Clipe de Passione, de Junio Barreto, com Mariana Ximenes e Xico Sá. A quem (re)interessar possa (eu já havia recomendado), Setembro pode ser baixado aqui.
Duas coisas
1 Ontem bebi no Retão. Sim, reabriu. Funcionará, agora, apenas de quinta a sábado, sempre à noite. O garçom me disse que vão meio que ver no que dá, terminar 2012, avaliar se vale a pena e, se for o caso, alugar o ponto ano que vem. Torço pra que continue, vida longa ao Retão!
2 Tratei equivocadamente, por puro esquecimento mesmo, o disco A obra para violão de Paulinho da Viola como um disco dele. Não é. É um dos volumes de Brasil Instrumental, disco-brinde duplo distribuído por uma empresa mineira de mineração a clientes, amigos, parceiros, fornecedores e que tais em fins de 1985. No primeiro volume, o violonista maranhense João Pedro Borges executa 10 peças instrumentais de autoria de Paulinho da Viola, acompanhado por este ao cavaquinho e César Faria, pai do compositor, ao violão. No volume 2, Brasil, sax, violão, cello e trombone, um encontro sui generis, um quarteto, no mínimo inusitado, tanto quanto talentoso: Paulo Moura (sax, clarinete), Raphael Rabello (violão sete cordas), Jacques Morelembaum (violoncelo) e Zé da Velha (trombone). Brasil Instrumental nunca chegou ao formato digital, ao menos não oficialmente. Mas seus dois volumes podem ser abracadabaixados.
Boi de Catirina: Ligiana nO Ouvido Vivo

Desde 10 de setembro passado a distribuidora Tratore está disponibilizando uma faixa por dia da coletânea que tem a capa acima, que terá lançamento e venda física.
Nomes bastante interessantes da cena independente brasileira estão no disco, entre os quais Carlos Careqa, Rhaissa Bittar, Rogério Skylab, Stela Campos e Ilana Volcov.
A faixa de hoje, disponibilizada no Facebook da Tratore, é Boi de Catirina, regravação de Ligiana para a música de Ronaldo Mota, já gravada pelo autor e, antes, por Papete, no antológico Bandeira de aço (1978).
Este blogue recomenda com entusiasmo sua audição e download.
Ciao, agosto!
Se “o Paulo Leminski é um cachorro louco”, como o autor mesmo se definiu em poema, e agosto é o mês do cachorro louco, o mês em que nasceu o poeta, nada melhor que um Cândido Leminski para fechá-lo.
Só dizer por aqui o que já disse nas redes sociais: o Cândido, jornal mensal de literatura editado e distribuído pela Biblioteca Pública do Paraná, agora tem um site e nele estão disponíveis para download todas as edições, desde a primeira, que trazia o bigodão do Tio Lema na capa.
Grupos políticos e estrutura oligárquica no Maranhão
“A disputa política no Maranhão veio perdendo, ainda na segunda metade do século XIX, a característica de simples lutas entre famílias. Um setor político passou a controlar as instâncias de decisões, porém cada vez mais dependente do centro político nacional e submetido a suas pressões na regulagem das disputas. Apesar de atrelado socialmente aos grandes proprietários rurais, o seu locus de atuação, as relações com o aparelho do Estado e com o governo central, favoreceu a configuração de valores de identificação de grupo, sintetizados no interesse em manter o monopólio das funções de mando. Assim, é no espaço da mediação entre instâncias do sistema de poder e entre interesses privados e o Estado, que os grupos políticos se movimentam, sedimentam interesses próprios e comandam o processo de oligarquização da política”.
Flávio Reis, professor do Departamento de Sociologia e Antropologia da UFMA, na quarta capa de seu Grupos políticos e estrutura oligárquica no Maranhão (2007), esgotado. Este blogue orgulhosamente disponibiliza a raridade, leitura obrigatória, para download.
Mais três grandes discos de 2011 para você baixar em 2012
Mas não espere tanto e baixe agora!, os três disponíveis nos sites de seus autores; ao longo do post há outros, não (só) do ano passado
Passo Torto – Rômulo Fróes é um pensador da música contemporânea. Cantor e compositor de indiscutível talento, com excelentes discos no currículo – Calado (2004), Cão (2006), o duplo No chão sem o chão (2009) e Um labirinto em cada pé (2011) –, é, além de tudo, das poucas figuras que se dispõem a pensar a música contemporânea. Digo, entre os que estão produzindo música contemporânea.
