. O Magah falou: “porra, ficou demais”. Ele releu a música, se identificou, pegou o violão e fez. Mostrei, falei: “vamos fazer exatamente o que o Odair fez, só que com banda: bateria, baixo, guitarra e órgão”. Ficou aquilo. Gênio, né? O cara que tem um entendimento da música, da canção, como poucas pessoas. E a Bárbara eu tava produzindo o disco dela, calhou de, no mesmo tempo. O disco do Magah durou uns três anos, porque a gente começou em janeiro do ano da pandemia. 2020, né? A gente gravou as primeiras bases de voz e violão no Estúdio Zabumba aqui, levei. E aí a pandemia veio e ferrou tudo, né? Fez a gente postergar tudo. Aí fui fazendo devagarinho, voltei, fizemos mais uma bateria de canções, foi mudando também o repertório. Magah dizia: “ah, eu fiz uma nova safra aqui que eu acho que tem mais a ver” e assim foi. E a Bárbara estava justo em processo, ele falou: “adoro ela, cara, adoro o timbre dela. Vamos achar uma música?”. Quando ele mandou a parceria com Celso, eu falei: “é essa aí, vai ficar linda na voz dela”; ele não queria nem cantar [risos]; “tá tão bonita que eu não vou nem cantar”, ele me disse; o disco é teu, tem que cantar; e ficou lindona, né? Parece uma música assim, um folk americano dos anos 50, 60, tem um traço especial.

ZR: Quando a gente ainda estava esperando Baleiro, eu estava vendo um pedaço do ensaio e vocês falaram numa coisa de não fazer concessões, de não pensar na coisa de transformar o trabalho do Magah para ser palatável. E aí teve uma mudança na banda e, “ah, agora tá soando como Magah”; e eu disse: pode botar Magah com a Filarmônica de Berlim que sempre vai ter uma coisa brega e punk ali, que é o traço dele. Isso facilitou a produção do disco, essa coisa de não ter que repensar muita coisa?
ZB: Não. Dificultou [risos]. É o seguinte: tem dois tipos básicos de gente no mundo: o cara que mesmo certo tá errado e o cara que mesmo errado tá certo. Magah é do segundo time. Então, assim, musicalmente falando por exemplo, ele tem uma forma de respirar, uma compreensão do ritmo da música, muito particular. Tem outros artistas que são assim: Chico. Chico César, tocar com ele é super difícil, porque ele tem umas coisas que não são óbvias, de compasso, ele mete os compassos, e é intuitivo, coisa de origem, atávico, quebra a matemática, bota um compasso de 5 por 8 no meio de um 4 por 4, é um negócio assim, e Magah tem, a seu modo também, com essa viagem roqueira que ele tem, faz compasso muito louco. Teve uma música lá que eu falei assim: “essa aqui a gente não vai conseguir botar metrônomo, botar um clique para poder depois a banda gravar”. Então o que que eu fiz? É aquela “Eu Gosto de Ler a Bíblia”. Eu falei: “grava aí do teu jeito, respira do teu jeito, canta do jeito que tu acha, o povo lá que se foda, a banda lá”; aí a gente foi, passamos uma noite lá, o Kuka [Stolarski], baterista, ficou contando os compassos, “não, aqui tem um compasso de cinco, aqui tem um compasso de três”; eu falei: “escreve a partitura aí, bicho, trabalha”; aí ele fez todo o mapinha, mas ficou sensacional, porque ficou do jeito que ele faria mesmo. A gente não tentou fazer caber numa quadratura mais careta, mas conservadora, mais lógica. Não teve isso. O rock dele tá preservado. Agora, talvez até porque o cara tá ficando um senhor, as canções, tem uma canção ou outra com uma certa doçura, tem uma raiva, uma revolta aqui, mas tem uma doçura ali, faz parte também. Mas não tem esse negócio de concessão, isso é besteira. O rock precisa também, os amantes do rock, desse imaginário rock, precisam dessa coisa meio antissistêmica, assim, “você se vendeu”. Eu lembro, vou contar um episódio. Quando eu gravei o Charlie Brown Jr., que inclusive era rock, mas uma galera mais assim, ficou, teve um happening punk, assim, lá em Recife, o pessoal no carnaval se virou de costas na hora que eu toquei a música, eles queriam que eu tocasse “Vô Imbolá”, “Heavy Metal do Senhor”, essa faceta mais atrevida, mais rítmica, pós-mangueBit, aquela coisa. E quando eu toquei eles se viraram. E outro garoto em Londrina falou assim: “me decepcionei com você, bicho, você se vendeu para o mercado”. Aí eu falei: “cara, não, rapaz, você não tá entendendo o que é isso, isso é outra coisa”. Aí eu voltei lá três anos depois, ele tinha me perdoado com “Pet Shop Mundo Cão” (2002) [risos]. “Tá perdoado, tá perdoado”. Então tem essa coisa, faz parte, “o cara se vendeu”,a gente também tinha isso quando jovem, curtia uns caras, aí de repente, Rita Lee (1947-2023) era isso, era uma loucura com Mutantes, com o Tutti-Frutti, depois entrou Roberto de Carvalho, só com o tempo que você vai avaliar, aquela obra também é fantástica. Era mais pop, era mais radiofônica, era mais comercial. Mas ainda assim era brilhante, era sensacional. Então, essas avaliações fazem parte também desse imaginário do rock. É bom até, né? Tem uma cena maravilhosa no documentário do Jards Macalé. Perguntam ao [cantor e compositor Gilberto] Gil: “Gil, mas o quê que você acha, Macalé, esse artista que nunca fez concessão?”. “Nunca fez concessão, é? Eu não conheço ninguém que nunca tenha feito concessão”. Não tem como viver sem fazer concessão. Mas não é o caso aqui.

