Choro, Samba e Outras Bossas tem nova edição hoje

A cantora Regina Oliveira no centro da roda do ensaio com a banda Choro, Samba e Outras Bossas. Foto: Reprodução
A cantora Regina Oliveira no centro da roda do ensaio com a banda Choro, Samba e Outras Bossas. Foto: Reprodução

A Fundação da Memória Republicana Brasileira (FMRB), sediada no Convento das Mercês (Rua da Palma, s/nº., Desterro), recebe hoje (22), às 19h, a primeira edição do projeto Choro, Samba e Outras Bossas este ano – ao todo já são nove edições do encontro mensal, inaugurado ano passado.

A festa valoriza gêneros como o choro e o samba, ambos tidos como dos mais representativos da música popular brasileira, embora não se prenda a eles; basta ver, por exemplo, a lista de convidados de hoje: Adão Camilo, Anna Claudia, Chiquinho França, Emanuel Jesus, Marconi Rezende, Nanda Costa, Regina Oliveira, Ricardo Mendes, Walfredo Jair e Wilson Zara serão acompanhados pelo Quarteto Crivador e pela banda que leva o nome do projeto, formada especialmente para estes encontros mensais, pelos músicos Antônio Paiva (baixo), Claudio Castro (bateria), Marquinhos Carcará (percussão), Osmar Jr. (saxofone e flauta), Paulo Trabulsi (cavaquinho e violão) e Rui Mário (sanfona).

Com alguns músicos em comum, o Quarteto Crivador é formado por Marquinhos Carcará (bateria e percussão), Robertinho Chinês (bandolim e cavaquinho), Rui Mário (sanfona) e Tiago Fernandes (violão sete cordas).

O evento é realizado mensalmente, geralmente às últimas sextas-feiras do mês – desta vez a antecipação se deve ao feriado prolongado da semana que vem, com ponto facultativo na quinta-feira (28) e feriado da Paixão de Cristo na sexta (29).

Por ocasião do Choro, Samba e Outras Bossas, o pátio central do Convento das Mercês abriga ainda uma feira que agrega gastronomia, sebos e artesanato. A festa acaba sendo também uma espécie de confraternização, já que reúne os aniversariantes do mês. A entrada é gratuita.

Cesar Teixeira apresenta Samba de Botequim, nesta sexta (23)

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O cantor e compositor Cesar Teixeira. Foto: divulgação

Show no Ceprama será uma grande festa devotada ao samba, na Madre Deus, um dos bairros mais identificados com o gênero

O cantor e compositor Cesar Teixeira tem encontro marcado com seu público: ele apresenta o show Samba de Botequim, na próxima sexta-feira (23), às 19h, no Ceprama (Madre Deus).

Como o título entrega, a apresentação será dedicada ao samba, um dos gêneros musicais de predileção do artista, nascido e criado na Madre Deus, bairro boêmio encravado no coração da ilha, onde passou também parte da idade adulta.

Pelos botequins da Madre Deus – Cesar Teixeira foi frequentador de rodas de samba espontâneas em botequins lendários, como a quitanda de Seu Alfredo, onde pescadores, magarefes, operários e outros personagens se reuniam entre sacas de arroz, farinha e camarão seco, munidos de seus instrumentos. Foi amigo de lendas do bairro, como o compositor Cristóvão Alô Brasil (12/10/1922-19/8/1998), que completaria 100 anos no próximo dia 12 de outubro e de quem se tornaria parceiro, entre outros, e integrou a ala de compositores da Escola de Samba Turma do Quinto, também sediada na Madre Deus. Em 2010 Cesar Teixeira foi homenageado pela rival Favela do Samba.

Para o artista, o show é também uma homenagem às mulheres, “especialmente às mulheres negras, tão sacrificadas pelo atual governo”, afirma. A abertura fica por conta da dj Vanessa Serra, e ele terá como convidadas Rosa Reis, Célia Maria, Flávia Bittencourt, Lena Machado, Fátima Passarinho, Gabriela Flor – todas elas intérpretes de sua obra de longa data, em discos e shows – e o bloco carnavalesco Fuzileiros da Fuzarca, com 86 carnavais no currículo.