Mas Passo Torto não é um disco de Rômulo Fróes, que tem o talento somado aos de Kiko Dinucci, Rodrigo Campos (do ótimo São Mateus não é um lugar assim tão longe, de 2009) e Marcelo Cabral. O último é contrabaixista e produtor, os outros três, compositores. O grande lance da experiência é que aqui eles compõem juntos. É uma tradução de experiências anteriores, em que uns tocam no disco do outro, outros participam do show de um etc. Referência comum aos trabalhos-solo dos moços: o samba. Mas dizer que se trata de um disco de samba seria diminuí-lo. É samba, do bom, mas é bem mais que isso.
Serafim – Conheci o mineiro Sérgio Pererê, cantor, compositor e multiinstrumentista, através de sua conterrânea Ceumar, sua Onde qué, gravada em Sempreviva! (2003). Depois ele participaria de Meu nome (2009), disco dela, todo autoral, gravado ao vivo, antes de mudar-se para a Holanda: Pererê canta em Gira de meninos, parceria dos dois, já gravada por Rubi (Paisagem humana, 2008).
De seu disco novo, a primeira música que ouvi foi o samba Brilho perfeito: “Creio em seu amor e é por isso/ que conheço as curvas da estrada/ nunca me atirei num precipício/ e nem me perdi na encruzilhada”, entre as 16 a minha predileta.
Em seu site, o ouvinte pode escolher quanto quer – se quer – pagar pelo disco e ainda como quer – se quer – o encarte, se colorido ou p&b.
Setembro – Junio Barreto demorou sete anos entre o bom disco de estreia e este ainda melhor. Nesse meio tempo, o “Caymmi de Caruaru”, como é chamado, foi gravado por nomes como Gal Costa, Lenine, Maria Rita, Roberta Sá e Rubi, entre outros, embora seja ainda um quase completo desconhecido, para muitos.
Muitos que certamente lembram de versos como “vim, vim, vim/ eu vim, oi/ atendi teu pedido e vim”, de O pedido (Junio Barreto e Jam Silva), que abre o belo Que belo estranho dia pra se ter alegria (2009), de Roberta Sá. Ou de Santana, gravada por Junio Barreto em sua estreia (2004) e regravada por Gal Costa (Ao vivo, 2006), Lenine (Acústico MTV, 2007), Rubi (Paisagem humana, 2008) e Maria Rita (Elo, 2011): “A santa de Santana chorou sangue/ chorou sangue/ chorou sangue e era tinta vermelha/ a nossa santa padroeira chorou sangue”.
Ao contrário da personagem de sua música mais gravada, você, como o blogueiro, certamente vai rir de alegria ao ouvir Setembro. Mas não espere o mês-título chegar: como os outros recomendados neste post, é disco pra se ouvir o ano inteiro, começando por agora.
John Cage
/Além do mais, somos criminosos. Ali, fora da lei, dizemos a verdade.// Não estamos pondo as coisas em ordem (isso é função das empresas): estamos apenas facilitando processos para que qualquer coisa possa acontecer.// Fazendo o que não sabemos fazer. Sem técnica.// Inútil cantar canções de ninar para quem não consegue dormir.// Fazemos o que fazemos por pura contradição.// Se não há esperança, não há com o que se preocupar.// O que temos não seria pior se chamado por outro nome. Veblen o chamou de sistema do preço, Mills o chamou de elite do poder. Provavelmente não passam de umas noventa e nove pessoas envolvidas com o mercado financeiro. Curiosa forma de jogatina.// Nós insistimos no uso contínuo das faculdades estéticas.// Não aprendemos nada com o que já sabemos.// O que já fizemos conspira contra o que ainda é preciso fazer.// Plataforma presidencial: prometo, sendo eleito ou não, continuar meu trabalho sem me preocupar com você; acabar com as leis; oferecer crédito ilimitado à sociedade inteira independentemente de nacionalidade.// Observando as diferenças, lado a lado com os derrotados, aprendendo com o oprimido a viver fora da lei sem cometer crimes. Escravizar-se a todas as coisas. (Não há por que se tornar Rei)// Às vezes nós borramos a distinção entre arte e vida; às vezes tentamos esclarecê-la. Não nos apoiamos numa perna só. Apoiamo-nos em ambas.// Estamos dando os primeiros passos. Em breve conseguiremos andar.// Não temos ídolos: nós acreditamos no que fazemos./
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O trecho acima é do famoso diário de John Cage (do qual, confesso: nunca tinha ouvido falar, do famoso diário, antes de lê-lo, este trecho, aqui). Traduzido e montado por meu amigo-irmão Reuben da Cunha Rocha, o petardo ocupa a contracapa do terceiro número da revista Pitomba!, editada por ele, Bruno Azevêdo e Celso Borges (clique aqui para baixar as duas primeiras edições).