ZR: Magah em estado bruto, mas de algum modo também, lapidado.
MM: Bruto, porém nem tanto.
ZB: Os brutos também amam [risos]. Essa coisa da produção, eu não sou assim um produtor, no sentido tecnológico do termo, como Liminha é, como Brian Eno é e tal. Eu sou produtor no sentido de arregimentar, de orientar, de dar um caminho. E de respeitar o que o cara é, porque se for pra descaracterizar, então, ele que arranje outro. É para extrair o melhor dele, se eu puder fazer, ajudar nisso, eu tô dentro. Se for para estragar, arranje outro.
MM: Tem uma coisa que perde o sentido, porque o que, no caso, atraiu um produtor como Zeca, foi aquilo que os caras acham que você deveria como produtor, descaracterizar. Se o que te atraiu foi aquilo, é aquilo que deve ser preservado, é o coração.
ZB: Lapidação era um termo mais técnico, de fazer, de botar bons músicos tocando, bons técnicos mixando, masterizando, dando timbres, esse cuidado com timbres, mas eu acho um disco rock pra cacete. Você não acha, não?

ZR: Sim, acho. Baleiro precisa ir para o cortejo [parte do elenco de “Dom Quixote de Lugar Nenhum”, musical de Ruy Guerra com trilha sonora de Baleiro, faria um cortejo àquela tarde, na Praia Grande], Magah precisa continuar o ensaio. Vamos fechar falando do show de amanhã, o lançamento d“O Homem Que Virou Circo”, no Reviver Hostel. Banda, participações especiais, e reforçar o convite para a rapaziada que tá assistindo a gente [esta entrevista foi gravada em vídeo, mas problemas técnicos impediram o upload no youtube].
MM: Pois é, a gente vai estar lançando agora, sábado, 27, amanhã, né?, “O Homem Que Virou Circo”, cheio de participações especiais. Em primeiro lugar, eu quero citar aqui a minha banda, a Magahdelic Band, é uma banda assim, é quase a The Band, tu tá entendendo?, só que no Maranhão [risos], então acompanhado da minha banda, a gente vai ter a Vanessa Serra, DJ que eu gosto pra caramba, o amor que ela tem pelo vinil, as coisas que ela põe lá.