Cesar Teixeira será acompanhado por um regional formado por Rui Mário (sanfona e direção musical), Marquinhos Carcará (percussão), Tiago Fernandes (violão sete cordas), Chico Neis (violão), Gabriela Flor (pandeiro), Ronald Nascimento (bateria), Gustavo Belan (cavaquinho), Hugo Braga Reis (trombone), Ricardo Mendes (saxofone, clarinete e flauta), Daniel Cavalcante (trompete), Regina Oliveira (vocais) e Duda Saraiva (vocais). Entre os instrumentistas haverá ainda a participação especial de Victor Oliveira (saxofone). No repertório, clássicos e sambas inéditos da lavra do compositor, além de homenagens à velha guarda madredivina, entre nomes como Cristóvão Alô Brasil, Caboclinho e Patativa.

Trajetória – Com uma carreira iniciada ainda na década de 1960, em festivais estudantis de música, Cesar Teixeira foi um dos fundadores do Laboratório de Expressões Artísticas do Maranhão (Laborarte), em 1972, e um dos quatro compositores gravados por Papete no elepê “Bandeira de aço” (1978), lançado pela gravadora Discos Marcus Pereira e considerado um divisor de águas na música popular brasileira produzida no Maranhão. É também jornalista e artista plástico. Lançou dois discos solo: “Shopping Brazil” (2004) e “Camapu” (2018). O show “Samba de Botequim” será gravado e o material audiovisual deve ser disponibilizado em breve.

“Samba de Botequim” é uma realização da Pitan Produções e Coletivo Apoena, com patrocínio do Governo do Estado do Maranhão e Grupo Mateus, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura. Entre os objetivos da iniciativa está a formação de plateia. Os ingressos serão trocados por um quilo de alimento não-perecível e a arrecadação será destinada ao Natal Solidário das Mercês e para a Associação das Profissionais do Sexo no Maranhão (Aprosma), com atuação na área do centro histórico da capital maranhense.

Serviço

O quê: show Samba de Botequim
Quem: Cesar Teixeira e convidados
Quando: dia 23 (sexta-feira), às 19h
Onde: Ceprama (Madre Deus)
Quanto: um quilo de alimento não-perecível
Realização: Pitan Produções e Coletivo Apoena
Patrocínio: Governo do Estado do Maranhão e Grupo Mateus, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura
Informações: no instagram @showsambadebotequim

Os presentes da noite

TEXTO: ZEMA RIBEIRO
FOTOS: RIVÂNIO ALMEIDA SANTOS

A dj Josy Dominici
Apresentação da campanha “Pacto pelos 15% com fome”, da Ação da Cidadania
O Regional Caçoeira
O cantor e compositor Vinaa
Os cantores e compositores Paulinho Pedra Azul e Djalma Chaves

Não é apenas o encontro de artistas cantando e tocando e a plateia batendo palmas. Camadas se desdobram e palavras como encanto e magia bem servem para tentar traduzir o que aconteceu na noite de sábado (6), na Praça do Letrado, no Vinhais. Servem, embora eu não saiba se são suficientes. Creio que não, afinal de contas, tudo ali transbordava, seja a qualidade das apresentações, o ambiente aconchegante e afetuoso, o clima de feira com as barracas do entorno, a alegria de encontros e reencontros.

Era do que se tratava: após dois anos suspensas em razão do isolamento social imposto pela pandemia de covid-19 (breve exceção se abriu ano passado quando os saraus foram realizados nos jardins do Museu Histórico, com controle de acesso), os chorões e choronas da ilha estavam ávidos por uma roda de choro nos moldes a que estavam acostumados. Mas a de sábado foi além.

O evento abriu espaço para a coordenação estadual da campanha “Pacto pelos 15%”, da Ação da Cidadania, que busca doações e voluntários para amenizar o flagelo da fome, que atormenta mais de 30 milhões de brasileiros, além dos que vivem em situação de insegurança alimentar. Além de falas de representantes da ONG, vídeos da campanha foram exibidos ao longo da programação.

A dj Josy Dominici voltou a se apresentar após cerca de 10 anos dedicando-se a outras frentes. Sua sequência aqueceu o ótimo público presente, com um repertório de muito bom gosto, entre clássicos do samba e choro, música popular brasileira e reggae, além de elementos da cultura popular do Maranhão.

