Quando o Parque do Bom Menino ainda estava em reforma, a que lhe garantiria as grades metálicas que hoje o cercam e, na minha opinião, deixaram-no mais feio, levei minhas sobrinhas para soltar pipa em um domingo à tarde qualquer. Mal sabia eu que o tempo em que isso era permitido estava perto de acabar.
Outrora no Parque do Bom Menino era comum ver peladeiros batendo uma bolinha 23h, meia noite. Agora o parque público tem hora para abrir e fechar e somente nesse intervalo há segurança, uma Guarda Municipal que serve apenas para enxotar e maltratar maltrapilhos.
Nada estranho para uma gestão em que um trem fantasma atropela um Circo real.
A placa que abre este post está pendurada numa das entradas do Parque do Bom Menino e mostra o repertório de proibições impostas a seus frequentadores. Mostra também um repertório de erros grosseiros, toscos. Erros gramaticais que nossas crianças poderão cometer ou não saber identificar amanhã ou depois, já que não têm aulas para aprender.
Para não perder a piada, a placa não proíbe o ato que há tempos, quando era mal iluminado, legou-o a alcunha de Parque do Faz Menino.
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Falando em piada, o título deste post é um poema curto de Chacal, sempre admirado por este blogue.
1974: Josias Sobrinho e Cesar Teixeira faziam uma dupla de violeiros em encenação de “Marémemória”, espetáculo multimídia (antes de a palavra existir) baseado no livro-poema de José Chagas
Fundado oficialmente em 11 de outubro de 1972, o Laborarte completa 40 anos, mas a história da sua criação começa bem antes. A ideia original de formar um coletivo de arte integrada – reunindo teatro, música, dança, artes plásticas, fotografia etc – partiu do Movimento Antroponáutica (1969-1972), até então estruturado em cima da poesia.
Houve uma primeira convocação geral dos artistas de São Luís, em 1970, sem discriminação de tendências estéticas ou ideologia política. Foi um erro. A reunião ocorrida no prédio do Liceu, num domingo, acabou em verdadeiro tumulto, com os antroponautas subindo nas carteiras de uma sala de aula e discutindo entre si.
Uma nova convocação foi realizada em meados de 1972, tendo sido convidados grupos já constituídos e afinados com a proposta, entre eles o Teatro de Férias do Maranhão (TEFEMA), dirigido por Tácito Borralho, e o Grupo Chamató de Danças Populares, sob o comando de Regina Telles. Em uma reunião noturna nas escadarias da Biblioteca Pública (Praça Deodoro) foi decidida a programação cultural para lançar o movimento.
A manifestação seria realizada no auditório daquela biblioteca, cujas escadarias seriam ocupadas por uma exposição de artes plásticas. No auditório haveria performances com teatro, dança e música, culminando com o lançamento do livro Às mãos do dia, do poeta Raimundo Fontenele, que deveria fazer um ácido discurso-manifesto no final das apresentações.
Entre os convidados estaria o Secretário de Educação, Prof. Luiz Rego, que, conforme planejado, deveria ficar sentado num vaso sanitário. No coquetel, em vez de vinho ou guaraná, seriam oferecidos aos presentes penicos de leite e caranguejos vivos. Sem falar que em cada lance de escada que dava acesso ao auditório haveria um boneco de pano enforcado, ali representando o próprio artista marginalizado por um governo conservador.
Nada disso aconteceu, pois a Polícia Federal soube da mirabolante programação e mandou vários agentes para o local.
Houve exposição, teatro, dança e apresentação musical com a participação de Chico Maranhão e Sérgio Habibe, além do lançamento do livro. Mas o discurso ficou preso na garganta do poeta, que teve de prestar depoimento à PF, sendo liberado após intervenção da escritora Arlete Nogueira, então diretora do Departamento de Cultura do Estado.
Contudo, o movimento foi em frente, tendo sido escolhido o nome Laborarte (Laboratório de Expressões Artísticas) quando o grupo já estava instalado no prédio da Rua Jansen Müller, 42, contando ainda com a participação de alguns atores do Grupo Armação, criado por Borralho quando era seminarista em Recife.