ZR: Fala os nomes da banda.
MM: Sim, citar os integrantes da banda. O Eduardo Pinheiro na guitarra, assim que eu olhei ele tocando, cara, primeira vez eu imediatamente chamei ele, “chega aqui, cara, vamos tocar ali”, ele já conhecia meu trabalho e tal e ficou contente para caramba, então o Eduardo na guitarra; o Gus Mendes que é um baixista também que eu olhei assim, garotão da noite. É só garoto, né? De idoso só tem eu. Eu só pego garoto!

ZR: A galeria do amor.
MM: [risos] Quando eu lancei o “Z”, a canção que abria o show era esta, né, “Galeria do Amor” [do repertório de Agnaldo Timóteo (1936-2021)], e ficou todo mundo assim, esse cara, e ficou muito bonito. Aquilo ali é rock, aquela linguagem maravilhosa, libertária, linda. O Gus Mendes no baixo, o Diogo nos teclados e efeitos e meu querido Taylor na bateria. Essa é a Magahdelic Band, uma banda que tem uma facilidade para fazer concessão, então é a banda perfeita pra mim.
ZB: Concession Band.
MM: É, Concession Band [risos], a gente vai mudar o nome. E é isso, cara, se eu estiver esquecendo alguma coisa o Baleiro vai completar aqui a parada de sucesso.
ZB: Nada mais a declarar. Só dizer que fico muito feliz de ter feito essa parceria com Magah. Peço desculpas pela demora na entrega do trabalho, mas a gente vai falar todo mundo ainda, que tem uma lista de agradecimentos. O show tem a produção de Aziz Jr., Samme Sraya, Tiago Máci, que também é nosso parceiro.
MM: A participação da Dicy, cantando comigo “As coisas mais lindas do mundo”. Também vai ficar lindo com ela, cara, também sou fãzão.
ZB: E é isso. Acho que a missão está cumprida, era fazer um disco, um disco genuíno, assim, não que os discos dele anteriores [não fossem], eu adoro os discos dele, mas quando eu ouvi as canções, falei, “poxa, eu sei exatamente o que fazer com isso, eu acho que sei exatamente o que fazer com isso”, sem também descaracterizá-lo, sem levar para um outro caminho, sem tentar fazer o que não é, porque as coisas são que são. O que não é o que não pode ser o que não é o que não pode ser o que não é, né? Aquela coisa lá [citando a música dos Titãs], então, eu ouço com o maior prazer esse disco, o que é um bom sinal, porque depois que eu produzo alguma coisa, eu passo um tempo assim, tenho um tempo de afastamento. Mas é um disco que eu ouço com muito prazer, boto, recebo amigos, boto para ouvir e as pessoas curtem muito as letras, né? Porque canção é mais do que só música, é a ideia também, né? E o Magah, nesse sentido, é um cara brilhante, tem ideias incríveis, originais e por isso ele é o que é.

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Ouça “O Homem Que Virou Circo”:

Afetos e canções: Joãozinho Ribeiro reúne amigos em show plural

[release]

Apresentação acontece sexta-feira (16) no Convento das Mercês, com entrada franca – com sugestão de doação de um quilo de alimento não-perecível para as comunidades carentes do entorno

O compositor Joãozinho Ribeiro. Foto: Murilo Santos. Divulgação

O compositor Joãozinho Ribeiro volta a reunir os amigos no show “Com o afeto das canções II”. Beneficente, o evento – cuja primeira edição aconteceu ano passado – ocupa o pátio do Convento das Mercês (Rua da Palma, Desterro), na próxima sexta-feira, 16, às 20h. A entrada é gratuita, com a sugestão da doação de um quilo de alimento não-perecível; a arrecadação será destinada a comunidades carentes do entorno da Fundação da Memória Republicana Brasileira (FMRB), instituição sediada no prédio secular do Centro Histórico da capital maranhense, que completou recentemente 25 anos de inclusão na lista de cidades patrimônio mundial da Unesco.

Joãozinho Ribeiro terá como convidados especiais o Bloco Afro Akomabu, George Gomes, Rosa Reis, Célia Maria, Josias Sobrinho, Rita Benneditto – que gravou em dueto com Zeca Baleiro (que participa virtualmente do show, através de uma mensagem em vídeo), a música que dá título ao espetáculo, cuja produção é assinada por Lena Santos. O espetáculo é uma realização da Dupla Criação e Fundação da Memória Republicana, com patrocínio da Secretaria de Estado da Cultura do Maranhão (Secma) e Potiguar, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Maranhão.