E na imagem acima para baixar a terceira.
Ainda tá em tempo?: feliz 2012!
Guerrilhas, novo livro de Flávio Reis
Este blogue dá em primeira mão. Antes, o prefácio:
OUTRA HISTÓRIA
Celso Borges*
Cada um luta com a arma que pode, com a arma que tem. A de Flávio Reis está na cabeça, no pensamento, na palavra. Afiada e lúcida, perpassa vários campos nesses 20 textos de Guerrilhas, em sua maioria publicada em jornais de São Luís nos últimos anos. Um pequeno livro que nos ajuda a pensar o Maranhão, a entender por que chegamos até aqui do jeito que chegamos. No cerne de cada questão abordada está a luta contra o modo de pensar da classe dominante, que impõe a sua história, ora idealizada, ora subjugando o pensamento discordante.
O livro abre com a polêmica sobre a fundação de São Luís. Cinco artigos desconstruindo o discurso oficial, que prefere idealizar a fundação da cidade pelos franceses, em lugar dos portugueses “bárbaros”. Um discurso que privilegia a filiação distinta de Daniel de La Touche, o fidalgo francês, Senhor de La Ravardière, em substituição a Jerônimo de Albuquerque, que nem português era, um mestiço do sertão. Analisando o debate em torno do nosso “mito fundador”, o autor afirma que a argumentação da maioria dos intelectuais e historiadores, sedimentada a partir do início do século 20, é resultado de uma visão narcísica que busca esconder uma história de violência e miséria em nome de um passado glorioso.
Guerrilhas ressuscita também assuntos fadados ao silêncio, como o momento obscuro da política maranhense, nos anos 20 do século passado. Com base no livro Neurose do Medo (Nascimento de Moraes, 1923), resgata uma história com direito a governador neurótico, juiz arruaceiro, assassinato e suicídio. Um verdadeiro circo de horrores, retrato da república em terra tupiniquim.
Quase 100 anos depois, mais um capítulo da barbárie política do Maranhão é revisto, agora sobre a troca de governadores do estado, decidida pelo TSE em 2009 (“O Nó-Cego da Política Maranhense”). Aqui ele aponta o dedo aos que sempre estão posando para a foto no baile dos vencedores. Mais adiante, no artigo em que saúda o primeiro aniversário do jornal Vias de Fato, (“Vias de Fato: um ano memorável”), retrata onde estamos metidos, imersos num jornalismo distante da comunidade, ressonando uma estrutura apodrecida.
Os primeiros nove textos de Guerrilhas são, portanto, uma radiografia de como a estrutura política dos últimos 100 anos nos obrigou a ler o Maranhão à sua maneira. Em seguida, o autor escreve sobre a violência urbana. E o Maranhão está ali também, como um “estado onde a moldura do poder oligárquico conseguiu atravessar o século sem grandes alterações, as polícias militar e civil sempre estiveram perpassadas por interesses políticos e prontas a se submeterem às vinganças privadas que passam ao largo do sistema judiciário.” (“Crime e Cinismo”).
Mais à frente, em artigo sobre “Litania da Vela”, poema de Arlete Nogueira da Cruz, toma por referência o filósofo Walter Benjamin e encara o poema como “ladainha do fim dos tempos modernos”. Poema do grotesco, prenúncio da nova barbárie, faz a descrição crua da miséria de uma velha na ‘cidade que se desfaz em salitre’. É a deixa para a retomada do primeiro assunto do livro. Como um boi triste e furioso, o autor continua ruminando o mito da fundação da cidade, tema que perpassa todo o livro. Nasce aí, talvez, o mais importante texto da coletânea: “A Saga do Monstro Souza”, sobre a obra de Bruno Azevêdo e Gabriel Girnos.
Nesta análise, consolida algo que me parece fundamental em Guerrilhas, um desejo de recontar a história numa busca obsessiva pela cidade real, não a de azulejinhos e boizinhos de butique, embalagem ideal para os turistas de pacote e o desenvolvimento de campanhas publicitárias, que alimentam a insossa cultura do elogio. Um Não à “Ó minha cidade, deixa-me viver…”, de Bandeira Tribuzi ou à Ilha Magnética de César Nascimento, mas um viva a São Luís de “Eh, Ponta D’areia, há muito tempo que eu não te vejo”, de Chico Maranhão. Flávio acompanha a trajetória do personagem principal, um cachorro-quente serial killer, inserindo colagens e notícias de jornais retiradas do próprio livro de Bruno e Gabriel.