A proposta de uma linguagem artística integrada, com identidade própria e respeitando as raízes culturais, portanto, já existia antes e se consolidaria na convergência para o Laborarte, instituído em 11 de outubro de 1972, uma quarta-feira, ocasião em que foi lançado o folheto de poesia mimeografado Os ossos do hospício, de minha autoria.
Naquele lugar se deu uma verdadeira alquimia que ajudou a quebrar alguns tabus e influenciar positivamente as artes no Maranhão. Não só a música ali produzida, mas sobretudo o teatro, apoiado nos estudos de Grotowsky, Artaud, Suassuna, Boal, Stanislavsky e Brecht. Sem esquecer de rezar nas cartilhas de Eduardo Garrido, Bibi Geraldino e Cecílio Sá, teatrólogos de verve popular.
O trabalho do Laborarte rendeu o prêmio de Melhor Plasticidade no Festival Nacional de Teatro Jovem, em Niterói (1972), com Espectrofúria, e o Troféu MEC/ Mambembe, no Rio de Janeiro (1978), com O cavaleiro do destino. Enfim, a entidade fez o dever de casa, e o que começou numa sala de aula vazia acabou virando uma escola.
Infelizmente, não posso relatar mais detalhes da história, porque fui expulso do Laborarte no início de 1975 e não vi de perto o que aconteceria depois. Mesmo assim, ainda contribuí indiretamente escrevendo o Testamento de Judas, impresso em forma de cordel (antes era mimeografado), entre 1990 e 2005, o que provocaria a fúria de muitos “herdeiros”.
[Viajando a trabalho, não cheguei a ir ao Laborarte dia 11, quando estavam previstas diversas atividades pelos festejos de suas quatro décadas; deixo com os poucos mas fieis leitores a memória e a pena afiadas de um de seus fundadores]
naquela noite
suzana estava
mais W3
do que nunca
toda eixosa
cheia de L2
suzana,
vai ser superquadra
assim lá na minha cama
&
Acima um poema erótico-brasiliense de Nicolas Behr. Tá em não sei qual de seus livros. Ele que começou a publicar poesia em 1977, quando lançou uma edição mimeografada de Iogurte com farinha.
Amanhã o poeta lança o livro de poemas eróticos Meio seio [Língua Geral, 2012].
Aproveitando agenda de trabalho na capital federal, irei prestigiar o lançamento do livro, que tem prefácio de Chico César, a exposição dos desenhos originais de Evandro Salles, conhecer Behr pessoalmente, rever amigos e tomar umas, que ninguém é de ferro! Bóra lá!
estilo é a resposta para tudo –
um novo jeito de encarar algo estúpido ou
perigoso.
é preferível fazer algo estúpido com estilo
do que fazer algo perigoso
sem estilo.
Joana d’Arc tinha estilo
João Batista
Cristo
Sócrates
César,
García Lorca.
estilo é o que faz a diferença,
um jeito de realizar,
um jeito de estar realizado.
6 garças paradas numa lagoa
ou você saindo nua do banheiro
sem me
ver.
&
Poema de Charles Bukowski traduzido por Fernando Koproski. De Amor é tudo que nós dissemos que não era [7Letras, 2012, 260 p.], que será lançado no próximo dia 18, junto da segunda edição de Essa loucura roubada que não desejo a ninguém a não ser a mim mesmo amém, com poemas idem do velho safado traduzidem por Koproski.
“O poeta é um fingidor”, disse Fernando Pessoa, o poeta português. Ele que foi vários, por isso o título trazendo seu sobrenome no plural.
O poeta também pode ser um teimoso, obstinado. Por boas causas. Assim é, do lado de cá do Atlântico, o também jornalista Paulo Melo Sousa, que há um tempo articula o Papoético, debate-papo semanal sobre temas de arte e cultura os mais diversos.
É ele quem está articulando, via Papoético, a vinda à São Luís da professora Teresa Rita Lopes, da Universidade de Lisboa e do Instituto de Estudos Modernistas (IEMO), uma das maiores autoridades em se tratando da obra de Pessoa. Ou dos Pessoas.