Rui Mário (sanfona, piano e direção musical), Marquinhos Carcará (percussão), Danilo Santos (saxofone e flauta), Hugo Carafunim (trompete), Robertinho Chinês (cavaquinho e bandolim), Arlindo Pipiu (contrabaixo), Tiago Fernandes (violão sete cordas), Ronald Nascimento (bateria), Katia Espíndola (vocal) e Mariana Rosa (vocal) formam a superbanda que acompanhará Joãozinho Ribeiro e convidados em “Com o afeto das canções II”.

O repertório do show alinhava clássicos da lavra de Joãozinho Ribeiro a músicas inéditas. A pandemia de covid-19 e o isolamento social por ela imposto renderam ao artista dezenas de novas composições, sozinho ou em parceria. Entre os gêneros abordados no roteiro figuram baião, balada, bolero, bumba meu boi, carimbó, divino, ijexá, maxixe, merengue, reggae, salsa, samba e tambor de crioula.

“Esse show é uma espécie de exorcismo. Após quatro anos de massacres diariamente desferidos contra a cultura brasileira, para citar apenas uma área, voltamos a respirar ares democráticos e plurais, voltamos a ser um país, feito de nossa diversidade e riqueza culturais, é o que nos propomos a celebrar, com todo afeto das canções”, anuncia o compositor anfitrião.

Serviço

O quê: show “Com o afeto das canções II”
Quem: o compositor Joãozinho Ribeiro e convidados
Quando: dia 16 de dezembro (sexta-feira), às 20h
Onde: Convento das Mercês (Rua da Palma, Desterro, Centro Histórico)
Quanto: grátis. Sugere-se a doação de um quilo de alimento não-perecível, destinada às comunidades carentes do Centro Histórico
Realização: Dupla Criação e Fundação da Memória Republicana
Patrocínio: Secretaria de Estado da Cultura do Maranhão (Secma) e Potiguar, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Maranhão.

Quem sabe faz a hora

[release]

Marconi Rezende e convidados realizam show em prol da democracia

“Pra não dizer que não falei das flores”, de Geraldo Vandré, se tornou um hino contra a ditadura militar brasileira inaugurada pelo golpe de 1964. O clássico é lembrado até hoje em momentos de enfrentamento, por exemplo, greves de trabalhadores reivindicando direitos.

A canção dá título ao show que Marconi Rezende e convidados apresentam – “em prol da democracia”, frisa o artista anfitrião –, na próxima sexta-feira (30 de setembro), às 21h, no Soul Lounge (Av. Litorânea).

O show terá repertório autoral e clássicos da música popular brasileira, com especial atenção às chamadas canções de protesto, numa tomada de posição coletiva, pública e, sobretudo, musical.

Além de Marconi Rezende, sobem ao palco Emanuelle Paz, Joãozinho Ribeiro, Josias Sobrinho, Luciana Pinheiro, Milla Camões, Tássia Campos e Tutuca.

O cenário de autoritarismo e violência no Brasil de 2022 é bastante parecido com o da ditadura. E é contra essa barbárie que estes artistas irão cantar.

O couvert artístico custa apenas 20 reais e pode ser pago antecipadamente pelo pix (98) 99111-9493.

Divulgação

Joãozinho Ribeiro apresenta seu choro (en)cantado e solidário

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Show acontece sábado (13), no Convento das Mercês; evento é parceiro da campanha “Pacto pelos 15% com fome” e ingressos podem ser trocados por um quilo de alimento não-perecível

O compositor Joãozinho Ribeiro. Foto: Murilo Santos. Divulgação

O compositor Joãozinho Ribeiro apresenta no próximo sábado (13) o show “Choro (en)cantado”, cujo repertório valoriza esta faceta de sua obra.

