Sobras completas

Conversei com a cantora e flautista carioca Alice Passos e o violonista paulista João Camarero por whatsapp. Fiz três perguntas a cada um, para usar no release de divulgação do projeto RicoChoro ComVida na Praça, de que sou assessor de comunicação, que os traz à Ilha para uma roda de conversa sexta-feira (27) e uma apresentação sábado (28), em noite que terá ainda o DJ Franklin e o Trítono, na ocasião um quarteto: com o violonista Israel Dantas viajando, além dos integrantes da formação original Rui Mário (sanfona) e Robertinho Chinês (bandolim e cavaquinho), a estes somam-se Mauro Sérgio (contrabaixo) e Ronald Nascimento (bateria). Veja a programação completa aqui.

Alice é filha da cavaquinhista maranhense Ignez Perdigão e lançou seu disco de estreia, Voz e violões [Fina Flor, 2016], ano passado, em diálogo com grandes mestres, entre compositores e instrumentistas, num time que inclui Aldir Blanc, Guinga, Mário Gil, Paulo César Pinheiro, Théo de Barros e Zé Paulo Becker, além do jovem e talentoso João Camarero, que chega à São Luís com a responsabilidade de representar esta constelação.

Para não perder nada, resolvi colar a seguir as duas nanoentrevistas.

João Camarero e Alice Passos. Foto: divulgação

ALICE PASSOS

Você já participou do projeto, antes de ele ser gratuito e ganhar as praças. Qual a sua lembrança e quais as expectativas para esta nova participação?
Sim! Lembro de ser muito bem recebida, tanto pelos músicos, pela produção e pelo público. Cantar em praça é uma delícia. É um desafio fazer a maioria de show de voz e violão – no final teremos a participação do Trítono – mas vamos com muita vontade de levar a música do Rio de Janeiro, fazer uma homenagem ao [violonista e compositor] Baden Powell, que estaria fazendo 80 anos este ano.

Você vem acompanhada por João Camarero, um bom representante desta nova safra de violonistas. Como começou essa parceria?
Conheci o João em São Paulo, começamos tocando juntos sem pretensão e logo estávamos fazendo diversos shows no Rio e fora dele. Temos o gosto musical muito parecido e por isso a parceria flui super bem!

Qual a base do repertório da apresentação de vocês?
Vamos fazer uma homenagem aos 80 anos do Baden Powell, incluímos músicas do João Camarero em parceria com o Paulo César Pinheiro e alguns clássicos da música brasileira, como A voz do morro, de Zé Keti.

JOÃO ​CAMARERO

É sua primeira vez em São Luís? Quais as expectativas?
É a minha primeira vez, sim. ​​As expectativas são as melhores possíveis. Há tempos que quero conhecer São Luís e os músicos do Maranhão e tenho certeza que essa oportunidade vai me proporcionar grandes encontros.

Você participou do disco de estreia da Alice Passos, ao lado de grandes mestres do instrumento. Qual a sensação e o tamanho da responsabilidade, inclusive de vir à ilha representando aquele grupo?
​​Pra mim é uma responsabilidade grande, mesmo. Porém, como eu e Alice já desenvolvemos um trabalho juntos há algum tempo, isso deixa com que as coisas possam fluir com mais naturalidade. De qualquer maneira, gosto de encarar essa experiência de ler a música de outros violonistas sob a ótica deles.

São Luís tem ao menos três nomes de destaque internacional em se tratando de violão: Turibio Santos, João Pedro Borges e Joaquim Santos. Qual a sua relação com a obra deles?
O Maranhão é uma terra pródiga em artistas; não seria diferente com o violão. Joaquim Santos e o João Pedro Borges eu conheci através da Camerata Carioca. O grande Turíbio Santos é um caminho quase que obrigatório pra qualquer violonista brasileiro. Todo mundo acaba passando por ali em algum momento. Tive o prazer de conhecê-lo pessoalmente há pouco tempo, e tocamos um pouco juntos. Sou um grande admirador do seu legado.

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Veja Alice Passos e João Camarero em Poema dos olhos da amada (Baden Powell/ Vinicius de Moraes):

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