A discussão sobre identidade reaparece através da música. O assunto trazido à tona é o debate sobre o que vem a ser realmente música popular maranhense, o termo MPM, ou a invenção dele. O texto é apenas a ponta de iceberg de um debate complexo e extenso. O autor sabe que esta “é uma questão complicada, que não comporta respostas fáceis”. Talvez tenha esquecido de destacar no bolo de influências de alguns compositores da tal MPM o reggae, que divide com o bumba-boi, o prato preferido desses artistas, de 1978 a 1998. Afinal, aquilo que se fez com o boi, tirando-o do terreiro para dentro dos estúdios (leia-se Papete e compositores do Bandeira de Aço), aconteceu também com o reggae, retirado dos salões para o sucesso das rádios (leia-se Beto Pereira, Mano Borges, César Nascimento, etc).
Da música para o cinema. Dos três artigos destaco “Marginal Sim, e por que não? Babaloo, Babilônia, Brasil”. Defesa enfática do cinema marginal, produzido no Brasil nos primeiros anos da década de 70, enaltecendo a postura dessa geração, que continuou com a câmera livre do cinema novo, mas sem as amarras deste: “de certa forma radicalizavam o mergulho no subdesenvolvimento preconizado anos antes por Gláuber Rocha, faziam a escancaração da barbárie sem a carapaça política e o sentido de missão”.
Os textos sobre cinema mostram uma opção clara pela radicalidade, com exceção da análise que faz sobre a filmografia do maranhense Frederico Machado, em que é mais ponderado. No olhar sobre “Nietzsche em Turim”, de Júlio Bressane, acompanha os passos-imagens do filósofo alemão enquanto a loucura toma sua alma. Um texto que vê o nascimento da loucura de um dos pensadores mais radicais do ocidente.
De Nietzsche para Lacan, Freud e companhia: recalque, desejo, angústia e pulsão. Dois artigos, dois peixes fora d’água, dois peixes dentro do mar da existência, o doloroso mundo da psicanálise. Talvez Flávio pudesse deixá-los de fora, mas como evitar a vida fora da arte?
*Celso Borges é autor de oito livros de poesia, entre eles “Pelo Avesso”, “Persona Non Grata”, “NRA”, “Música” e “Belle Époque”.
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2011 foi o ano em que conheci pessoalmente o desde antes e sempre admirado Flávio Reis. Entre as muitas lacunas em minha formação, uma delas certamente é não ter sido seu aluno. No entanto, tenho aprendido um bocado com seu convívio, nas reuniões do conselho editorial do jornal Vias de Fato, do qual “nosso mestre”, como o chamamos eu e Emílio Azevedo, é grande entusiasta.
Autor de Cenas Marginais (2005) e Grupos Políticos e Estrutura Oligárquica no Maranhão (2007), ambos editados às próprias custas s/a, o professor da UFMA agora bota na rua o bloco de Guerrilhas, “reunião de artigos escritos na última década, quase todos publicados na imprensa local, reeditados com pequenas correções”, cujo prefácio acima bem resume.
O livro “ainda não foi impresso, mas será” e o lançamento acontecerá em janeiro, detalhes o blogue dará em momento oportuno, antecipando que trata-se de uma publicação que envolve esforços do próprio Flávio Reis (às próprias custas s/a, ibidem), da editora Pitomba! e do jornal Vias de Fato, cujos selos comparecem à obra. Antes do lançamento os poucos mas fieis leitores deste blogue já podem baixar o pdf: Guerrilhas.
A Guerra dos Mundos em revista
Ou melhor: na revista.
Já está disponível para leitura e download (comum e/ou para ipad) a edição número 4 da revista Overmundo (novembro/dezembro/2011). Nela, entre outras matérias interessantes, assino uma acerca do lançamento de Outubro de 71 – Memórias fantásticas da Guerra dos Mundos, organizado pelo professoramigo Francisco Gonçalves, sobre o que também já escrevi acá en el blogue; em breve publico aqui as entrevistas que fiz com o time de pesquisadores de Chico, a dele, ao fim da matéria na revista.
Aos poucos mas fieis leitores deste blogue desejo uma fantástica leitura.