Invariavelmente, quando ouvimos falar de choro – ou chorinho, como o gênero também é conhecido – assenta-se seu nascimento no Rio de Janeiro, embora pesquisas demonstrem que esta música urbana já era praticada em outras praças, simultaneamente. O inventário do padre João Mohana (1925-1995), por exemplo, inclui diversas partituras de choro, de autores maranhenses, datadas ainda do século XX.

Um dos mais versáteis e gravados compositores do Maranhão, Joãozinho Ribeiro sempre teve um pé no choro, seja por influências percebidas aqui e acolá, seja na criação de choros “puros”, caso, por exemplo, do clássico “Milhões de uns”, de sua autoria, que colecionou prêmios desde seu registro pela cantora Célia Maria, em 2001.

O show que Joãozinho Ribeiro apresentará sábado que vem passeia por sua porção chorão e contará com as participações especiais de Anna Cláudia, Daniel Lemos, Fátima Passarinho, Mariana Rosa e Rose Fontoura. A produção é de Lena Santos.

Joãozinho Ribeiro e convidados serão acompanhados por Arlindo Pipiu (violões de seis e sete cordas e direção musical), Jovan Lopes (trombone), João Neto (flauta), Gustavo Belan (cavaquinho), Carbrasa (pandeiro) e Madson Peixoto (tantan).

A noite musical abrigará também o lançamento do livro “Letras e silêncio: o caos sentimental”, de Camila Cutrim. A solidariedade também vai marcar presença: os ingressos para acesso ao espetáculo se darão mediante a troca por um quilo de alimento não-perecível, que serão doados à campanha “Pacto pelos 15% com fome”, da Ação da Cidadania, que busca minimizar o sofrimento de mais de 30 milhões de brasileiros que atualmente passam fome – e de outros tantos que vivem em situação de insegurança alimentar.

Serviço: Choro (en)cantado, show de Joãozinho Ribeiro e convidados. Dia 13 de agosto (sábado), às 19h, no Convento das Mercês. Ingressos: um quilo de alimento não-perecível

Luiz Jr. Maranhão homenageia Papete em show

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Repertório prestigia músicas que se tornaram clássicas na voz do artista, mas vai além; apresentação terá participações especiais de Josias Sobrinho, Djalma Chaves, Ribinha de Maracanã, dj Pedro Sobrinho e convidado surpresa

O cantor, compositor e multi-instrumentista Luiz Jr. Maranhão. Foto: Ton Bezerra. Divulgação

O legado de Papete será lembrado em show em homenagem ao artista, falecido em 2016. O bacabalense José de Ribamar Viana, seu nome de batismo, é considerado um embaixador da cultura popular maranhense, que ele ajudou a tornar mais conhecida mundo afora. Em 1978 lançou o elepê “Bandeira de aço” (Discos Marcus Pereira), considerado um divisor de águas na música popular brasileira produzida no Maranhão.

O show “Canta Papete”, do cantor, compositor e multi-instrumentista Luiz Jr. Maranhão acontece neste sábado (4), às 21h, no Estaleiro Gastrobar (Rua do Trapiche, Praia Grande, próximo à Praça dos Catraieiros e Casa do Maranhão). O repertório, além dos clássicos do “Bandeira de aço” – assinados por Cesar Teixeira, Josias Sobrinho, Ronaldo Mota e Sérgio Habibe –, passeia por outros compositores gravados por Papete em sua discografia, por músicas que ele gravaria (caso de “Matraca matreira”, de Joãozinho Ribeiro) e por homenagens (“Terreiro”, que Luiz Jr. Maranhão compôs em homenagem a Papete e gravou em seu disco com a participação do homenageado).

“O repertório consiste nas músicas consagradas pelo Papete, começando pelo “Bandeira de aço”, mas eu dei uma atualizada, fazendo um exercício de pensar também em músicas que Papete poderia ter gravado, músicas atuais da cultura popular do Maranhão, além de três músicas autorais, “Saudade de São João”, que eu lancei o videoclipe ano passado, “Zabumbada na ilha” e “Boizinho guerreiro”, que eu fiz em parceria com Celso Borges”, antecipa Luiz Jr. Maranhão.