A professora doutora e escritora ministrará a oficina Fernando Hiper Pessoa, para a qual as inscrições já estão abertas e podem ser feitas na Livraria Poeme-se (Rua João Gualberto, 52, Praia Grande, (98) 3232-4068) e/ou na Academia Maranhense de Letras (Rua da Paz, 84, Centro, (98) 3231-3242, ao custo de R$ 60,00 (profissionais) e R$ 30,00 (estudantes).
Fernando Hiper Pessoa acontece de 25 a 28 de setembro, das 18h às 21h, no Auditório do Palácio Cristo Rei (Praça Gonçalves Dias, Centro). O evento tem apoio do Serviço Social do Comércio (SESC), AML, Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Restaurante Dom Francisco, Gabinete do Deputado Estadual Bira do Pindaré, Restaurante e Buffet Cantinho da Estrela, Livraria Poeme-se e Banca de Revistas da Praia Grande (Dacio Melo).
Maiores informações sobre a oficina podem ser obtidas com o próprio Paulo Melo Sousa, vulgo Paulão, pelo telefone (98) 8824-5662 e/ou e-mail paulomelosousa@gmail.com
Se “o Paulo Leminski é um cachorro louco”, como o autor mesmo se definiu em poema, e agosto é o mês do cachorro louco, o mês em que nasceu o poeta, nada melhor que um Cândido Leminski para fechá-lo.
Só dizer por aqui o que já disse nas redes sociais: o Cândido, jornal mensal de literatura editado e distribuído pela Biblioteca Pública do Paraná, agora tem um site e nele estão disponíveis para download todas as edições, desde a primeira, que trazia o bigodão do Tio Lema na capa.
uns claramenteencastelados
outros nebulosamente cínicos
uns entrincheirados em barricadas caseiras com medo do mundo
outros colecionando dinheiro debaixo do travesseiro
uns recolhidos e tristes
envergonhados dos sonhos esquecidos
outros na desova do renascença
secando lagoas e bumbando tambores de plástico
uns bebendo red label 12 anos baleado
outros matando a sede com guaraná jesus enferrujado
uns com dentaduras de ouro e sorrisos de porcelana
outros com panças de nervos acumulados
uns usando cintos de couro de cobra
outros visitando zoológicos imaginários
uns escrevendo em jornais de um só leitor
outros relendo bulas de remédio da última gastrite
uns fingindo que escrevem pelo pavor da página em branco
outros vomitando diarreia de versos banalizados
uns suando diariamente em esteiras e bicicletas
que não saem do lugar
outros babando em sua camisa polo lacoste
uns puxando o saco do chefe de plantão
outros lambendo suas próprias botas e feridas
uns engomando a toga do judiciário
outros se afogando entre pagodes e abadás
uns banhando em piscinas cobertas de lama azul piscina
outros mergulhando no cinza do rio anil
uns fumando baseado e rindo sem graça
outros cheirando coca e esmurrando vidraça
uns esmagando desejos em nome da dúvida
outros alisando máscaras diante do espelho
uns se entupindo de vaidade
outros cansados de procurar a verdade
uns se atolando no beco da bosta
outros se atirando no beco do precipício
uns de costas
outros do edifício
uns assim
outros assado
frente a frente
lado a lado
uns tadeu
outros tavares
filhos
do mesmo rei
da mesma lei
da mesma laia
filhos
do mesmo palácio
do mesmo paletó
da mesma saia
uns são poucos
outros nem tanto
cada um por si
todos contra todos
pelos quatro cantos da cidade ( s a l v e – s e q u e m p u d e r )
até que morram uns e depois os outros
(texto escrito em algum dia do ano 2004)*
*como indicou o autor, o poeta Celso Borges, em seu belo Belle Epoque (2010) | limitações do wordpress impedem-me de ao menos imitar a disposição do poema na página impressa, mais um motivo para dizer aos poucos mas fieis leitores: comprem o livro!
“Não sou poeta. O que fiz foi escrever alguns ‘causos’ reais e outros viscerais, por pura ludicidade. Minha vida foi muito pela metade. Pouquíssimas vezes iniciei e fui até o final das coisas. Adiava por puro medo e covardia. O livro desmonta tudo isso”.