O caminho foi seguido pelo Regional Caçoeira: choro, baião, bumba meu boi e samba, com pitadas jazzy, integraram o cardápio de Ricardo Mendes (clarinete, flauta e saxofones), Wanderson Silva (pandeiro), Wendell Cosme (cavaquinho de seis cordas e bandolim de 10 cordas) e Thiago Fernandes (violão de sete cordas). O virtuosismo e versatilidade do quarteto levaram o público a um passeio por clássicos de Pixinguinha, Severino Araújo, Donato Alves, Raimundo Makarra e Coxinho, entre outros, além de temas autorais de Wendell, como o “Baião das três”, composta por ele especialmente para o sarau.

Vinaa revelou que ansiava estar no palco de RicoChoro ComVida na praça já há algum tempo. Lembrou-se das origens, do acolhimento por nomes como Cury – autor de “O que me importa”, sucesso de Tim Maia que figurou em seu repertório àquela noite – e Zeca Baleiro – com quem gravou “Cicatriz (No regresa)” em “Elementos e hortelãs na terra dos eucaliptos” (2019), seu segundo disco, também presente ao setlist.

“Agora vocês me dão licença para eu botar os óculos de Cartola”, pediu, antes de cantar “O mundo é um moinho”, clássico do repertório do mangueirense, um dos grandes momentos de uma noite para lá de especial.

Também acompanhado pelo Regional Caçoeira, Djalma Chaves, ao violão, iniciou sua apresentação com o clássico absoluto “Aquarela brasileira” (Silas de Oliveira), apresentando um repertório de clássicos que incluiu também, entre outras, “Tristeza” (Niltinho Tristeza). E foi ele o responsável pela grande surpresa da noite, ao chamar ao palco o parceiro mineiro Paulinho Pedra Azul, que de passagem pela ilha, deu uma canja inspirada, elogiando o grupo anfitrião.

“Você já é ludovicense, é o mineiro mais maranhense que eu conheço”, afirmou Djalma Chaves, ao que Pedra Azul retrucou: “só falta oficializar”. Antes da participação musical, leu um poema que havia escrito na manhã de sábado, exaltando as belezas de São Luís, cidade com que mantém estreita e longeva relação – ganhará melodia?

Começou por “Carinhoso” (Pixinguinha), cantada em dueto com Djalma Chaves. Em seguida, provocado pelo grupo, atacou de “Cantar” (Godofredo Guedes) e aos pedidos de mais um e com a capacidade de improviso do Caçoeira (que não havia ensaiado com o convidado surpresa), atendeu com “Jardim da fantasia” (Paulinho Pedra Azul), certamente um de seus maiores clássicos.

Presente à Praça do Letrado, o jornalista e historiador Marcus Saldanha, em uma rede social, sintetizou a noite: “uma noite de presentes para os presentes”.

O próximo sarau RicoChoro ComVida na Praça acontece dia 20 de agosto (sábado), às 19h, na Praça Nossa Senhora de Nazaré (Cohatrac). As atrações são o dj Marcos Vinícius, o Instrumental Tangará, a cantora Bia Mar e o cantor Carlinhos da Cuíca. O evento é uma realização da Sociedade Artística e Cultural Beto Bittencourt, com produção de RicoChoro Produções Culturais e Girassol Produções.

Encontro de gerações marca estreia da temporada 2022 de RicoChoro ComVida na Praça

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Projeto terá três saraus presenciais em agosto; o primeiro acontece sábado (6) e tem como atrações a dj Josy Dominici, Regional Caçoeira, Djalma Chaves e Vinaa

O cantor e compositor Djalma Chaves. Foto: divulgação
O cantor e compositor Vinaa. Foto: Enzo Hofmann

Artistas de distintas gerações, os maranhenses Djalma Chaves e Vinaa se encontram no próximo sarau musical do projeto RicoChoro ComVida na Praça, que acontece neste sábado (6), às 19h, na Praça do Letrado (Vinhais), inaugurando a temporada 2022 do projeto.

Se o primeiro geralmente é mais associado com a música popular brasileira, poderíamos dizer que o segundo está mais para o pop. Em comum, ambos têm como marcas de seu trabalho o zelo com a qualidade e a estreita relação com suas origens.