Luiz Jr. Maranhão (violão sete cordas, guitarra e viola caipira) será acompanhado por Dark (bateria), Marquinhos Carcará (percussão), Cleuton Silva (baixo), Edinho Bastos (guitarra), Murilo Rego (teclado), Danilo Santos (saxofone e flauta) e Hugo Carafunim (trompete). O show contará ainda com as participações especiais do dj Pedro Sobrinho e dos cantores e compositores Josias Sobrinho, Djalma Chaves e Ribinha de Maracanã, além de uma participação surpresa.

Os ingressos custam R$ 50,00 (individual), R$ 90,00 (casadinha) e R$ 250,00 (mesa) e podem ser reservados ou adquiridos antecipadamente pelo telefone/whatsapp (98) 99112-5481 (Tatiana Ramos). A produção é da RicoChoro Produções Culturais.

Serviço
O quê: show “Canta Papete”
Quem: Luiz Jr. Maranhão e banda. Participações especiais: Josias Sobrinho, Djalma Chaves, Ribinha de Maracanã, dj Pedro Sobrinho e convidado surpresa
Onde: Estaleiro Gastrobar (Rua do Trapiche, Praia Grande; próximo à Praça dos Catraieiros e Casa do Maranhão)
Quando: dia 4 (sábado), às 21h
Quanto: R$ 50,00 (individual), R$ 90,00 (casadinha) e R$ 250,00 (mesa)
Informações, reservas e vendas antecipadas: (98) 99112-5481 (Tatiana Ramos).
Produção: RicoChoro Produções Culturais.

Joãozinho Ribeiro e convidados conversam com público sobre ep “Apesar dos coronas contrários”

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Novo trabalho carnavalesco do compositor já está disponível nas plataformas de streaming

Apesar dos coronas contrários. Capa. Reprodução

Apesar dos coronas contrários” é o título do novo ep carnavalesco do poeta e compositor Joãozinho Ribeiro. Resistência em forma de arte, num tempo em que o carnaval é uma lembrança (de outros carnavais, diria um piadista mais apressado).

O trabalho já está disponível nas plataformas de streaming e traz algumas marcas da obra e do perfil de Joãozinho Ribeiro enquanto artista: a música nunca dissociada de sua postura de cidadão consciente, trazendo temas atuais para o centro do debate, sem perder o balanço exigido pela temporada carnavalesca, mesmo quando esta é somente virtual.

Agregador por natureza, Joãozinho Ribeiro não está sozinho: nos três frevos e dois sambas autorais e inéditos registrados neste novo trabalho, ele traz parcerias, entre composição e interpretação, com Zeca Baleiro, Flávia Bittencourt, Allysson Ribeiro, Marconi Rezende e Ronald Pinheiro.

Nesta segunda-feira (21), às 19h30, com transmissão pelo canal dos estúdios Zabumba Records no instagram (@zabumbarecords), acontecerá um bate-papo virtual, com a presença dos artistas que deram forma às criações de Joãozinho Ribeiro. Além do compositor e de seus convidados, o bate-papo terá mediação do jornalista Zema Ribeiro, coordenador de produção da Rádio Timbira e editor correspondente do site Farofafá.

“Infelizmente a pandemia ainda não acabou e não podemos fazer o que gostaríamos, que seria reunir toda essa constelação de artistas de primeira grandeza em um palco para defendermos esse trabalho, que esperamos que colabore para minimizar a ausência e a saudade das festas do período momesco. Então vamos conversar com o público pela internet, sobre processo criativo, bastidores das gravações e matar a curiosidade das pessoas que interagirem conosco durante a transmissão”, promete Joãozinho Ribeiro.

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Ouça o ep:

Serviço

O quê: bate-papo virtual de lançamento do ep “Apesar dos coronas contrários”
Quem: o compositor Joãozinho Ribeiro, os convidados Zeca Baleiro, Flávia Bittencourt, Alysson Ribeiro, Marconi Rezende e Ronald Pinheiro e o mediador Zema Ribeiro
Quando: dia 21 (segunda-feira), às 19h30
Onde: no instagram @zabumbarecords
Quanto: grátis