Admirável a postura do psicólogo Italo Gondim, em uma terra em que muitos se dizem poetas, mesmo com nada de talento. Demonstra humildade e coragem, contrapondo-se ao medo e covardia citados no depoimento, ele que amanhã (14), às 19h30min, autografa seu Histórias de um louva-a-deus, no Papoético (Chico Discos, Rua de São João, 389-A, esquina com Afogados, altos do Banco Bonsucesso). Nos 50 poemas do livro, observações do cotidiano e impressões sobre a vida, ainda segundo o autor “sempre levando em conta o poder transformador da dor em pedra de toque para uma nova tentativa de força e coragem para viver positivamente”.
A produção não informou o valor do livro, que tem projeto gráfico de Leonildo Batista e capa de Érico Junqueira. A entrada é franca.
Excelentíssimo senhor
Com diplomas,
comendas e louvor.
Aplaudido de pé,
todo condecorado.
Nos palanques
sempre um bom lugar
A ele é reservado.
Cidadão honorário
Verbete de dicionário
Patrono da turma
Já é nome de rua.
Na galeria de retratos
sua foto avulta.
Em suma, um grande
filho da puta.
É de Fabrício Marques, no recém-lançado A fera incompletude (Dobra Editorial). Como diria Flávio Reis, “bateu”. Escrevi, há alguns anos, sobre Dez conversas – diálogos com poetas contemporâneos, livro em que ele entrevista 10 do subtítulo, ele mesmo um (não, não tem uma autoentrevista lá).
Ainda no blogue de Ademir, leio este, dele, de seu novo livro, A voz do ventríloquo (Edith), que recebi ontem, via Celso Borges, que encontrei na plateia de Chico Saldanha e Josias Sobrinho, no Chico Discos:
Bang bang no sábado à noite
um olho dois olhos um eco
um estampido morcego
estranho tiroteio de cego
garrafas estilhaçadas no saloon
caubóis saltando de lugar nenhum
balas chegando em câmera lenta
perfurando vísceras sem pedir licença
alguém vai tombar atrás do balcão
outro no banheiro não passa do chão
a face caída na poça de mijo
o jorro de sangue na testa um nojo
maluco faroeste ao vivo e em cores
sábado que vem num mocó da Travessa das Dores
Agora mesmo algum maluco
deve estar postando qualquer treco
genial na internet,
alguém deve estar pensando
em como melhorar aquele texto
enquanto lota o Especial
de vinagrete, perseguindo
obstinadamente um acorde
voltando da padaria.
Agora mesmo alguém
pode estar pensando
que guardamos só pra gente
o lado ruim das coisas lindas –
assim, trancafiado a sete chaves
de carinho – Alguém
pode estar sentindo tudo ao mesmo tempo
sozinho, assim brutalmente
sentimental, feito coubesse
toda a dignidade humana
num abraço tímido.
Agora mesmo alguém deve estar limpando
cuidadosamente o CD com a camisa,
pulando a ponta do pão pullman,
sentindo o baque da privada gelada,
perguntando quanto está o metro
daquela corda de nylon, trepando
no carro, empurrando o filho
no balanço com uma das mãos
e na outra equilibrando
a lata e o cigarro – Agora mesmo
alguém deve estar voltando,
alguém deve estar indo,
alguém deve estar gritando feito um louco
para um outro alguém
que nem deve estar ouvindo.
Agora mesmo alguém
pode estar encontrando sem querer
o que há muito já nem era procurado,
alguém, no quinto sono,
deve estar virando para o outro lado;
alguém, agora mesmo, no café da manhã
deve estar pensando em outras coisas
enquanto a vista displicentemente lê
os ingredientes do Toddy.
Marcelo é este grande poeta que faz poesia com qualquer coisa do dia a dia, já o chamaram “Manoel de Barros urbano”. Dá uma imensa alegria saber dos lançamentos, eu que acompanho à distância os trampos do cara, e me somo ao coro dos que ao longo do tempo se tornam chatos, com a mesma pergunta de sempre, “e o próximo livro, quando?”, desde que ainda se chamava Hemingway Hotel. Grande honra ter um exemplar autografado do esgotadíssimo Orfanato portátil, que me chegou num envelope junto com alguns poemas inéditos, em papeis que ainda tenho guardados. Já fiz encomenda da nova edição, seja, meras desculpas para justificar a aquisição de um livro que já se tem, pela capa ou pelo texto de apresentação da querida Angélica Freitas. Pra mim Angélica Freitas é Marcelo Montenegro de saias. E Marcelo Montenegro é Angélica Freitas de calças.