Uma das mais bem sucedidas canções de Djalma Chaves é “Santo milagreiro”, composta inspirada nos festejos de São Raimundo dos Mulundus, em sua Vargem Grande natal. O trabalho mais recente de Vinaa é “Fé de Alimária”, disco que traz no título o nome de sua avó e é uma profunda pesquisa pelo cancioneiro maranhense, com um repertório formado por releituras de nomes que vão de Catulo da Paixão Cearense, Coxinho e João do Vale a Betto Pereira, Erasmo Dibell e Josias Sobrinho, entre outros.

O Regional Caçoeira. Montagem. Divulgação

Os dois artistas serão acompanhados pelo Regional Caçoeira, formado por Wendell Cosme (cavaco e bandolim), Wanderson Silva (percussão), Tiago Fernandes (violão sete cordas) e Ricardo Mendes (saxofone e flauta). A temporada 2022 de RicoChoro ComVida na Praça tem direção musical de Rui Mário.

A dj Josy Dominici. Foto: divulgação

A noite contará ainda com discotecagem da dj Josy Dominici, uma das pioneiras na discotecagem de reggae, um espaço ainda majoritariamente masculino, tendo integrado a equipe África Brasil Caribe, do dj Ademar Danilo. Sua apresentação no projeto RicoChoro ComVida na Praça marca um retorno da dj ao circuito, já que sua última aparição aconteceu em 2010, quando passou a se dedicar a outros projetos, de empreendedorismo e empoderamento negro e feminino.

O sarau RicoChoro ComVida na Praça é uma realização da Sociedade Artística e Cultural Beto Bittencourt, com produção de RicoChoro Produções Culturais e Girassol Produções, que agradecem o apoio do Deputado Federal Bira do Pindaré para sua realização, através de emenda parlamentar destinada à Prefeitura Municipal de São Luís, através da Secretaria Municipal de Cultura.

Arte na luta contra a fome – RicoChoro ComVida na Praça é parceiro da campanha “Pacto pelos 15% com fome”, da ONG Ação da Cidadania. Interessados/as poderão se cadastrar como voluntários/as, fazer doações e/ou conhecer melhor a campanha, que busca minimizar os efeitos da tragédia nacional: atualmente mais de 33 milhões de brasileiros não têm o que comer. O objetivo do “Pacto pelos 15% com fome” é “promover uma grande aliança entre entidades da sociedade civil e empresas, grupos de mídia, agências de comunicação e publicidade, pessoas físicas, artistas e influenciadores, para atuarem na linha de frente no combate à fome e às desigualdades sociais”.

Acessibilidade cultural – O evento é gratuito e aberto ao público e possui acessibilidade cultural, com a oferta de assentos preferenciais, banheiros adaptados, audiodescrição e tradução simultânea em libras, a língua brasileira de sinais.

Divulgação

Serviço

O quê: sarau RicoChoro ComVida na Praça
Quem: dj Josy Dominici, Regional Caçoeira, Djalma Chaves e Vinaa
Quando: dia 6 (sábado), às 19h
Onde: Praça do Letrado (Vinhais)
Quanto: grátis
Informações: @ricochoro (instagram e facebook)

Palco Mundo e a alegria do reencontro com a boa música

O Gabriel Grossi Quarteto. Foto: Zema Ribeiro

O baixista Nema Antunes dedicou seu show a seus pares de instrumento Arthur Maia (1962-2018) e Mauro Sérgio, falecido ano passado, vítima de covid-19. Com ele, no palco, um sexteto formado no Maranhão, para a apresentação, incluindo dois integrantes do Quarteto Buriti – de que o contrabaixista Mauro Sérgio, ex-professor da Escola de Música do Estado do Maranhão Lilah Lisboa de Araújo, fez parte: Ronald Nascimento (bateria) e Daniel Cavalcanti (trompete e flugelhorn), este também professor da Emem. Ao piano, Marcelo Carvalho, autor de um dos números instrumentais do roteiro, gravado por Nema em “Plúmbeo”, seu disco mais novo. O grupo se completava com Israel Dantas (guitarra), Ricardo Mendes (saxofone) e Renato Serra (teclado) e demonstrou, ao longo da apresentação, que a prática leva à perfeição, tal a qualidade da performance.

Era o show de abertura do Palco Mundo 2022, projeto que integra o circuito Lençóis Jazz e Blues Festival, normalmente realizado em paralelo ao evento, no segundo semestre, com apresentações em Barreirinhas e São Luís. Nenhuma das seis atrações do line up dos dois dias do evento é novidade na produção de Tutuca Viana: todos já se apresentaram em edições anteriores do LJBF. Mas valeu a pena o reencontro de artistas com a plateia, sentimento recíproco traduzido em palavras ouvidas tanto no palco como entre o público.