Pra ouvir e/ou baixar
Íntegra do Chorinhos & Chorões de domingo passado (13), ocasião em que tive a grata, honrosa, prazerosa e mais que difícil missão de substituir Ricarte Almeida Santos na condução do programa, na Universidade FM (106,9MHz). Agradecimentos especiais deste blogueiro a ele, por confiar-me o posto, e a Marcos Belfort, pela gravação do áudio que temos o prazer de disponibilizar aos poucos-mas-fieis leitores deste modesto blogue.
Outro grande achado musical
Jataí (2011) é mais um grande disco recém-lançado disponibilizado por seu autor, em sua página na internet, para download. Eu já o havia baixado há dias e marquei bobeira em, até agora, não ter dito nada sobre esta verdadeira obra-prima. O grande Edvaldo Santana brinda-nos com mais um belo disco carregado de sua poesia e seu blues caboclo.
Acima, A poda da rosa, ótimo exemplo do que estou falando. Baixem o disco – a capa é do não menos gênio Elifas Andreato – clicando nos links do post. E deleitem-se com a doçura poética do mel de Jataí.
Longe de onde, não sei, já sei: perto de meus ouvidos
O sarro Ciranda do incentivo (no vídeo acima). As ternas Plástico bolha e a faixa título. Não tinha como não gamar no som de Karina Buhr, quando de sua estreia “no gráfico/ do mercado fonográfico”.
A pernambucana de sotaque acentuado, bela voz e uma impressionante presença de palco (fala aqui quem só a viu em vídeos como o acima, tem um monte no Youtube) foi saudada como “revelação”. Esqueceram que ela já havia cantado, antes, no Eddie (o show é amanhã, hein, galera?), para ficar em apenas uma experiência pré-carreira-solo da moça.
Eu menti pra você foi um dos “meus discos” ano passado, embora eu nada tenha escrito sobre ele.
E agora escrevo este post ao som de Longe de onde, novo bom disco de Karina Buhr, disponível para download em seu site.
Dia de gratas surpresas musicais, gracias Reuben!
Vão Wadeá!
Taí a capa de Samba 808, “o disco inexistente” que Wado acaba de botar na roda. O que signfiica dizer: acaba de disponibilizar em seu site para download. Prática do artista, um dos mais instigantes de nosso tempo: todos os discos dele podem ser baixados em sua página na internet.
Quem me avisou do “lançamento” foi, novamente, a leitoratenta Thayane, que me guiou ao Scream & Yell, que colou lá o pdf que está na pasta de download do disco. “Estar em selo/gravadora servia para distribuição e para dar visibilidade, visibilidade gravadora não tem dado e distribuição… Os caminhos na internet têm resolvido isso melhor” é das coisas que o alagoano nascido em Santa Catarina diz, no texto (leiam-no completo no Scream & Yell ou depois de baixar Samba 808).
O disco roda enquanto escrevo isso, que não é uma crítica, resenha ou coisa que o valha. É, como também disse Wado no citado texto/pdf: “Lançar ao mesmo tempo para o público e mídia foi nossa ideia, dando brechas para sorte e subvertendo as antigas prioridades do sistema de distribuição, que tinha como pré-requisito a aceitação da mídia e espaços comprados para a divulgação”.
Eu, que há tempos já não sei se sou público ou se sou mídia, se sou ambas as coisas ou se sou nada, a única certeza que tenho é que não sou pago, ao menos não para blogar, não poderia deixar de compartilhar o disco, e antes a informação, com os poucos-mas-fieis leitores deste modesto blogue. E digo: Wado é dos raros artistas que eu recomendaria acá mesmo sem ter ouvido o lançamento, confiando na qualidade e no nível de seus trabalhos anteriores, exatamente o que faço agora.
Bem, o disco acabou antes de eu terminar de escrever o post, é hora de apertar novamente o play, deixa eu ir lá. “De ser o Samba 808 tocado com uma máquina velha reutilizada” será meu caso? Queimei um cd-r e estou ouvindo-o e reouvindo-o num cd-player convencional. Play it again!
Para roer as Pitomba!s até o caroço
Para ler, baixar e/ou imprimir (e queimar em praça pública), vão aí os dois números da Pitomba! publicados até agora (em breve o site da editora homônima estará no ar). Pois como disse meu amigo-irmão Reuben da Cunha Rocha, um de seus editores, “se seguirão outros números ainda piores, aos trancos & barrancos”. Divirtam-se, pois como ele também disse, antes, a revista que ele edita com Bruno Azevêdo e Celso Borges é “dedicada a proporcionar o máximo de diversão possível através do maior número possível de provocações — & isso basta”.