Uma vez quase nos trombamos, eu e ele, em Imperatriz, numa Feira do Livro em que a poeta Lília Diniz aceitou umas sugestões minhas e a gente levou pra lá nomes como Artur Gomes, Celso Borges, João Paulo Cuenca e Marcelo Montenegro. O trabalho me obrigou a voltar antes à São Luís e acabei não vendo, por exemplo, a leitura que CB e Marcelo fizeram de Fotografia aérea, de Ferreira Gullar.
Há tempos, aliás, Marcelírico me fala da vontade de trazer suas Tranqueiras líricas à Ilha. Livros novos são ótimo mote para trazê-los, ele, Ademir, Fabrício e tanta gente boa que tá se mexendo por aí, fazendo coisas bonitas como a que você, caro leitor, cara leitora, leu, só neste post. Imaginem as outras páginas dos livros! Sobre eles, aliás, volto a falar em breve. Por enquanto fiquem com Marcelírico dizendo o poema acima:
Este blogue já foi procurado por sua caixa de comentários, e-mail e telefone, acerca do assunto que intitula o post. Na condição de porta-voz do citado festival, desde o lançamento de seu regulamento, não podemos nos furtar de pendurar aqui seu resultado.
Infelizmente não pude comparecer ao Teatro Alcione Nazaré anteontem (31/5), ocasião em que aconteceu a final. No e-mail em que me enviou o resultado, o poeta Paulo Melo Sousa, organizador da iniciativa, agradeceu “a presença de todos ao evento que lotou o teatro e aos amigos e parceiros que acreditaram na
ideia e colaboraram com o festival, comprando pontos das rifas ou realizando doações em dinheiro”.
A partir de 8 de junho, os 21 poemas finalistas serão publicados, um por semana, na coluna Alça de Mira, que Paulão edita desde 2006 no suplemento JP Turismo, do Jornal Pequeno, às sextas-feiras. Saiba quem foram os vencedores.
Melhores Poemas: Ante o espelho, de Rodrigo Pereira (1º. lugar, R$ 1.000,00 em dinheiro); Poética, de Kissyan Castro (2º. lugar, R$ 500,00 em livros); e Desencontro, de João Cobelo Foti (3º. lugar, R$ 300,00 em livros).
Melhores intérpretes: Keyla Santana, interpretando o poema Alfama, de César Borralho (1º. lugar, R$ 500,00 em dinheiro); Nuno Lilah Lisboa, interpretando o poema Eu comi Oswald de Andrade, de Kátia Dias (2º. lugar, R$ 300,00 em livros); e Roberto Froes, interpretando o poema Flor caída, de Sílvio Rayol (3º. lugar, R$ 200,00 em livros).
A Comissão Julgadora de Melhores Poemas conferiu ainda menção de
destaque para quatro textos concorrentes: Alfama, de César Borralho; Uma faca só lâmina, de André Rios; Bagagem, de Rafael de Oliveira; e Paisagem Vertigem, de Elias Ricardo de Souza.
Em breve a aba [PAPOÉTICO], que abrigou regulamento, ficha de inscrições e notícias sobre o I Festival de Poesia do Papoético – Prêmio Maranhão Sobrinho, dará lugar à em que se publicará tudo sobre o concurso de fotopoesia, com lançamento previsto para muito em breve.
Dos 110 inscritos, 21 poemas concorrem hoje na final do I Festival de Poesia do Papoético – Prêmio Maranhão Sobrinho, organizado pelo poeta e jornalista Paulo Melo Sousa. Os poetas Celso Borges e Josoaldo Rego compuseram a comissão julgadora da categoria, que terá ainda Mariano Costa e Gilson César julgando as interpretações, na noite de hoje. O evento, com entrada franca, terá início às 19h, no Teatro Alcione Nazaré, no Centro de Criatividade Odylo Costa, filho (Praia Grande).