Os artistas celebravam esse reencontro, após dois anos de lives e esporádicas apresentações presenciais. Não sei se isso potencializou a ranzinzice do repórter, cada vez menos tolerante com aqueles que vão a teatros para ver o show através da tela do smartphone ou que aproveitam qualquer intervalo para ver ou ouvir, obviamente sem fones de ouvido, para azar da vizinhança, o último vídeo do tik tok ou a última mensagem de áudio enviada no grupo da família. Depois não me venham reclamar de Zé da Chave, que obviamente chegou na metade da primeira apresentação, instalou-se na frisa mais próxima à direita do palco e atacou com seu molho.

A apresentação seguinte era do gaitista brasiliense Gabriel Grossi, acompanhado por Eduardo Farias (piano e teclados), Michael Pipoquinha (baixo) e Sérgio Machado (bateria), outro super grupo.

O show foi pautado no repertório de seu disco mais recente, “Re disc cover”, um trocadilho esperto que joga com o fato de ser um disco de releituras de clássicos do pop rock das décadas de 1960 a 90 e sua redescoberta, seja por um público mais jovem, seja por amantes da música instrumental brasileira com pouca relação com bandas como Oasis, Nirvana, Queen e Jackson 5, entre outras – em maio do ano passado ele conversou com Gisa Franco e este repórter, no Balaio Cultural, da Rádio Timbira AM, sobre o álbum.

Grossi se entrega completamente no palco, entre despir o repertório das letras que estamos acostumados a cantar e vesti-lo com sua gaita, quase à beira do esgotamento físico: seu rosto se avermelha, os joelhos dobram, e entre um solo e outro dos músicos que lhe acompanham, muitos goles d’água, para dar conta do recado. De “Isn’t she lovely”, de Stevie Wonder, passando por “Smells like teen spirit”, do Nirvana, “Wonderwall”, do Oasis, “Ben”, do Jackson 5, “Message in a bottle”, do Police, e “Another one bites the dust”, do Queen. Ao reafirmar o prazer de estar em São Luís e falar da força da cultura do Maranhão, lembrou-se que a ilha do amor é também a Jamaica brasileira, antes de atacar de “Redemption song”, de Bob Marley.

Foi o grande show da noite, numa noite de três grandes shows. A quinta-feira seria encerrada com a apresentação do majestoso Filó Machado, setentão paulista mais conhecido e respeitado fora do Brasil, como tantos de nossos gênios. Cantor, compositor, arranjador e multi-instrumentista, apresentou um show autoral, em que prestou homenagens a “Vadeco” (o título da música remete a seu professor de violão), e lembrou a importância do aprendizado oferecido pela experiência de tocar na noite, em bares e boates.

“Se eu não tivesse tido essa experiência, agora eu estaria nervoso, me perguntando o que fazer”, disse, senhor da situação e arrancando risos e aplausos da plateia. Quando um roadie assomou ao palco para corrigir uma sobra de frequência no violão de Felipe Machado (seu neto, que cantou dois bonitos sambas autorais), ele tornou a divertir o público: “eu sou curioso. Eu fiquei vendo aqui e até esqueci de vocês”, disse, para mais gargalhadas. E continuou, num jogo de melismas e onomatopeias repetido pelo público, elogiado pelo artista. Nessa brincadeira, cantou sem o microfone, sempre acompanhado pelo público, e assim, desceu do palco e deu uma volta ao redor da plateia até retornar para junto do grupo que o acompanhava, que se completava com o mesmo baterista de Gabriel Grossi, Sérgio Machado (seu filho), Fábio Leandro (piano e teclados), Carlinhos Noronha (baixo) e Jota P (saxofones).

A programação do Palco Mundo continua hoje (25), a partir das 19h, com apresentações de Gabriela Marques, Bebê Kramer e Arismar do Espírito Santo. A entrada é gratuita e as pulseiras de acesso ao teatro podem ser retiradas na bilheteria, desde as 14h de hoje, sugerindo-se a troca por um quilo de alimento não perecível. A arrecadação será doada à ONG ludovicense Pouso Obras Sociais.