Doações, em dinheiro e produtos culturais, e rifas garantiram os quase 3 mil reais necessários à realização do festival, fruto da necessidade de expansão dos encontros semanais do Papoético, onde se discute cultura e arte de modo geral, embora o espaço não se furte a debater temas outros, qual quando abrigou o lançamento da Campanha Estadual de Combate à Tortura, organizada pela Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH) e outras entidades da sociedade civil, em 22 de março, data em que o bárbaro assassinato do artista popular Jeremias Pereira da Sivla, o Gerô, completou cinco anos.
Cato da matéria Noite de premiação para a literatura (acesso exclusivo para assinantes do jornal, com senha), capa do caderno Alternativo no jornal O Estado do Maranhão de hoje (31), o seguinte depoimento de Paulão, como é mais conhecido o organizador do Papoético, de seu festival de poesia e de um concurso de fotografia que será lançado hoje, com inscrições abertas a partir de amanhã (1º.): “Infelizmente o que temos é uma omissão dos poderes públicos, dos quais não conseguimos nenhum apoio. No entanto, recebemos apoio de pessoas que acreditam na proposta, na literatura, na arte como instrumento transformador”.
Este blogue acompanhou o processo de perto: cedeu seu espaço ao abrigar em uma aba regulamento e ficha de inscrição para o festival, esteve presente a algumas edições do Papoético, acompanhou por e-mail cada agradecimento que Paulão enviava a cada um que doou livros, revistas, discos, dinheiro, aos que, como o blogueiro, compraram pontos de duas rifas realizadas e por aí vai. Além de um gesto de educação e gratidão, a garantia da transparência e lisura do processo.
Tardios e recalcados ufanistas ainda se orgulham de dizer que moram na Athenas Brasileira, embora já quase não se encontrem livrarias e lojas de discos por aqui. Gestores públicos ainda se orgulham de adjetivos que talvez já não façam sentido (se é que um dia o fizeram), à guisa de propagandear aos quatro(centos) ventos a beleza exclusividade televisiva da cidade quatrocentona. Um festival como o que se encerra hoje, que busca descobrir novos talentos, valorizar a tão propagada “terra de poetas”, é solenemente ignorado pelos poderes públicos: ao pedido de apoio do comitê organizador ao Comitê Gestor dos 400 anos de São Luís sequer (h)ouve resposta.
Este blogue continua aliado a iniciativas desta natureza: amanhã a aba [PAPOÉTICO], onde você encontra, por exemplo, a lista dos 21 poemas classificados para a final de logo mais à noite, será trocada por outra que trará regulamento, ficha de inscrição e notícias acerca do concurso de fotografia que será lançado hoje. Para 2012 está previsto ainda um concurso de contos, que este blogue também divulgará em momento oportuno. “Após a premiação, haverá comemoração no Chico Discos”, avisa Paulão.
Trago da caixa de comentários deste blogue para a página principal a lista de poemas classificados para a finalíssima do I Festival de Poesia do Papoético – Prêmio Maranhão Sobrinho. Quem já conhece a lista abaixo (poeta/ poema), já viu se foi classificado ou não etc., pode ir direto pro fim da notícia.
Kissyan Castro/ Poética Glenda Almeida Matos Moreira/ Arrudêia Darlan Rodrigo Sbrana/ O lagarto e a serpente Luciano Leite da Silva/ Spleen (ou Ossuário das coisas sonhadas) Kátia Dias/ Eu comi Oswald de Andrade Kaique Leonnes de Sousa Oliveira/ O gavião Danyllo Santos Araújo/ Sumidouros Plynio Thalison Alves Nava/ As lesmas Johnny Sorato Martins Fernandes/ Gota d’água Sílvio Henrique dos Santos Rayol/ Flor caída José Rafael de Oliveira/ Bagagem Joana Golin Alves/ Copo de chuva Andréia do Nascimento Cavalcante/ Tarde de sábado Wilka Sales de Barros/ A fome no jardim das delícias Antonio José de Souza/ Sombra e luz Elias Ricardo de Souza/ Paisagem vertigem Patricia Brito Soares/ Ah quem me dera! João Cobelo Foti/ Desencontro César Borralho/ Alfama Rodrigo Pereira/ Ante o espelho André Rios/ Uma faca só lâmina